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31 agosto 2009

Covers # 10

Mais uma ronda pela prateleira à procura de versões, e esta é uma edição especial dedicada a Mr. David Robert Hayward-Jones.

As edições remasterizadas muitas vezes trazem alguns bonus interessantes, como esta:

The Chameleons - John, I'm Only Dancing (David Bowie)


Esta também veio como bonus no primeiro disco dos Associates:

Associates - Boys Keep Swinging (David Bowie)


E o grande e infelizmente já desaparecido Billy Mackenzie brindou-nos com este versão num dos seus discos a solo:

Billy Mackenzie - Wild Is The Wind (David Bowie)


Finalmente um total descontrução de uma das suas musicas mais famosamente comerciais:

M. Ward - Let's Dance (David Bowie)

11 março 2009

Covers # 8


Mais uma ronda à procura de versões, e esta é especialmente dedicada a Lou Reed e os Velvet Underground. Como há tantas versões disponiveis fica desde já prometida uma segunda "edição".
Primeiro os globetrotters musicais DeVotchka:
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Esta versão é deve ser das primeiras que foram realizadas, mas como recentemente é que comprei o disco, ainda me está no ouvido:
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O projecto revivalista "glam" de David Sylvian e Mick Karn, criou esta que é uma que gosto particularmente:


Finalmente para acabar, uma versão radical de uma das canções mais perfeitas
(e mais conhecidas) de Reed.

11 fevereiro 2009

Electronic # 7 - The Human League – “Reproduction” (1979 Virgin) / “Travelogue” (1980 Virgin)

A formação inicial dos Human League - Phil Oakey, Martyn Ware, Ian Craig Marsh – foi responsável pela criação de dois excelentes discos que ajudaram a definir o futuro da música electrónica, antes da acrimoniosa separação e Oakey ter remarcado a sonoridade “pop” e Ware/Marsh fazerem razia nos BEF e Heaven 17.
Com uma sonoridade experimental, a sua música era minimal, gelada e organicamente desordenada muito mais próxima de uns Cabaret Voltaire, Suicide ou Throbbing Gristle (e não polida como viria a tornar-se em meados dos 80’s) e as letras tinham um carácter que os colocavam num território similar a uns Joy Division. E notavelmente conseguiram conciliar as pretensões artísticas, com a postura assumidamente “pop” - influências obvias de Kraftwerk, Tangerine Dream e David Bowie - essencialmente queriam fazer as coisas de uma forma diferente.
“Reproduction” remete-nos para um ambiente sinistro, com um sonoridade puramente electrónica (convém relembrar que nesta altura ainda não havia “pro-tools”) que ainda hoje parece vir do futuro e que em nada se relaciona com a ociosamente estabelecida nostalgia habitualmente associada aos anos 80 – de um lado estão as jóias “pop” como o resoluto single “Empire State Human”, o eufórico “Blind Youth” (uma resposta ao etos “no future” do movimento “punk”) e a brilhante versão (ou deconstrução) do clássico “You’ve Lost That Lovin’ Felling”, do outro estão, em contraste, os temas secos e mirrados como “Almost Medieval” e o single “Circus of Death”.
“Travelogue” possui uma sonoridade mais limpa e mais épica do que “Reproduction”, e inclui o ritmado “noise” de “The Black Hit Of Space”, a excelente versão de “Only After Dark” (original de Mick Ronson), o provocadoramente triste relato da escravidão do trabalho de “Life Kills”, a desesperação resultante da fuga da opressão de “Dreams Of Leaving”, o poderio enérgico da sobrecarregada reconstrução do single “Being Boiled” e as suas viciosas palmas electrónicas.
O disco termina (na versão original /vinil) com “WXJL Tonight”, onde Oakey é o ultimo DJ humano numa sociedade futura onde as rádios são totalmente automáticas e no final começa a gritar implorando aos ouvintes para não o abandonar. Arrepiante.
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03 julho 2008

Inovadores # 9 - Brian Eno / David Byrne - “My Life In The Bush Of Ghosts” (1981 EG)

Quando Brian Eno, conhecido pelo seu envolvimento com Roxy Music, Cluster e David Bowie, para além de ter criado o conceito de “ambient music”, colidiu com David Byrne, o excêntrico líder dos Talking Heads, era previsível que algo de extraordinário estaria para acontecer. Eno produziu o segundo disco dos TH, o subestimado “More Songs About Buildings”, e esteve ainda mais envolvido nas brilhantes obras-primas “Fear of Music” e “Remain In Light”. Assim tornou-se natural que os dois realizassem um disco em conjunto, e “My Life In The Bush Of Ghosts” é o resultado dessa colaboração.
Inspirações podem ser encontradas em “Movies” de Holger Czukay, nas colaborações de Eno com Jon Hassell (“Fourth World Vol.1”), e até no lado B de “Low”. Musicalmente, é um impetuoso desvio para territórios bizarros, até para os seus padrões, mas ambos se encontravam num máximo criativo, e a forma como misturam “samples” vocais de rituais de exorcismo, sermões evangélicos e “world music” com ritmos tribais, insidiosas guitarras minimalistas, subtis texturas de sintetizador, e a sensibilidade “funk” de Byrne, permitiu a criação de um disco verdadeiramente único.
O irregular e desvirtuado “America Is Waiting”, o ameaçador “Mea Culpa”, o assombroso “Regiment”, (excelente trabalho de guitarra e com a participação da cantora Libanesa Dunya Yusin), o admirável “Help Me Somebody” (“sampla” os sons de um aviário acompanhados pelo exaltado apelo de um pregador), a desagradável intensidade de “Jezebel Spirit” (“sampla” vozes de rituais de exorcismo, acompanhada por uma batida imparável), ficam gravadas na nossa mente. Não é de audição fácil, provavelmente soando mais como um moderno disco de electrónica experimental, sendo difícil de conceber que foi produzido à mais de 25 anos, e claro, muito do que se seguiu musicalmente, tem aqui as suas raízes.
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Brian Eno & David Byrne - America Is Waiting

05 março 2008

Singles # 13 - Bauhaus - “Bela Lugosi’s Dead” (1979 Small Wonder)

Diz-se que esta canção marcou o início e definiu as elaboradas fantasias cimérias do rock gótico.
Gravado na pequena editora Small Wonder, o primeiro single da banda originária de Northampton, é uma dedicatória ao ícone actor de série B, Bela Lugosi, que se tornaria conhecia pela sua interpretação no filme “Dracula”, realizado em 1931 por Tod Browning, provavelmente ainda hoje o melhor.
Eram dez minutos que criavam uma atmosfera de tensão, resultantes da combinação da voz “cavernosa” de Peter Murphy, apoiada no baixo de David J, na bateria repetitiva de Kevin Haskins e nos sons minimalistas criados pela guitarra de Daniel Ash.
E a canção termina de uma forma magistral com Murphy repetindo “Undead, Undead, Undead…” que parece evocar e reforçar a eternidade dos mitos de Dracula e Lugosi.
Em 1983, a aparição dos Bauhaus no início do filme “The Hunger” de Tony Scott, com David Bowie e Catherine Deneuve, é um prelúdio absolutamente propício para o ambiente soturno que caracteriza a discoteca onde decorre essa primeira cena. E com Murphy a demonstrar porque era (é) um dos melhores “performers” musicais, na forma como interage com a câmara.
A seguir veio “In The Flat Field”.
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Video

26 fevereiro 2008

Xiu Xiu - “Women as Lovers” (2008 Kill Rock Stars)

Um regresso excelente do prolífero grupo de Jamie Stewart, após o conceptual “Air Force”. Parece que a expansão dos elementos que o acompanham resultou em seu favor, pois se em discos anteriores o som padecia um pouco por confiarem em demasia nos sequenciadores MIDI, em “Women as Lovers” produzem um som mais rico e mais variado (apesar de continuar agreste), pois as canções diferem bastante umas das outras. Continuam a revelar uma surpreendente criatividade, e a encontrar maneiras de escapar a qualquer catalogação. Mas também nos presenteiam com alguns temas dos mais acessíveis que já criaram, como a claustrofóbica “I Do What I Want, When I Want”, uma canção francamente “pop” ou “In Lust You Can Hear The Axe Fall”.
Como de costume as letras são directas e muitas vezes chocantes, continuando com a abordagem de temas insólitos e dispares como o terrorismo, a transsexualidade, a violência doméstica ou o recrutamento de crianças para a guerra.
A colaboração de Michael Gira, numa surpreendentemente e eficaz versão de “Under Pressure”, originalmente gravada por David Bowie e os Queen, é uma escolha apropriada e um dos destaques do disco. Curiosamente a partir desta faixa, parece que o disco toma outro rumo, pois os temas são mais obscuros e experimentais, como que revisitando terrenos musicais já explorados em discos anteriores.
“Women as Lovers” é uma consolidação das diferentes matérias musicais e líricas que tem obcecado Stewart.
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29 outubro 2007

The Sea And Cake – “One Bedroom” (2003 Thrill Jockey)

Ao longo dos anos, o grupo “pós-rock” de Chicago, sempre se manteve fiel ao seu rumo.
Composto pelas guitarras e vocalizações aspiradas de Sam Prekop, pelo baixo de Eric Claridge, pela complexa percussão de John McEntire e pela guitarra tensa de Archer Prewitt, os S&C, insistem na mesma mestria ao longo da sua carreira.
O seu sexto disco, “One Bedroom” (que para mim será o mais conseguido), por um lado relembra a pop cintilante das bandas da Postcard, por outro as influencias “motorik” dos Stereolab. A voz suave, mas elevada de Prekop combina com o som “jazzy” criado pela banda, que ao introduzir sintetizadores retro, uma complexa electrónica, e o serpentear das guitarras, cria um som atenuante, mas perfeitamente melódico.
Provavelmente menos “jazzy” do que por exemplo “Oui”, é no entanto mais definido.
“Four Corners” e “Left Side Clouded” são do melhor que produziram, sedativos e melancólicos, com o tilintar das guitarras e um rude, mas melódico baixo, superiormente quebrados pela distorção. O ritmado “Hotel Tell” utiliza os atributos de programação de McEntire, nos sóbrios, mas irresistíveis batimentos da caixa de ritmos.
O destaque do álbum é a perfeita versão de “Sound And Vision” de David Bowie. Exuberantes arranjos estruturadamente ricos em detalhes são perfeitos para o agridoce logro de Bowie.
Ao longo do disco, encontramos uma música delicada e perfeita. Em contraste com a aparente casualidade das letras, a música é perfeitamente esculpida à volta das vozes. A produção é tão delicada e os arranjos tão bem trabalhados e cheios de detalhe que é impossível não ficar-mos totalmente seduzidos por este elegante e descerrado disco.

Hoje - 23H00 - O Meu Mercedes é Maior que o Teu