21 setembro 2010

Inovadores # 17 - Alexander “Skip” Spence – “Oar” (1969 Columbia)

Este brilhante álbum – um progenitor dos movimentos “lo-fi” e “psych-folk” – foi concebido enquanto Spence esteve preso num notório hospital psiquiátrico. Ele tinha sido internado nessa instituição depois de, completamente alucinado com ácidos, ter tentado agredir com um machado o seu colega dos Moby Grape, Don Stevenson.
Gravado em três faixas, e absolutamente a solo, “Oar” representa um tipo de exploração psicadélica interior que não iria encontrar um público real durante décadas.
Profundo, intenso e comovente Spence vagueia de um modo existencialista entre a psicologia (a incrível “War In Peace”), e faixas de meditação (“Grey/Afro”), tudo encravado entre momento de humor genuíno e comovente tristeza.
Seria incorrecto dizer que a editora não apoiou a edição do disco, pois teve anúncios nas revistas de música americanas e foi mesmo criticada de forma muito positiva na revista Rolling Stone. Mas com um conjunto de canções tão sombrias e com a aceitação da sua desesperança, nunca existiu uma verdadeira hipótese de os “hippies” se prenderem e ele.
É essencial que se aborde este disco com uma mente aberta, pois se apenas o analisarmos superficialmente, não é nada mais que um registo de refugos induzido por drogas. Mas se olhar por debaixo da superfície, descobrimos algo verdadeiramente extraordinário.
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