11 janeiro 2010

Extremos # 6 - Blue Cheer - “Vincebus Eruptum” (1968 Philips)

Nomeados segundo um particularmente potente tipo de “acido”, os Blue Cheer são muitas vezes considerados os progenitores do que se iria denominar como “Heavy Metal” ou “Hard Rock, pela extremamente pesada sonoridade que praticavam para a época.
Reza a história que o grupo tocava tão forte e alto, que inadvertidamente chegaram a causar a morte prematura de um cão, que se extraviou para o palco numa altura em que eles estavam a improvisar.
No seu disco de estreia “Vincebus Eruptum”, descobriram que os amplificadores podiam atingir o volume máximo, e deram-nos seis temas recheados de “feedback” e mau génio. Começando no deformado e explosivo “Summertime Blues”, passando pelo preguiçoso e delirante “Rock Me Baby”, pela massiva e confusa distorção de “Doctor Please”, pelo fantástico “Out Of Focus” que é precisamente isso, pela erupção da psicótica “Parchment Farm”, até chegarmos ao verdadeiro abuso da guitarra e do amplificador de “Second Time Around”.
Rosnando violentamente na face da inocência “hippie”, “Vincebus Eruptum” não impressionou a geração Woodstock com o seu ataque sónico, mas rapidamente se tornou num hino para os Hell’s Angels.
Apesar da abordagem caótica o tornar menos directo que os primeiros trabalhos dos Black Sabbath ou The Stooges - as suas referencia mais próximas - anos mais tarde iria adequadamente inspirar uma nova geração de contundentes bandas “garage” e numerosos trios de “noise” japoneses, como os High Rise e os Musica Transonic de Asahito Nanjo, que ao longo dos anos lhes iriam prestar uma mutante homenagem.
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