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08 março 2010

Covers # 12

Mais uma fim-de-semana de chuva, mais uma oportunidade de procurar umas versões pela prateleira (algo que já tardava). A letra L surge aqui privilegiada, mas apenas porque os discos estavam guardados juntos, e porque já não os ouvia hà muito tempo.


Um edição especial de "Is A Woman" tem como bónus este curiosidade:

Já as Le Tigre optaram por este velho clássico "disco-pop":


Evan Dando pegou neste surpreendente "hit":


Para acabar e na sequência do último post, podemos continuar a exploração das influências musicais dos R.E.M.. Eles esconderam este tema de Alan Vega e Martin Rev no labo B de "Orange Crush":
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07 agosto 2009

My Favorites # 16 - Lambchop – “Nixon” (2000 Merge)

Kurt Wagner e a sua cada vez maior banda, podem provir de Nashville, mas a sua sonoridade vai muito mais além do que as limitações que essa cidade impôs na música “country”.
Os excelentes “How I Quit Smoking” e “What Another Man Spills” são completados em “Nixon” um disco mais coeso, aonde às fundações sombrias e rurais, continuam a adicionar enfeites “r&b” e “blues”.
Um dos poucos genuinamente sentimentais discos da ultima década, onde se encontram algumas das sonoridades mais melancolicamente purificadas que já ouvi. Está recheado de fantásticos arranjos e melodias luxuriantes delicadamente executadas que incluem ociosas guitarras, secção de sopro e uma vibrante secção de cordas. E se a musica por si só bastava para tornar este disco honroso, temos que acrescentar as infames, excêntricas e singulares letras, aqui no seu máximo de coerência, sinceridade e consciência social, entregues no inquietante e embaraçantemente desamparado “falsetto” de Wagner, muito atmosférico e dócil, e que realmente relembra o eterno Curtis Mayfield.
Destacar uma canção é difícil, mas como favoritas pessoais, enumero a genial “Up With People” (e o seu magistral final), a ilustre “You Masculine You”, a bestial “Grumpus”, “The Old Gold Shoe” ou a enorme “The Book I Haven’t Read”.
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27 junho 2008

Bonnie “Prince” Billy - “Lie Down in The Light” (2008 Drag City/Domino)

Este senhor anda a estragar-me o orçamento. Will Oldham sempre foi muito prolífero, mas ultimamente tem sido demais. Depois das colaborações (menos conseguidas) com Tortoise ou Matt Sweeney, este ano já tivemos o disco de versões e a colaboração com Dawn McCarthy dos Faun Fables. E se pensássemos que toda esta actividade o fizesse distrair, enganamo-nos, pois aqui temos mais um disco magnificente, o melhor desde “I See A Darkness”.
Existe um regresso ao som mais tradicional de “Master & Everyone” (não será estranho a presença em ambos do produtor Mark Nevers dos Lambchop), e um afastamento do som mais polido de “The Letting Go”. Mas Oldham introduziu algumas peculiaridades, como a sonoridade “jazzy” presente em “For Every Field There’s a Mole”. Os temas são os habituais: a futilidade humana, amores perdidos e hinos a Deus, as canções, simples na estrutura, mas nunca monótonas, são luxuriantes, vigorosas, e os meticulosos arranjos são do melhor que já produziu na sua carreira. Ouçam a forma como se diverte ruidosamente no comicamente sério “Easy Does It”, ou a simpática e sensível melodia acústica de “(Keep An Eye On) Other’s Gain”.
Mas a maior transformação é a voz de Oldham, mais potente na forma emocionada de articular tão alegremente as superiormente esculpidas melodias. E que é reforçada nas canções que contam com a presença de Ashley Webber dos Black Mountain, com a sua voz enrouquecida, mas muito feminina. Oiçam o contraste no originalmente seco, mas romântico “So Everyone”.
Neste conjunto de canções, Oldham demonstra confiança, ousadia e franqueza, e não uma exagerada inflexibilidade, ao mostrar-se muito menos introspectivo (excepções são a notável “Missing One”e “Lie Down in The Light”), neste disco afectuosamente concebido e maravilhosamente recompensador.

Bonnie "Prince Billy - Easy Does It

26 janeiro 2007

Micah P. Hinson and the Opera Circuit (2006 Sketchbook)

Aproveitando a sua vinda a Portugal, e para quem ainda não conhece a sua obra, Micah canta histórias de tristeza, desespero e agonia, resultantes, no primeiro caso das suas próprias experiências; no segundo, devido a uma dependência de medicamentos, agravada nos últimos anos pela necessidade de aliviar as dores resultantes de um acidente que o deixou impossibilitado de andar.
“Micah P. Hinson and the Opera Circuit” de 2006 é o seu segundo disco, depois de “Micah P. Hinson and the Gospel of Progress” editado em 2004.
Enquanto que “…Gospel of Progress” é o resultado da sua vivência em Abilene, no Texas, e dos seus problemas com as drogas, que o levariam à prisão com apenas 19 anos. Erradamente este trabalho foi catalogado de “free-folk”, talvez pelo facto de ter partilhado os mesmos palcos com Devendra Banhart, que teve em 2005 o seu ano de consagração.
Já “…Opera Circuit” é um disco diferente, um reflexo da alegria e da esperança pelo facto de ter sobrevivido a tudo.
Poderosos arranjos de cordas fornecidos por Eric Bachmann, banjos e bandolins ruidosos, espirais de guitarras panorâmicas, acompanham a voz de Micah, triste e fatigada. Comparações com os Lambchop ou Josh Ritter, são evidentes, mas a combinação das suas histórias com o seu tom de voz faz-me lembrar os primeiros trabalhos de Tom Waits.
O lamento no seu melhor.