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19 março 2010

Electronic # 14 - Fad Gadget

“Fireside Favourites” (1980 Mute)
“Incontinent” (1981 Mute)
“Under The Flag” (1982 Mute)
“Gag” (1984 Mute)


Fad Gadget era um heterónimo utilizado por Frank Tovey, artista que gozou de um pequeno culto após uma sucessão de discos bizarros editados na Mute no início dos anos 80. Estudante de “performance art”, transferiu este interesse para um imprevisível espectáculo ao vivo. E ao contrário da pose afectada e do “make-up” presente em contemporâneos como Visage ou Classix Nouveau, Tovey assumiu-se como uma espécie de Iggy Pop da electrónica, assinando concertos onde o niilismo, a maquinaria e a auto-flagelação faziam parte da mesma estratégia de provocação.
Foi o primeiro artista a assinar com a editora de Daniel Miller, e o sinistro “single” “Back To Nature” foi editado em1979. Seguiu-se o fabuloso “Ricky’s Hand” que promoveu a combinação das competências líricas de Tovey (observações sobre os mais sombrios aspectos da vida) com uma utilização inovadora da electrónica. Ambas essas características continuaram evidentes em “Fireside Favourites” (1980), o primeiro álbum, que não esconde as influências dos Cabaret Voltaire. Em 1981, chega “Incontinent”, ainda mais violento, desalentado e perturbador do que anteriormente.
O ano de 1982 vê chegar o melancólico “Under The Flag”, por muito considerado o seu melhor álbum. Reparte-se entre as abordagens ao conflito nas Ilhas Falklands e ao nascimento do seu filho.
Os anos seguintes viram novos extremos, como quando Tovey regressou de uma tournée europeia com as suas pernas engessadas, tendo-as partido num espectáculo.
“Collapsing New People” (uma homenagem aos Einsturzende Neubauten) continuava a impressionante série de “singles”, e é seguido por ”Gag”, um disco mais “rock” e que seria o último sob o nome Fad Gadget.
Continuaria a gravar em nome próprio, mas cada registo seria altamente distinto e intransigente do material gravado como Fad Gadget. E apesar da sua inactividade durante as décadas seguintes a sua reputação como pioneiro “electro-pop” continuou a crescer e ecos da sua esparsa, excêntrica electrónica poderia ser encontrada em discos de artistas tão diversos como Depeche Mode, New Order ou Nitzer Ebb.
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16 fevereiro 2007

New Rave – A cultura rave de regresso – Don’t Believe the Hype?

1. Segundo vários jornalistas ingleses, a cultura rave está de regresso.
Como é normal nestes tempos de nostalgia, as tendências culturas tem um ciclo de 20 anos, senão vejamos: o psicadelismo nos anos 80, o grunge nos anos 90, o electroclash e o pós-punk já nesta década. A cultura rave está de regresso, mesmo na altura em que se prepara a comemoração dos 20 anos do “Second Summer of Love”, que decorreu em Inglaterra no ano de 1988.
Tudo terá começado no último trimestre do ano passado, com o aparecimento dos Klaxons, que auto-intitularam a sua música de “new rave”. O facto de efectuarem uma versão de um clássico rave hardcore (“The Bouncer”dos Kick like a Mule) desse período reforçou essa ideia, e ao juntarem sintetizadores e caixa de ritmos, ao tradicional som rock’n’roll (guitarra, bateria, gritaria, muita gritaria) ajudaram a imprensa a catalogar esta nova tendência. Os singles que editaram, “Atlantis to Interzone”, “Gravity’s Rainbow”, e “Magick”, foram todos sucessos.
O “indie-rock” nunca se deixou ir em modas, a pureza do conceito “indie” é a principal razão para o conceito ainda se manter. Mas o facto é que muitos “indies”, nestes últimos meses, estão a ouvir cada vez mais música de dança, devido a bandas “electro-rockers” como os Justice, Soulwax, MSTRKRFT, Digitalism ou Errol Alkan, principalmente pelas remisturas efectuadas para bandas “indie”, mais do que pelas suas próprias composições.
Se a “new rave” é mais uma reincarnação da chamada “indie-dance”, teremos que aguardar. Mas a mudança visual já acontece, como é norma, basta observar os Klaxons como porta-estandartes.
Mas para mim, como sempre nas modas, o mais interessante será sempre a maneira como, neste caso, a cultura rave será reexaminada, por uma geração muito nova para a ter vivido da primeira vez.

2. Também na Alemanha, a cultura rave está novamente na mó de cima, como consequência nostálgica da relação do país com a música “techno”, “trance”, e as famosas festas “raves” que marcaram a viragem dos anos 80 para os 90.
Mas ao contrário de Inglaterra, o fenómeno é diferente e curioso. Os alemães nunca afastaram definitivamente a cultura “rave”, pois sempre esteve omnipresente. Como exemplo temos o que está a acontecer com o colectivo “Rave Strikes Back”, que inclui DJ´s como Michael Mayer ou Miss Kittin, que ao elaborar o seu Top de temas “rave”, inclui os nomes clássicos como Prodigy, Joey Beltram, Speedy J, Energy 52, entre outros. Mas não deixa de ser curioso e fascinante constatar que também estão incluídos temas dos Kraftwerk, The Human League, Grace Jones, Depeche Mode, Joy Division e até os Sonic Youth. Isto vem constatar a máxima de que para uma festa correr bem, o que o público quer ouvir é que interessa. Um objectivo idealístico deste colectivo é redistribuir a atenção desde o DJ para a festa.
http://www.rave-strikes-back.de/