Mostrar mensagens com a etiqueta Minutemen. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Minutemen. Mostrar todas as mensagens

13 agosto 2008

Rock # 5 - fIREHOSE - “Ragin’, Full-On” (1986 SST)

Apesar da mágoa resultante da morte do seu companheiro nos Minutemen - D.Boon - George Hurley e Mike Watt foram obrigados a regressar à luta, após um jovem fã chamado Ed Crawford (ou Ed Fromohio) ter viajado desde o estado do Ohio até à Califórnia, para lhes prestar tributo e convence-los a tocar com ele.
Os fIREHOSE faziam um som menos engrenado do que os Minutemen, mas com a mesma energia “rock-punk-funk”, no entanto as composições eram mais expansivas e destacava-se a impressivamente ardente tonalidade vocal de Crawford (totalmente diferente de D.Boon). Excelentes músicos, todos contribuíram conformemente para este disco, que transmite a sua plena capacidade de harmonização. Ritmicamente complexo, mas melódico, possante, mas inspirador, o título do disco descreve perfeitamente o conteúdo do mesmo.
Seja nos agitantes e infecciosos ritmos de “Brave Captain” ou “Chemical Wire”, na irresistível batida “punk-funk” de “Relatin’ Dudes To Jazz”, ou na intensa melancolia “folk” de “Candle And The Flame” e “Things Could Turn Around”, eles nunca iriam melhorar a pura arte de escrever canções deste convenientemente intitulado e coesivo disco de estreia.
D. Boon certamente ficaria orgulhoso.
Aconselho ainda “If’n”, menos incendiário que este, mais “rock-funk” e “fROMOHIO”, com uma sonoridade mais “americana”.
_

26 junho 2007

Inovadores # 2 - Minutemen – “Double Nickels On The Dime” (1984 SST)

No início dos anos 80 as bandas da SST sentiam um salutar sentido competitivo, o que tornou possível que quando os Hüsker Dü gravaram o duplo “Zen Arcade”, este trio de californianos pensaram que também deveriam fazer um disco duplo. E o resultado são 45 canções (43 na reedição em CD), de paixão e clareza.
O disco representa os Minutemen e a sua atitude perante a música, a política e a vida.
Desafiando todas as convenções musicais com a sua atitude e experimentação, encontra-mos de tudo neste disco: rock, punk, jazz, folk, funk, blues, country, psicadelismo, spoken-word, e versões dos Creedence Clearwater Revival, Steely Dan ou Van Halen (só no vinil), mas contrariamente à maioria dos grupos punk que realizavam versões irónicas dos artistas que desprezavam, os Minutemen gostavam dos grupos que revestiram.
D. Boon através de confidentes e assertivas vocalizações ultrapassava as suas imperfeições. Não sendo um grande guitarrista, a sua técnica era baseada no “treble”. Mike Watt era/é um dos melhores baixistas de sempre, com o seu estilo jazzy. Com ele o baixo parece que ganha vida. E o baterista George Hurley conseguia fazer sons notáveis com um pequeno “drumkit”. Os Minutemen tinham nas suas fileiras três dotados músicos, que excediam a maioria das bandas punk da altura. Adicionando um “condimento” jazz-funk, criaram um som único.
Como exemplo vejam a forma como em cinco minutos, os Minutemen, passam do funk de “Viet Nam”, pela introspectiva guitarra acústica de “Cohesion”, até aos “drum breaks” de “It’s Expected I’m Gone”.
Cheio de grandes canções na maioria inferiores aos 2 minutos, destacam-se o punk-pistoleiro de “Corona”, o hipnótico “Jesus and Tequila”, essa falsa semi-balada que é “History Lesson-Part II”, e o funky “Anxious Mofo”.
Duas decádas após a sua edição, a sua influência ainda é palpável no trabalho de bandas como os Red Hot Chili Peppers, musicalmente, e os Wilco liricamente/politicamente.
Um marco absoluto no domínio rock alternativo.