Mostrar mensagens com a etiqueta John Leckie. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta John Leckie. Mostrar todas as mensagens

15 janeiro 2009

The Fall – Discografia Selectiva


“Dragnet” (1979 Step Forward)
O som claustrofóbico, tenebroso de uns amadores ranhosos a explorar os nossos nervos. Os regalos incluem o funesto “Flat Of Angles” e “Psykick Dancehall”.

“Grotesque (After The Gramme)” (1980 Rough Trade)
A primeira verdadeiramente grande obra. Foi aqui que os Pavement se inspiraram. A combinação entre o entusiasmante pop-psicadélico e a perversa melancolia – conseguiam ser simultaneamente contagiantes e repugnantes. Melhores faixas: “Container Drivers”, “English Scheme”, “New Face In Hell” e o manifesto “N.W.R.A.” que definiu a sua continuidade.

“Hex Enduction Hour” (1982 Kamera)
“Denso e desordenado. Um massivo desmoronamento de “noise” e histórias ocultas. Um crítico descreveu-o como “música criada para torturar imbecis”. Inclui “The Classic” e “Hip Priest”, que iria ser incluída na banda-sonora de “O Silêncio dos Inocentes”.

“The Wonderful And Frightning World Of The Fall” (1984 Beggars Banquet)
O avanço gradual para a normalidade “pop” com a produção a cargo de John Leckie e já com Brix Smith a bordo. O maravilhoso “Disney’s Dream Debased” está aqui presente, assim como o bombasticamente sangrento “The Lay Of The Land”. Soberbo.

“This Nation’s Saving Grace” (1985 Beggars Banquet)
Provavelmente o melhor disco. Novamente com Leckie, recheado de “riffs” gigantescos e batidas propulsoras, foi aqui onde estiveram o mais próximo do “rock tradicional”, mas ainda bastante afastados do “pop”. Aqui estão presentes a colérica e psicologicamente opressiva sátira de “Spoilt Victorian Child”, o presciente “L.A.” e “I Am Damo Suzuki”, o tributo ao vocalista dos Can.

“Bend Sinister” (1986 Beggars Banquet)
Ao longo do disco prevalece um imenso pessimismo, neste sombrio endereço à mediocridade e ao caprichismo da sociedade. Inclui “Mr. Pharmacist” e “Dktr Faustus”. Seria o fim da associação com John Leckie.

“The Frenz Experiment” (1988 Beggars Banquet)
Quando nos apercebemos que a nossa mente está a ser controlado por este disco, já é tarde demais. Entre a tranquilidade (“The Steak Place”) e a violência (a oculta perversidade de “Bremen Nacht”). Inclui ainda a bem sucedida versão de “Victoria” dos The Kinks.

“Extricate” (1990 Phonogram)
A presença de Adrian Sherwood e dos Coldcut, abrangeu o uso de mais tecnologia (sintetizadores e caixas de ritmos) que conseguiram estimular a banda – “Sing! Happy” rouba a ”Little Doll” dos The Stooges, enquanto o fabuloso “Bill Is Dead” demonstra subtileza. Fabuloso.

“The Infotainment Scan” (1993 Permanent)
Profundamente sintético, consegui entrar no Top 10 das tabelas de vendas britânicas. Apesar de “Glam Racket” ser inconsciente nostálgico e “Paranoia Man In Cheap-Shit Room” ser excentricamente autobiográfico. Um dos seus melhores álbuns.

“The Unutterable” (2000 Eagle Rock)
A velha fórmula – “rock’n’roll”visceral esboçado por cima de abstracções – é completamente implementada. Produzido por Grant Showbiz (que também realizou “Dragnet”) também inclui uma canção sobre William Blake, tal como “Dragnet”.

“Reformation Post-TLC” (2007 Slogan)
Mais uma vez após ter perdido uma formação numa tournée nos Estados Unidos, juntou membros de bandas de Los Angeles, e o resultado foi uma energética união de “riffs”, declamação e tecnologia, entregue com os mesmos níveis de vigor de outros tempos.
E ainda temos os vários singles:
_
_

08 abril 2008

Classic # 14 - The Stone Roses – “The Stone Roses” (1989 Silvertone)

“Sgt. Pepper…”, “Dark Side of The Moon” “Never Mind the Bollocks”, cada geração tem os seus álbuns de culto, que muitas vezes determinam modas e comportamentos. Para quem tinha entre 15 e 25 anos em 1989, “The Stone Roses” foi um deles.
Curiosamente e ao contrário, dos referidos discos, no inicio teve pouca ressonância cultural, politica e comercial. Apareceu do nada, indiferente, e foi através da sua divulgação pela rádio, que vincou a sua magnifica mistura de “indie-pop” e psicadelismo que grupos como os Primal Scream já andavam a tentar produzir sem sucesso.
O disco não é particularmente revolucionário, só que continha um inesperado conjunto de superlativas canções “pop”, brilhantemente tocadas por quatro desinteressantes rapazes oriundos de Manchester.
Sempre que regresso a este disco é admirável como quer as canções, a performance e a produção (cortesia do veterano John Leckie), resistiram ao passar dos anos. E que a atmosfera de mistério e melancolia inicial ainda permanece sem diminuição.
Desde os primeiros acordes de “I Wanna Be Adored”, onde o crescente baixo de Mani, é adicionado ao brilhante, extremamente retardado e descendente “riff” de John Squire, existe uma sensação totalmente do outro mundo.
No “riff” circular de “Waterfall” – e no seu reflexo retrógrado “Dont’ Stop” – o convite para desligarmos a mente e relaxar, é descaradamente reminiscente dos Beatles. A “pop” firmemente “ferida” de “She Bangs The Drums”, “Made Of Stone” e “(Song For My) Sugar Spun Sister” relembra a “pop” psicadélico dos Byrds.
Ian Brown não é um grande cantor, mas a sua ansiosa e melancólica voz tem um efeito monotonamente volátil. A guitarra de John Squire é inspiradora e sincopada, e cria a alquimia perfeita com a leve e fluida bateria de Reni, e o ágil e vivo baixo de Mani. É uma terapia musical que culmina no extenso e sibilante “I Am the Resurrection” – o tema que encerra o disco e completa o consciencioso ciclo iniciado em “I Wanna Be Adored”.
“The Stone Roses” deu o tom para a música rock dos anos 90.