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12 junho 2010

Electronic # 17 - Dntel – “Life Is Full Of Possibilities” (2001 Plug Research)

Os discos anteriores do projecto de Jimmy Tamborello dos Figurine estavam mais alinhados com o IDM praticado por experimentalistas com Fennesz ou Oval. Mas aqui ele resolveu sair das gélidas sombras do “glitch” e separar-se dos inúmeros “bedroom programmers” e apimentar a sua electrónica ao fundi-la com elementos do mais irregular” indie-pop” - incluindo o recrutamento de alguns vocalistas da elite “indie” como Ben Gibbard dos Death Cab For Cutie, Mia Doi Todd ou Chris Gunst dos Beachwood Sparks – explorando no processo todas as suas incomparáveis e infinitas possibilidades.
Assim magníficos instrumentais são intercambiados com canções onde Tamborello manipula os convidados vocais como se fossem “samples” para criar delicados e intimistas ambientes. O disco demonstra a incrível capacidade de Tamborello para elaborar intricadamente acessíveis e credíveis canções “pop” a partir das mais abstractas formas da música electrónica, pois poucos “músicos electrónicos” chegam perto da robustez de composição contida neste delicadamente produzido disco.
Sejam os encharcados efeitos digitais de “Umbrella”, o assombroso “Anywhere Anyone”, com Mia Doi Todd a cantar tristemente sobre uma mix de sintetizadores invertidos e “glockenspiels” a pingar em reverberação, a escuridão confusa de “Fear of Corners”, o ambiente flutuante de “Pillowcase”, a maravilhosa tristeza de “Why I’m So Unhappy” ou a excelente melodia de “The Dream of Evan and Chan” que acendeu a parceria musical com Ben Gibbard e que resultaria no sucesso dos The Postal Service.
Um disco precioso e negligenciado que merece o seu muito legitimo lugar como uma das mais inventivas e deslumbrantes peças da moderna música electrónica.
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26 novembro 2009

Pop # 8 - Beachwood Sparks – “Once We Were Trees” (2001 Sub Pop)

Numa primeira abordagem este disco até poderá parecer fácil de descrever, mas escutando-o atentamente, constatamos que já não será assim.
É certo que similitudes serão sempre descortinadas, mas elas também não estão escondidas, pelo contrário, estão bem visível na sonoridade “West Coast” “country-pop” que incorpora o estilo sonoro saltitante de bandas como os The Byrds, os Love ou os The Flying Burrito Brothers - e cujas influências eles nunca negaram – e no facto dela ser intencionalmente sombria, reproduzida por processos e efeitos que utilizam variados métodos “vintage”. Mas neste disco também é visível o facto de explorarem ambiciosamente o alegre e puro psicadelismo mais em comum com os Pink Floyd de “A Saucerful Of Secrets”.
Eles soam verdadeiramente originais e desafiam uma categorização fácil. Produzem uma sonoridade aveludada, com óptimas mudanças rítmicas, magníficos arranjos orquestrais e harmonias fantásticas, assentes essencialmente nas estranhas vocalizações ondulantes, nas impetuosas guitarras e no espectral órgão.
Daí resultam canções incrivelmente contagiantes como “Confusion Is Nothing New”, “The Sun Surrounds Me”, “Let It Run”, “Your Selfish Ways”, ou a surpreendentemente soberba e palpitante versão de ”By Your Side”, original de Sade, que contém uma mensagem lírica que transmite ao ouvinte um sentimento de conforto e esperança, e que assim dá alguma serenidade ao tom carregado mais predominante ao longo deste disco complexo, que certamente se tornará num clássico intemporal.
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