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09 fevereiro 2009

The Phantom Band – “Checkmate Savage” (2009 Chemikal Underground)

O disco de estreia deste sexteto de Glasgow é um assimétrico trabalho de génio, um disco corajosamente ambicioso e verdadeiramente inclassificável.
A Chemikal Underground é uma casa genuína para os resultados aqui apresentados, pois encaixam perfeitamente no lado negro do movimento “indie” escocês condensado pela editora (Arab Strap, Mogwai), e que aqui parece ter encontrado uma banda seminal para revitalizar o seu futuro, pois apesar das canções serem divertidas e relaxadas, existe uma subtil tonalidade sombria que domina.
A versatilidade da banda é impressionante e torna as comparações difíceis, mas entre muitos outros, podemos encontrar semelhanças no dissimulado “folk-rock” dos compatriotas The Beta Band. Experimentam com sons e texturas, mas todo é feito ao serviço da melodia. Podemos afirmar que dividem uma ética “punk”, com uma estética desavergonhadamente “pop”.
Apesar das suas óbvias predilecções para experimentações sonoras, a produção polida de Paul Savage, antigo elemento dos The Delgados, amacia as partes ásperas.
Desde a mais directa arrebatadora “The Howling” com as suas perfeitamente posicionadas golpadas de guitarra e ansiosa melodia, passando pelo ruidoso “pop” psicadélico de “Folk Song Oblivion”, pelo assustador “krautrock-disco“ de “Left Hand Wave”, pelos hermeticamente disciplinados “beats” do frenético “Crocodile” (simultaneamente melancólico e alegre), até ao formidavelmente belo “Island”, onde as harmoniosas guitarras e o distinto coro revelam-se genuinamente comovedores.
Tudo isto resulta num trabalho com um preciso sentido de excentricidade, jovialidade e irrequietude.
Infelizmente não vem de Brooklyn senão seriam já candidatos ao disco do ano.
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04 fevereiro 2009

Editoras # 4 - Chemikal Underground - Uma Selecção







Mogwai – “Young Team” (1997)
Arab Strap – “Philophobia” (1998)
The Delgados – “The Great Eastern“ (2000)
The Radar Brothers –“And The Surrounding Mountains” (2002)

Os primeiros discos editados pela Chemikal Underground relembraram-me da ética da Postcard.

A Chemikal Underground sempre foi vista como a “pateta” prima teenager do rock britânico – e a sua singular petulância apenas reforça essa ideia (ainda se lembram daquelas t-shits utilizadas pelos Mogwai com o dizer: “Blur Are Shite). Na verdade, isso é apenas metade da história. Pois o catalogo inicial da editora escocesa pode ser imperfeitamente dividido em duas distintas categorias: o “pop” acústico facilitado pelos fundadores da editora, The Delgados, e o melancólico experimentalismo condensado pelos Arab Strap.
O disco de estreia dos Mogwai, “Young Team”, encaixa na segunda categoria. É uma viagem provocante – a colecção de fracturados “rock-out” instrumentais, variando desde as entorpecidas guitarras nos versos até às explosões de “feedback” no refrão. “Yes! I Am A Long Way From Home” é reminiscente da sonoridade praticada pelos padrinhos do “lo-fi” Slint, enquanto “Mogwai Fear Satan” ressoa até ao ruidoso final recheado de címbalos.
Mas enquanto as dinâmicas “silêncio/barulho ensurdecedor” dos Mogwai frequentemente obrigam os ouvintes a ajustar os volumes sonoros, os Arab Strap seguem uma ainda mais sombria forma melancólica de tocar guitarra no seu segundo disco “Philophobia”.
Guiados pelas vocalizações resmungonas de Aidan Moffat e unindo sonoridades Velvet Underground com o que soa a uma velha caixa de ritmos Casio, a sua “folk” acústica é deliciosamente triste.
Por contraste, nos The Delgados e nos The Radar Brothers, têm duas bandas desavergonhadamente acessíveis. O disco de 2000 dos primeiros, “The Great Eastern”, produzido por David Fridmann (na altura nos Mercury Rev), é um alegre disco de “pop” acústico que varia desde as harmonias estilhaçadas de uns Pavement (“Reasons For Silence”) até ao “rock” estival dos Teenage Fanclub (“Thirteen Gliding Principles”). Já as firmes vocalizações e as rígidas guitarras do assombroso “And The Surrounding Mountains” são reminiscentes da “folk” “lo-fi” de uns Smog. No seu melhor (“Rock Of The Lake”; “On The Line”) eles soam gloriosamente apaixonados.

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20 março 2007

Malcolm Middleton – "A Brighter Beat" (2007 Full Time Hobby)

Ao longo dos seus três discos, o ex-Arab Strap está a transformar-se. As suas canções estão a perder o fatalismo que as caracterizavam, estão mais agradáveis, revelando que Middleton estará mais optimista em relação à vida.
Este último disco, é um exercício de reflexão, recheado de canções melódicas que evocam simultaneamente serenidade e desespero, complementadas com excelentes arranjos orquestrais, que comprovam a qualidade de composição de Middleton.
Sonoramente distinto do trabalho realizado com Aidan Moffat nos Arab Strap, canções como “We’re All Going to Die”, “Stay Close, Sit Tight” ou “A Brighter Beat”, são mais ritmadas e parecem destinadas a alegrar a rotina diária.
“Superhero Songwriter” encerra o disco, e é um épico de humor negro, onde Middleton aborda com cinismo os seus temas predilectos (solidão, insignificância, etc) até atingir o clímax com um solo de piano, onde afirma: “Superhero songwriter, fixing to change the world from my room, maybe i should stick to writing wills, cos i’m no good at finding ways”.