O disco de estreia do R.E.M. foi o mais forte sinal de que as bandas que surgiram no denominado movimento “Paisley Underground” tinham a profundidade e a capacidade artística de criar algo novo a partir das suas raízes “punk”, “garage” e “country”. E “Murmur” permanece como um enigmático testamento dessa época de grande inspiração.
Segundos os próprios, queriam criar um disco que não tivesse influências externas nenhumas, de forma a que ninguém os pudesse comparar com determinada banda ou artista. E surgiu na altura certa, pois não soava como a maioria da música popular da altura (se por um lado tínhamos o “indie-rock” britânico e a “new wave”, nos Estados Unidos, os tops nesse no ano foram dominados pelos Motley Crue e por “Thriller”) e conjuntamente com os The Replacements foram as primeiras alternativas ao “rock” “mainstream” corporativo.
A sua distinta sonoridade representa a mudança do “pós-punk” para a música alternativa. E ao contrário da maioria das bandas deste período, que infelizmente desenvolveram-se, mas ficaram fatalmente atoladas quer no “country-rock” ou num monótono psicadelismo, as canções possuem uma qualidade atmosférica que é absolutamente diferenciadora. São afáveis e gentis, e exalam vida, insinuam mistério e inflamam paixões.
As indecifráveis letras e a sua tenebrosamente estranha capa (um sinistro campo de árvores “kudzu”, comum no sudeste americano) – só perpetuou a inapreensível beleza da música.
Desde a sólida “Radio Free Europe”, passando pelas três despendidas melodias da dócil “Laughing”, pela simples afirmação de intenção que é “Talking About The Passion”, pela subtil reclusão de “Perfect Circle” (que é realmente perfeita), pela inocente “Catapult”, pela cadenciada, breve e simples “We Walk” ou pela assombrosa “West Of Fields”, estão aqui temas que fazem este marcante álbum ser um dos discos fundamentais do R.E.M..
Segundos os próprios, queriam criar um disco que não tivesse influências externas nenhumas, de forma a que ninguém os pudesse comparar com determinada banda ou artista. E surgiu na altura certa, pois não soava como a maioria da música popular da altura (se por um lado tínhamos o “indie-rock” britânico e a “new wave”, nos Estados Unidos, os tops nesse no ano foram dominados pelos Motley Crue e por “Thriller”) e conjuntamente com os The Replacements foram as primeiras alternativas ao “rock” “mainstream” corporativo.
A sua distinta sonoridade representa a mudança do “pós-punk” para a música alternativa. E ao contrário da maioria das bandas deste período, que infelizmente desenvolveram-se, mas ficaram fatalmente atoladas quer no “country-rock” ou num monótono psicadelismo, as canções possuem uma qualidade atmosférica que é absolutamente diferenciadora. São afáveis e gentis, e exalam vida, insinuam mistério e inflamam paixões.
As indecifráveis letras e a sua tenebrosamente estranha capa (um sinistro campo de árvores “kudzu”, comum no sudeste americano) – só perpetuou a inapreensível beleza da música.
Desde a sólida “Radio Free Europe”, passando pelas três despendidas melodias da dócil “Laughing”, pela simples afirmação de intenção que é “Talking About The Passion”, pela subtil reclusão de “Perfect Circle” (que é realmente perfeita), pela inocente “Catapult”, pela cadenciada, breve e simples “We Walk” ou pela assombrosa “West Of Fields”, estão aqui temas que fazem este marcante álbum ser um dos discos fundamentais do R.E.M..
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1 comentário:
Grande, grande disco, embora prefira o "Reckoning" e até o "Lifes Rich Pageant". Por falar em Paisley Underground, ultimamente tenho andado a recordar Rain Parade com alguma frequência. Post na calha, quem sabe... :)
Abraço.
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