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02 junho 2010

In the Beginning # 4 - Spiritualized – “Lazer Guided Melodies” (1992 Dedicated)

Após o término dos seminais Spacemen 3, o obscuro “rocker” Jason Pierce avançou em frente com o projecto Spiritualized, cujo brilhante disco de estreia “Lazer Guided Melodies” provou que as espirais hipnóticas de “noise” nem sempre levam os ouvintes à catatonia. “Lazer Guided Melodies” é por muitos considerado como música evangélica para aqueles que adoram o altar dos “estados mentais alterados”, mas nunca soa ocioso ou lento na sua tentativa de levar o ouvinte a lugares muito mais elevados.
A dramática voz de Pierce, planeia sobre as alegóricas e felpudas paisagens sonoras que se dilatam com um requinte “art-rock” e uma ousadia “arena-rock”, mas que se recusam a derivar sem objectivo para um qualquer buraco negro que possa sugar toda a paixão evidenciada como acontece com outros similares grupos do denominado “space-rock”. Este disco atinge patamares verdadeiramente poderosos, que seriam posteriormente reflectidos em “Ladies and Gentlemen We Are Floating in Space”, mas que para muitos, nunca soaram tão perfeitos e brilhantes como aqui, com uma radiância tumultuada, num plano superior de existência.
Em ultima análise, a capacidade dos Spiritualized para estabilizar a sua orbita é resultado da forma como as sublimes melodias encaixam perfeitamente dentro das primorosamente trabalhas outras camadas sonoras que são construídas ao longo de cada canção no impecável “Lazer Guided Melodies” (seja a beleza cintilante de “You Know It’s True”, o “uptempo” exagerado de “Run” e “Angel Sigh”, a sensação hipnotizante de “Shine A Light” ou os oscilantes e espaçados “Step Into The Breeze”, “Symphony Space” e “Sway”) - um original casamento do natural com o sobrenatural que faz com que flutuar no espaço pareça uma actividade perfeitamente normal.
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Spiritualized - Shine A Light

19 novembro 2009

Soulsavers - Broken” (2009 V2)

Em primeiro lugar, o que impressiona é a enorme evolução que “Broken” demonstra em relação ao disco anterior dos Soulsavers, “It’s Not How Far You Fall, It´s The Way You Land”.
Estamos na presença de um disco coeso, quer musical quer liricamente, assente na estranha combinação de Mark Lanegan com o duo Soulsavers, e que parece não estar confinada a géneros musicais e nem em ter limites. Este facto não será estranho a Lanegan, pois o próprio sempre se renovou ao longo da sua carreira, desde os tempos dos Screaming Trees, e passando por colaborações tão distintas como com Isobel Campbell ou com Greg Dulli nos The Gutter Twins.
E se o começo com o dilacerante “Seventh Proof” revela a qualidade e o conhecimento musical do duo Rich Machin e Ian Glover, quando ouvimos a sinistra e amarga “Death Bells”, é evidente que a presença do angustiado e errante Mark Lanegan (que no disco anterior tinha uma participação ocasional), é a mais-valia deste disco, pelo imenso impacto que a sua elegante, sombria, penetrante e rude voz atinge no ouvinte. Por isso mesmo, ele o ofusca os outros notáveis convidados presentes ao longo do disco, e que incluem Gibby Haynes (Butthole Surfers), Richard Hawley, Mike Patton (Faith No More, Mr. Bungle, Fantomas, etc) ou Jason Pierce dos Spiritualized.
Mas isto não significa que o disco não esteja recheado de belas canções que alternam entre uma introspecção deprimida e uma exuberância dramática, como a elegante “Unbalanced Pieces”, a virtuosa “You’ll Miss Me When I Burn”, o conforto jubiloso de “Shadows Fall”, a taciturna “Can’t Catch The Rain”, ou “Praying Ground” com a assombrosa voz de Rosa Agostino dos Red Ghost.
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