08 janeiro 2008

Do fundo da prateleira # 7 - The God Machine - “One Last Laugh In A Place of Dying” (1994 Fiction)

Os The God Machine eram um trio de amigos oriundos de San Diego, que se encontrariam ocasionalmente em Inglaterra onde acabariam por formar uma banda.
Aí permaneceriam ilegalmente, tendo habitado em casas abandonadas, trabalhado como lacaios, até conseguirem juntar o dinheiro suficiente para adquirir instrumentos musicais. Posteriormente, e através de “demos” atraíram o interesse da editora Fiction, propriedade dos The Cure.
O seu disco de estreia “Scenes From The Second Storey” era hipnótico e minimalista, mas com um lado melódico que penetrava através das sombrias atmosferas e do lamento “ferido” do vocalista Robin Proper-Sheppard.
Para o segundo disco, ampliaram o som, sem o tornarem macio.
Utilizando como inspiração uma técnica de produção, que podemos classificar como similar à fase final dos Talk Talk, que pretendia suavizar o acesso à sua introspecção e cólera.
Assim através de arranjos pouco densos e da produção “simples”, conseguiram que as estimulantes letras de Proper-Sheppard fossem ainda mais incisivas.
Ele dizia em “Painless”: “You said life could be painless and I’m sorry but that’s not what I’ve found”, e infelizmente, a letra profetizou a morte do baixista Jimmy Hernandez, que iria falecer pouco tempo depois do disco estar concluído com um hemorragia cerebral (e assim a origem do título do disco seja apropriada).
No final, a edição que saiu para a rua, continha as versões rudimentares, ainda sem o polimento pretendido, mas as imponentes canções e a forte química existente foram elevadas pela produção agreste.
Proper-Sheppard trocou a afronta pela resignação, e a electricidade pela acústica, no seu projecto actual Sophia.

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