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27 agosto 2010

Covers # 14

Para encerrar o ciclo dos ultimos posts que estavam relacionadas com a editora 4AD, andei pela prateleira e encontrei estas versões:


Um das bandas mais bizarras que esteve na 4AD, recriou este tema que acabou por ser um inesperado sucesso no inicio da decada de 80:



Das poucas "covers" que os Pixies realizaram, esconderam uma no lado B do single "Velouria", para o pretenso "padrinho" do "grunge"


E em relação aos Pixies, a sua influência é enorme e não faltam "covers":





14 maio 2010

The Besnard Lakes - “The Besnard Lakes Are the Roaring Night” (2010 Jagjaguwar)

Os canhões, o fogo e o céu vermelho presentes na capa do terceiro disco do grupo de Montreal são um claro indicador do que se encontra no seu interior.
Mais ritmado e imediato do que o anterior “The Besnard Lakes Are a Dark Horse”, onde tinham brilhantemente estabelecido a ambiciosa combinação entre “pop” orquestral e “guitar-heavy rock” (e que muitos mais milhares de grupos também tentaram sem sucesso fazer), aqui a mistura desses aparentemente incompatíveis estilos é ainda mais transparente e refinada.
Além disso eles realmente parecem ter retirado os seus fundamentos de bases mais distantes, e o seu majestosamente intenso “rock psicadélico” carregado de reverberação é bem alimentado por guitarras que sugerem influências tão díspares como Hawkwind ou Godspeed You! Black Emperor, mas também revelam uma real leveza de carácter.
O álbum é cintilantemente lúcido, demonstrando que eles obviamente estão no seu elemento, e tal como os discos anteriores, é um registo que funciona como um todo e que garante uma plena e ininterrupta audição do início ao fim, pela forma como as canções se fundem maravilhosamente nos seus ambientes circundantes.
Assim o voluptuoso épico “Like The Ocean, Like The Innocent, part II - The Innocent”, é edificado de uma forma que eleva a guitarra psicadélica e as maravilhosamente atmosféricas harmonias (aqui denota-se uma inspiração de Neil Young), a beleza etérea de “Chicago Train”, começa com as perfeitas harmonias bem ao estilo The Beach Boys por cima de um delicado sintetizador até que por volta do meio da música esta muda bruscamente para uma engrenagem em crescendo de reverberação e volutas vocalizações, o brilhante “Albatross” combina a deslumbrante voz de Olga Goreas com enormes “drones” de guitarra como pano de fundo, invadindo o território “shoegazing”, e a cintilante “Land Of Living Skies” contrasta as grandes camadas de ondulantes guitarras com as vocalizações espectrais.
Quase que posso garantir que não irá fazer o mesmo ruído que “…Are a Dark Horse”, mas estamos na presença de um álbum definitivamente forte e mais inequívoco que o anterior.
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04 dezembro 2009

My Favorites # 18 - Mark Lanegan - “Whiskey For The Holy Ghost” (1994 Sub Pop)

Ainda a propósito do recente post sobre o último disco dos Soulsavers, será uma pena se a maioria das pessoas apenas conhecer Mark Lanegan como ex-membro dos Screaming Trees, membro ocasional dos Queens of The Stone Age ou aquele que tornou os últimos discos de Isobel Campbell tão formidavelmente especiais.
O seu trabalho a solo é indispensável, especialmente o sombriamente esplendoroso segundo disco – que demorou cerca de três anos a gravar, com a ajuda de Mike Johnson na altura nos Dinosaur Jr. e dos veteranos produtores/engenheiros de som Jack Endino e Terry Date, entre outros notáveis convidados – e que é uma absoluta obra-prima.
Triste, profundamente atmosférico e introspectivo, apesar de às vezes ser levemente reconfortante, representava uma significante rotura em relação ao seu trabalho com os Screaming Trees e em relação ao seu primeiro disco a solo - “The Winding Sheet”- revelava uma maior consistência global e um acréscimo de maturidade na escrita de Lanegan.
Ele, confessadamente tentava combater os seus demónios pessoais, que habitavam o seu despojado, mas todavia esperançoso mundo, através de encantadoras canções acerca de abandono e desespero, expondo-nos completamente a nu a sua atormentada alma. Mas a melancolia presente é compensada pelas requintadas e melódicas canções, que surgem uma atrás da outra, tão dolorosamente belas que não deixarão o ouvinte indiferente. E depois destaca-se o baixo, mas profundo tom de voz de Lanegan, marcado por demasiadas garrafas de whiskey e milhares de maços de cigarros, e ao contrário dos Screaming Trees, onde ele forçava a sua voz até ao alcance máximo possível, aqui ele permite-a descer até ao seu alcance mais natural, que reforça a sua abordagem musical, maioritariamente assente nas palavras.
Ouçam a atmosférica mistura do baixo com a guitarra acústica de “The River Rise”, a reconfortante “Kingdoms Of Rain”, a bizarra “Carnival”, a magnifica “El Sol”, a assombrosa “Judas Touch”, a lamentosa “Beggar’s Blues” ou “Sunrise”.
Revelando uma maravilhosa força motriz, é provavelmente o seu melhor disco, e se quisermos enquadra-lo com outra obra-prima de conteúdo similar, podemos coloca-lo ao nível de “On The Beach” de Neil Young.
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18 março 2009

Rock # 6 - Dinosaur Jr.- “You’re Living All Over Me” (1987 SST) / “Bug” (1988 SST)

Apesar de nunca terem tido a importância histórica de uns Pixies ou Sonic Youth, ou mesmo de uns Hüsker Dü ou Big Black, foi por aqui, via The Stooges e o “punk-hardcore” que se começou a desenvolver o caminho que iria levar aos Nirvana. É aqui que encontramos as raízes do grunge e do “lo-fi”.
O trio de Amherst composto por J. Mascis, Lou Barlow e Murph, foram uma explosão de energia, resultado da acção combinada entre a vitalidade e a tensão da química interna produzida pelo grupo liderada por J Mascis, um proto-Cobain que escreveu importantes capítulos na história da guitarra eléctrica. Ousadamente tornaram OK criarem “jams” e aplicarem extensos solos no essencialmente leal movimento “punk-indie”, totalmente desprovido de qualquer enfeite musical.
No inigualável “You’re Living All Over Me”, as canções são concisas e sinceras, onde os dotes e a presença de Mascis são colossais, pela intensidade emocional que coloca nos seus solos de guitarra, complementado por um grande trabalho de Barlow no baixo, uma mistura de melodia e distorção.
Brilhante desde o distinto e contagiantemente louco “feedback” de “Little Fury Things”, passando pela segura “The Lung”, pelo agradável “noise” de “Tarpit”, pela forma como as pesadas guitarras de “Raisans” e a insana “Sludgefeast” envenenam o ouvinte com o seu poder, até chegarmos a “Lose” e à assombrosa “Poledo”, ambas escritas por Barlow (cujas sonoridade relembram mais as desenvolvidas posteriormente no seu trabalho com os Sebadoh).
Em “Bug” o som está mais ordenado e estruturado, mas a banda estava prestes a explodir em conflitos internos. No entanto as acções combinadas mantêm-se num nível elevadíssimo, onde a dinâmica “soft/hard” é um padrão que iguala a atitude de Mascis, que alterna entre delicadeza e desejo e um mortal desencantamento, bem reflectida no ocioso e suavemente distorcido “garage.rock” de “Freak Scene” (a “marca registada” era resmungar vagarosamente vocalizações “folk” e rápidos, ásperos “riffs” e depois derramar ardentes solos de guitarra). Destacam-se ainda o dilacerantemente belo solo de “No Bones”, o reprimido “trashing” de “Pond Song” (que relembra Neil Young na fase “Rust Never Sleeps”), a directa “Budge”, e os enormes e patetas “riffs” de “Yeah We Know”.
Dois discos de prazer intenso misturado com sofrimento intenso.
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22 outubro 2007

Band of Horses – “Cease to Begin” (2007 Sub Pop)

O segundo álbum do grupo de Seattle é mais um grande conjunto de canções que reforça a qualidade de compositor de Ben Bridwell, que agora está sozinho, depois da partida de Matt Brooke.
E com uma mudança geográfica ocorrida para a gravação deste disco, o som também sofreu alterações, denotando-se que o tentaram expandir. Tudo parece mais grandioso. As guitarras, a bateria, as vozes.
Apesar disso, o tema que abre o disco, o grande “Is There a Ghost”, demonstra que o som típico dos BOH está presente, ao evoluir dentro da canção, do estilo acústico de Neil Young, para a explosão de distorção bem ao estilo “rock” de uns My Morning Jacket. E no meio desses ruídos sonoros, aquela magnífica voz continua presente, sempre em destaque, elevando a canção ao nível do sublime.
A parir daqui, e apesar de “Cease To Begin” ser um disco de raiz Americana, canções de base “country” como a enérgica “The General Specific” ficam com um ar solene, e outras tipicamente rock como “Lamb on the Lam (In the City)”, “Cigarettes, Wedding Blues” (uma das melhoras aqui presentes) ou “Marry Song”, mexem com o disco.
E fecha de uma forma perfeita com o “country-blues” redentores de “Window Blues”.
O disco fala-nos de amor, morte, pequenas cidades, vizinhos, e também de um ex-jogador da NBA. “Detlef Schrempf”, dedicado ao ex-jogador oriundo da Alemanha, apesar de estranha, é emocionalmente gentil.
Um álbum arriscado, musicalmente, mas que verá o seu esforço recompensado ao figurar nos mais interessantes discos de rock do ano.

01 agosto 2007

Singles # 2 - Saint Etienne – “Only Love Can Break Your Heart” (1990 Heavenly)

Surgiram do nada com uma versão fantástica do original de Neil Young, e com o nome inspirado na famosa equipa francesa de futebol dos anos 70.
Pegaram no rústico original e transformaram-no numa excelente canção “pop” para a geração pós-rave, com uma batida irresistível, um crescendo de piano e um baixo orquestralmente mecânico, dando-lhe uma nova e impensável revisão.
Na altura sem vocalista definida, utilizaram Moira Lambert, que ao não acrescentar muita emoção na performance, acabou por favorecer a canção.
A mesma tornar-se-ia um clássico “chill-out” devido à excelente remistura realizada pelo mágico Andrew Weatherall, “mix of two halves” presente na versão 12” e na posterior re-edição em CD.
Como muito do trabalho inicial do St. Etienne (“Nothing Can Stop Us”; “Filthy”; Join Our Club"), “Only Love Can Break Your Heart”, é fortemente evocativo de uma época, o verão do início dos anos 90.

PS – Para os curiosos o original está no “After The Gold Rush”, e também é uma excelente canção, dentro do seu género.

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