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16 fevereiro 2011

Rock # 20 - Fugazi – “Repeater” (1990 Dischord)

Este foi o real inicio para os Fugazi, após dois registos que foram liricamente e musicalmente desenvolvidos por Ian MacKaye (após o termino da sua antiga banda, Minor Threat), “Repeater” já foi uma junção de esforços de toda a banda, e é assim o primeiro real álbum dos Fugazi. Com Guy Picciotto como segundo vocalista e guitarrista, eles levam a banda a uma estranha dicotomia que tanto sustenta, disputa ou condensa o som em novos arranjos que são simultaneamente familiares e estranhos. Joe Lally e Brendan Canty alimentam-se um do outro e criam uma secção rítmica quase tribal que às vezes se torna tão complexa e unificada que é fácil esquecermos que é apenas um baixo e uma bateria. Angular, “funky”, irregular, emocional, politico, “Repeater” foi o anti-“Nevermind”, uma gravação histórica que mudou o som de uma subcultura sem se submeter as mãos gananciosas das grandes editoras. E apesar de as letras de MacKaye e Picciotto parecerem enfadonhas em alguns aspectos, certas linhas ressonam com a clareza de aforismos verdadeiramente Zen: “You are not what you own”; “Merchandise keeps us in line”; “Never mind what’s been selling, it’s what you’re buying”. Mais do que qualquer outra coisa no catálogo dos Fugazi, estas linhas resumem a postura da banda contra a produção de “hits” pelo “rock corporativo”, a manipulação da indústria publicitária e outros restantes abusos de poder. E em contraste com a mentalidade de escapismo, de ironia ou de vitimização que dominou muitos dos discos de “rock alternativo” da mesma década, “Repeater” mostrou que a paz interior é possível para aqueles de nós dispostos a fazer alguns sacrifícios pessoais.
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13 maio 2008

Do fundo da prateleira # 9 - Superchunk - “No Pocky For Kitty” (1991 Merge/Matador)

Originários de Chapel Hill na Carolina do Norte, os Superchunk inicialmente tocavam um “punk” puro para ouvidos “pop”. Ao misturarem o tom áspero dos The Replacements com o sentido melódico dos Buzzcocks, o quarteto trouxe algo único e ajudou a lançar o espírito “DIY” do “rock underground” que se desenvolveu como contraste ao movimento de rock alternativo pós-Nirvana.
E ao contrário de outras bandas os Superchunk transformaram essa estética numa carreira e num movimento, e ao repelirem as grandes editoras multinacionais, a favor da sua própria editora, a Merge, tornaram-se nuns Fugazi da “pop-punk”.
Os seus melhores momentos acabaram por surgir na forma de três minutos explosivos. Muitos deles presentes em “No Pocky For Kitty”. Será menos um grande álbum, mas será certamente uma colecção de grandes “singles”, pois inclui canções furiosamente tímidas e loucamente contagiantes como “Seed Toss” e “Tie A Rope To The Back of The Bus”, todas cantadas pela voz de hélio de Mac McCaughan.
Desde a edição deste disco, os Superchunk transformaram-se em algo raro: “punk-popers” que melhoraram musicalmente com o passar dos anos, sem nunca perderem a sua alma.

Superchunk - Seed Toss