01 outubro 2010

Trentemoller – “Into The Great Wide Yonder” (2010 In My Room)

O título do segundo disco de Andres Trentemoller, é sem dúvidas uma referência à libertação das limitações estilísticas da música de dança. Aqui ele maravilhosamente transcende géneros ao apresentar uma ampla variedade de ideias musicais, arranjos e instrumentos, e como tal, é um triunfo indiscutível.
Utilizando uma mistura deliciosa e extravagante de instrumentos, o álbum apresenta guitarras eléctricas, guitarras acústicas, quarteto de cordas, “theremin” e até uma caixa de música, entre muitos outros, criando uma monumental paisagem sonora, simultaneamente psicadélica e cinematográfica.
Aqui Trentemoller surge ambiciosa e elegantemente a experimentar com texturas sonoras mais orgânicas e analógicas, misturando melodias complexas com sons, ritmos e géneros de um alcance mais longínquo, como “pós-punk”, “electro”, “gothic rock” e “surf rock”, mas unindo todos os elementos num fluxo continuo, de tal forma conceitualmente bizarro, que deixa os ouvintes, com poucas opções, para além de se apaixonarem.Além disso, ele coloca muita mais ênfase nas vocalizações ao recrutar numerosos convidados, e assim desde o pensativo “Sycamore Feeling”, passando pelo sinuoso “Even Through You’re With Another Girl”, pelo assombroso “Silver Surfer, Ghost Rider Go”, ou pelo etéreo “Neverglade” (com a participação de Fyfe Dangerfield dos Guillemots), cria um formosamente variado álbum, que facilmente ultrapassa os limites da música electrónica, e sublinha o talento visionário que Andres Trentemoller é.
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