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30 julho 2010

Classic # 27 - Bauhaus - “In The Flat Field” (1980 4AD)

Sempre odiei o rótulo “gótico”, esse mesmo não fez outra coisa senão prejudicar os Bauhaus, pois para mim eles são tão “rockers” como Elvis Presley.
O seu disco de estreia, “In The Flat Field”, é uma grande obra do melhor “art rock” expressionista.
Provavelmente a banda foi responsável pela criação de um género musical e de um estilo de vida cultural, mas em primeiro lugar, os Bauhaus eram um colectivo de génios criativos. Podem questionar se bandas como The Sisters of Mercy ou mesmo Alien Sex Fiend foram superiores quando se tratava do “rock gótico”, mas nenhuma delas conseguiu executar os inúmeros estilos que os Bauhaus abordaram com perfeição.
“In The Flat Field” contém uma série de pedras angulares do dicionário “rock gótico”, mas simultaneamente oferece um punhado de faixas que mostram como os Bauhaus estavam definitivamente dispostos e aptos para assumir riscos. Hinos fúnebres como “Double Dare” e “Stigmata Martyr” basicamente definiram o modelo de como deveria soar a música gótica, no entanto em faixas como “God In An Alcove” a banda parece dizer “fuck off” ao suposto “público alvo” e a verdadeira capacidade artística é demonstrada em peças experimentais como “Nerves”.
O álbum é muito intenso, não sendo depressivo, é paranóico e recheado de uma negra vida cinética, muito mais do que em qualquer dos outros registos dos Bauhaus. Mas a instrumentação austera e a bela, vacilante e profunda voz de Peter Murphy são o que realmente define o som Bauhaus.
A negra e muscular beleza dos Bauhaus mais do que criar um género, é responsável pelo nascimento de uma subcultura “rock n' roll” obcecada pela morte, que poderia ser simultaneamente assustadora, ritmada e experimental mas sem perder o “focus” na sua visão única.
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05 março 2008

Singles # 13 - Bauhaus - “Bela Lugosi’s Dead” (1979 Small Wonder)

Diz-se que esta canção marcou o início e definiu as elaboradas fantasias cimérias do rock gótico.
Gravado na pequena editora Small Wonder, o primeiro single da banda originária de Northampton, é uma dedicatória ao ícone actor de série B, Bela Lugosi, que se tornaria conhecia pela sua interpretação no filme “Dracula”, realizado em 1931 por Tod Browning, provavelmente ainda hoje o melhor.
Eram dez minutos que criavam uma atmosfera de tensão, resultantes da combinação da voz “cavernosa” de Peter Murphy, apoiada no baixo de David J, na bateria repetitiva de Kevin Haskins e nos sons minimalistas criados pela guitarra de Daniel Ash.
E a canção termina de uma forma magistral com Murphy repetindo “Undead, Undead, Undead…” que parece evocar e reforçar a eternidade dos mitos de Dracula e Lugosi.
Em 1983, a aparição dos Bauhaus no início do filme “The Hunger” de Tony Scott, com David Bowie e Catherine Deneuve, é um prelúdio absolutamente propício para o ambiente soturno que caracteriza a discoteca onde decorre essa primeira cena. E com Murphy a demonstrar porque era (é) um dos melhores “performers” musicais, na forma como interage com a câmara.
A seguir veio “In The Flat Field”.
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