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21 janeiro 2008

Classic # 11 - David Sylvian - “Secrets of the Beehive” (1987 Virgin)

O que mais me fascina neste disco produzido por Steve Nye é a sua simplicidade, que assenta em três características essenciais: a primeira, a instrumentalização simples, num estilo experimental, com elementos de “jazz” em algumas faixas, e nos ordenados arranjos: obsidiantes, orgânicos e apaticamente terrenos; a segunda é a voz quente de David Sylvian que tem o poder de nós embalar num estado de tranquilidade; e a terceira, as canções: as requintadas letras demonstram uma profundidade fora do alcance das casuais contemplações relativas ao amor e à vida, esperança e desespero, fundidas com mitos e mistérios e são recheadas em metáforas e magia. São pequenas histórias elípticas, todas elas lacónicas, mas no entanto sedutoras. Assombrosas, mas não depressivas.
O disco abre de uma forma minimal com “September”, piano, arranjo de cordas, e voz, que fala sobre a dualidade do Outono que traz beleza no amontoar da queda das folhas.
E inclui duas das minhas canções favoritas: “The Devil’s Own” com uma sofisticada melodia que parece que flutua no ar, este tema tem uma qualidade etérea que torna difícil de descrever ou replicar, e a toxicamente bela “When Poets Dreamed of Angels” com uma poderosa qualidade rítmica e emotiva.
Mas ainda temos canções do calibre de “Orpheus”, “The Boy with The Gun” ou “Let the Happiness In”, que tornam o disco verdadeiramente arrebatador.
Como bónus a edição em CD contém ainda uma versão da magnífica colaboração com Ryuichi Sakamoto para a banda-sonora de “Merry Christmas Mr.Lawrence”: “Forbidden Colours”. Mais uma pérola.