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03 julho 2010

Singles # 24 - Beck – “Loser” (1993/4 Bong Load/Geffen)

Em 1992, Beck Hansen vivia em Los Angeles e ocasionalmente tocava num pequeno espaço chamado Jabberjaw. Os seus contactos nesse espaço levaram à sua apresentação a um produtor local chamado Karl Stephenson – o cérebro por detrás do projecto “art-pop” Forest For The Trees.
A dupla, juntamente com um amigo em comum, resolveu reuniu-se em casa de Stephenson, onde Beck tocou algumas das suas canções, mas nada de produtivo surgiu, e Stephenson, inclusive, parecia terrivelmente entediado. Numa altura em que Beck começou a tocar um “riff” de guitarra “slide”, os outros saíram para comer uma pizza, e deixaram a “tape” a rolar, Beck escreveu a letra enquanto eles estavam ausentes e posteriormente gravaram a canção, tendo Stephenson adicionado um “drum beat”. Tudo foi feito num par de horas, e quando Beck saiu, já se tinha esquecido completamente da canção.
Nove meses depois a Bong Load Records emitiu 500 cópias da mesma. Rapidamente cópias gravadas começaram a circular pelas rádios americanas e na Primavera de 1994, “Loser” tornou-se um “hit single”, tendo Beck assinado com a Geffen. O “timing”, fortuitamente foi brilhante: com a obsessão dos “media” pela geração “slacker” num pico absoluto, uma canção a conter um refrão destes, era referência obrigatória para chocar a consciência americana.
E se tudo isto ameaçou Beck de se tornar um “one-hit wonder”, a sua carreira posterior não deixa dúvidas sobre esse facto.
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15 junho 2009

Classic # 21 - Serge Gainsbourg - “Histoire De Melody Nelson” (1971 Philips)

Se bem que Gainsbourg já tivesse determinado para si próprio, uma vida recheada de provocações e comportamentos semi-proibidos, como adição à de estrela musical, as partes nunca encaixaram tão perfeitamente como em “Histoire De Melody Nelson”, que pode ter só 28 minutos, mas que 28 minutos. Uma hábil e intrigante história baseada no brusco romance do narrador com a jovem ninfa Melody do título, de apenas 14 anos. E onde Serge exercitou uma orquestra de 50 elementos com uma destreza que faz com que as obras contemporâneas grandiosamente propensas como “Tommy” dos The Who, pareçam imensamente deselegantes.
Seguindo o seu impulso para chocar, a história é Gainsbourg no seu método tipicamente atenuante: conheceu Melody depois de a derrubar na sua bicicleta com o seu Rolls Royce, depois planeia transporta-la bizarramente para Sunderland, mas entretanto ela morre numa acidente de aviação.
Melody é bem representada no disco e na sua capa pela grávida, no entanto ainda púbere Jane Birkin (sua companheira de vários anos), enquanto a música (criada em colaboração com Jean-Claude Vannier, e que foi samplado por Massive Attack e Portishead, entre outros) alterna desde a resolutamente cinemática “Melody”, passando por várias ritmadas baladas, pelo interlúdio orgiástico “En Melody”, com os risinhos despropositados de Birkin, antes de concluir com o imperioso e trágico “Cargo Culte”.
Uma obra-prima inundada com delicadas guitarras, luxuriantes arranjos de cordas e impetuosos coros, que continua a atrair atenção, pelo numeroso numero de admiradores famosos (Air, Beck), e que serviu de planta para obras como “This Is Hardcore” dos Pulp.
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28 abril 2009

Compilação # 5 - The Beta Band – “The 3 E.P.s” (1998 Regal)

O grupo de Edimburgo juntou aqui os seus três altamente coleccionáveis EP’s, de edição limitada que chegam a atingir preços exorbitantes no mercado. E aqui é onde eles estão ao seu melhor e não no homónimo disco de estreia.
A música é tão idiossincrática e nada processada, super nostálgica e surge algo desligada do mundo, no entanto é extremamente emocional, distinta e excitante. Será algo parecido a um “cocktail” onde se misturam Beck, música psicadélica e “jams”. Mas isso é reduzir a enorme ambição sonora que almejam. Incluindo uma extraordinária variedade de sonoridade e géneros musicais no seu interior, nota-se essencialmente que se estão a divertir, pela forma como os patetas, complacentes, premeditadamente repetitivos ritmos psicadélicos abundam. E se o seu intentado som é desordenado com a inclusão de todo o tipo de instrumentos, como bongos, guitarras acústicas, trompetes, harpas, “hammonds”, palmas e “dub bass” (onde entrelaçando tudo isto está a soporífica voz de Steve Mason), este foi tecnicamente fundido com destreza para elevar a sua aura exótica.
Sendo impossível indicar uma canção que seja o perfeito exemplo da sonoridade criada pelos The Beta Band, podemos destacar a delicada intimidade de “I Know”, a sedutora monástica nostalgia de “Dr. Baker”, a extremamente relaxada cadência rítmica do indolente manifesto “Dry The Rain” (como é possível resistir a esta vibrante canção), a fantástica “Inner Meet Me”, o “pedrado” deambular de “Push It Out”, a atenuante “Needles In My Eyes”, o hábil e subtil poder de “Dogs Got A Bone”, a épica sensibilidade “pop” de “She’s The One”, e os 16 minutos da louca e sinuosa “The Monolith”.
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09 julho 2008

Covers # 4

A aquisição do ultimo single dos Spiritualized, "Soul On Fire", trazia como brinde no seu lado B, uma versão de "True Love Will Find You In The End" do enigmático Daniel Johnson.
Este artista já teve a sua música louvada e revista por gente tão diversa como Tom Waits, Yo La Tengo ou Teenage Fanclub. E esta canção em especial é uma das mais celebradas.

Spiritualized - True Love Will Find You In The End (Daniel Johnson)

Assim lembrei-me que já tinha uma versão para o mesmo tema no lado B
de "A Shot In the Arm" dos Wilco.


E que também Beck já tinha realizado uma versão para o disco de homenagem "The Late Great Daniel Johnston: Discovered Covered"


E na sequência do post anterior, na compilação de 1988 "Sub Pop 200", os Mudhoney fizeram esta versão: