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02 dezembro 2009

Rock # 10 - Band Of Susans – “Hope Against Hope” (1988 Blast First)

Oriundos de Nova Iorque, o guitarrista Robert Poss e a baixista Susan Stenger criaram uma banda cujo nome derivou do simples facto de na altura três dos seus elementos se chamarem Susan. Inspirados em igual medida por Glenn Branca e Rhys Chatham, pelos Wire e pelo no-wave dos seus conterrâneos Live Skull e Sonic Youth, criaram um som verdadeiramente único, se por um lado era extremamente agressivo, aguçado e abrasivo, por outro era estratificadamente melódico. Misturaram uma sonoridade reminiscente do movimento “no-wave” nova-iorquino, com outra mais próxima do movimento shoegazing que provinha de Inglaterra.
Resultaram texturas e tonalidades sónicas, executadas através de simples e repetitivos acordes e matrizes de baixo em constante movimento, recheados com enormes camadas de guitarras “noise” para produzir uma vivificante e visceral corrente de magma melodioso, entregues ou pelo ruidoso “falsetto” de Poss ou pelo gentil gutural de Stenger. O facto de coabitarem na banda três guitarristas, deu à música uma qualidade compacta, onde um revestimento tectónico de feedback, distorção e acordes desfocados e disfuncionais, escondia nas dissonantes e inconstantes “walls of noise”, as estruturas e as melodias mais convencionais.
O seu disco de estreia, o corrosivo “Hope Against Hope”, foi considerado por muitos como uma versão americana de “Psychocandy” dos The Jesus And The Mary Chain, e daí destacam-se, para além do propulsivo tema-título, a fulminante “Not Even Close”, a estridente “Throne Of Blood”, a devaneadora “All The Wrong Reasons” ou a densa “You Were An Optimist”.
O disco seguinte “Love Agenda” (1989) é outra excelente colecção de canções embriagadas e consumptivas, que contou com a participação de Page Hamilton, futuro fundador dos Helmet.
Discos fascinantes e que ainda hoje soam actuais.
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28 janeiro 2008

Do fundo da prateleira # 8 - Helmet – “Strap It On” (1990 Amphetamine Reptile)

Provavelmente sejam mais (re)conhecidos pelo seu trabalho de 1992, “Meantime”, editado já na Interscope, que acabou por ser um disco bastante apreciado pela crítica, e que até podemos considerá-lo como quase perfeito. Mas “Meantime”, não seria a primeira grande produção deste quarteto oriundo de Nova Iorque. Com “Strap It On”, o seu disco de estreia, os Helmet ampliaram o triturar ruidoso que caracterizava os seus primeiros registos ao extrair a sua essência.
Consta que o vocalista, compositor e guitarrista principal do grupo, Page Hamilton, tinha rigorosos processos na composição da canções, mas temas como “Repetition” e “Distracted” foram construídas a partir de pouco mais do que letras simplesmente berradas, alguns “riffs” verdadeiramente defraudantes e um solo de guitarra totalmente discordante. Mas a sua simplicidade era única, e que o baixista Henry Bogdan e o baterista John Stanier (actualmente nos Battles) ajudaram a intensificar com uma combinação de frugalidade e força bruta.
Apesar de a banda posteriormente se ter tornado mais “funky” no álbum “Betty” de 1994 e de ter assimilado os benefícios de uma melhor produção, nunca mais se aproximaram da fórmula aqui aperfeiçoada.

28 maio 2007

Battles – “Mirrored” (2007 Warp)

Finalmente chegou “fisicamente” este primeiro disco para a Warp deste grupo de Nova Iorque, que inclui ex-membros dos Don Caballero, Helmet, Tomahawk e Lynx.
Excitante, deslumbrante, imprevisível, e carregado de ideias novas, “Mirrored” é um disco único. O grupo não tem receio de forçar os limites sonoros independentemente do risco de alienar alguns dos seus antigos fãs.
Com “Mirrored”, criaram um grande disco. E em relação aos trabalhos anteriores, ainda expandiram mais a sua música ao adicionar vozes e refrãos mais “pop”. O tema de abertura “Race:In” é o exemplo perfeito desta mudança no som dos Battles, onde as vocalizações assumem o destaque. Não são as letras, são as vozes, muitas vezes tão desenquadradas que não se percebe o que se pretende dizer.
O grupo pode ser facilmente comparável com os géneros de “math rock” e electrónica, no entanto não se prendem a estas referências, e são capazes de surpreender com canções dançáveis como “Leyendecker”, ou dragar aquele “beat” contínuo e poderoso baixo, nada previsível, como no single “Atlas”.
O futuro do rock passará por aqui.