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10 novembro 2010

Rock # 18 - Bardo Pond – “Amanita” (1996 Matador)

São bem evidentes as diferenças sonoras presentes no disco de estreia da banda de Filadélfia para a Matador, em relação a sonoridade tipicamente “basement-tapes” do anterior “Bufo Alvarius”, pois o surpreendentemente brilhante “Amanita” revela uma profundidade e maturidade que todos os seus esforços anteriores apenas insinuavam.
Tal como a maioria dos álbuns dos Bardo Pond, está recheado de intensas sonoridades “fuzzy” que giram e trituram, no entanto por debaixo de tudo isso existe sempre uma deslumbrante melodia como só mesmo eles são capazes de criar.
As influências são notórias: o psicadelismo dos anos 60, os Crazy Horse e claro os Sonic Youth.
Sombrio, pesado e hipnótico, atinge níveis superiores de massacre sonoro, camada após camada, através das trilhas de feedback das guitarras de John e Michael Gibbons e da irradiante flauta fantasmagórica da vocalista Isobel Sollenberger, sempre partindo do nuclear baixo pulsante de Clint Takeda, para criar algum da melhor música “psicadélica” das bandas contemporâneas.
Assim desde a monumental abertura com o denso e complexo “Limerick”, com as suas gritantes guitarras que criam tensão e a ressonante voz feminina, passando pela delirante experimentação sonora de “Rumination”, pela introspectiva e sensual “Be A Fish”, por essa densa valsa nuclear que reside em “High Frequency”, pelas distorcidas sinfonias celestiais de “Sentence”, até à conclusão com as texturas sonoras encharcadas de raiva presentes no tributo “RM”, seremos rapidamente absorvidos no lago (pond) e não sairemos pacificamente.
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09 maio 2010

Rock # 13 - Swervedriver – “Mezcal Head” (1993 Creation)

Desconcertantemente aglomerados no movimento “shoegaze” do início dos anos 90, quando a sua brilhantemente explosiva abordagem do “guitar rock” americano era muito mais sangrenta, este quarteto de Oxford misturou os Sonic Youth com os “grooves” de uns Crazy Horse e hectares de vagas "low-end".
Este disco foi a sua obra-prima - mais brilhante do que a estreia “Raise”, mais atrevido do que o irónico “psych-pop” de “Ejector Seat Reservation” - e baseado na teoria de que a única coisa melhor do que guitarras são mais guitarras. No disco estão em grande forma, eles possuíam uma impressionante capacidade para envolver melodias memoráveis em torno de camadas de guitarras para criar músicas realmente inspiradoras. A atenção dada às melodias é o que define este registo e o separa do género “shoegaze”, o verdadeiramente incrível “noise” não é projectado para ofender, mas para estimular e elevar.
Cada canção é um “road movie”, com o vocalista-guitarrista Adam Franklin como o exausto protagonista, e uma quinta velocidade sempre pronta para engrenar - desde o provocador intro de “From Seeking Heat”, passando pelas carregadas guitarras de “Duel” que rompem alegremente num brilhante pôr do sol, pelos crepitantes “riffs” do incendiário “Blowin’ Cool”, pelas ondulantes guitarras de “Last Train To Satansville”, até ao fantasista “Duress”, – Mezcal Head” merece um estatuto de inovador. Mas numa altura em que o “indie-rock” britânico estava a encaminhar-se para as drogas halucinogénicas, os Swervedriver atingiram um fosso.
Ao contrário dos seus companheiros na Creation, My Bloody Valentine ou The House Of Love, nunca receberam o apoio popular que a sua música merecia. Difícil de classificar, “Mezcal Head” permanece com um clássico do “rock alternativo” dos anos 90.
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