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07 outubro 2010

Rock # 17 - Hüsker Dü – “New Day Rising” (1985 SST)

Dos vários “clássicos” editados pelo Hüsker Dü, “New Day Rising” é uma excelente afirmação de intenção e será provavelmente o melhor da sua carreira.
Literalmente esmagador, ele recomeça onde “Zen Arcade” acabou e simplesmente dispara, capturando a banda numa fase onde eles se encontravam a passar do veloz “hardcore” dos discos anteriores para a sonoridade mais melódica dos álbuns que se seguiram. A velocidade das canções é ligeiramente inferior, mas a intensidade do fluxo nunca cessa.
A capacidade conjunta de composição de Grant Hart (provavelmente melhor em “Flip Your Wig”) e Bob Mould nunca funcionou tão bem como aqui, onde o perverso sentido de humor de Hart surge como um contraponto mais ensolarado às escuras e torturadas obsessões de Mould. Tal como os Velvet Underground nos anos 60, eles estavam a re-escrever as regras do “rock” e “pop” mas também do “hardcore” e “punk” de um só golpe.
O disco está recheado de grandes canções, sempre carregadas de emoções, onde a guitarra de Mould é nitidamente ameaçadora e implacável, a bateria de Hart é quase “jazzística”, de fluxo livre e a dirigir velozmente e sem fôlego as canções para a frente e com o baixista Greg Norton a colar as coisas com subtis ganchos melódicos.
Desde a selvagem, incendiária “New Day Rising”, passando pelo brilhante épico “Celebrated Summer”, pela explosiva “I Apologize”, pela vigorosa “Terms of Psychic Warfare”, pela política “Folklore”, pela “trashy” “Punch Drunk”, pela melancólica “Girl Who Lives On Heaven Hill”, pela excelente “Books About UFO’s” até chegarmos ao colapso sonoro de “Plans I Make”, este registo ficará para sempre como uma das indiscutíveis referências do “rock alternativo” americano dos anos 80.
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13 novembro 2008

DVD # 4 - Vários - “1991: The Year Punk Broke” (1992 Tara Films)

Quando o movimento “grunge” explodiu, a música categorizada como “underground” tornou-se no “mainstream”, com a atenção dada pela imprensa e apoiada por todo o marketing forjado que dai resultou.
E muito do que de negativo chegou com essa mini revolução social, faz com que muitas vezes se esqueça tudo o que de bom existia antes de “Nevemind”. Estamos na presença de um grande DVD - cujo nome é uma astuta resposta ao fenómeno, através da comparação com o que aconteceu em 1976 na Inglaterra com os Sex Pistols, Buzzcocks e The Clash, pois o movimento “punk” americano (Black Flag, The Germs, X) nunca extraiu os benefícios da fama - que nos relembra desses bons momentos, recheado de brilhantes performances da tournée pela Europa realizada em 1991 pelos Sonic Youth, e por isso é essencialmente focado nestes.
O nosso “guia” Thurston Moore, simultaneamente arrogante e encantador, é excelente nas suas hilariantes deambulações, especialmente no episódio com os jornalistas alemãs. E o ponto alto do DVD é mesmo o registo das actuações dos SY, sendo que “Dirty Boots” é verdadeiramente excepcional, recheada de premência, assim como o são “Schizophrenia” (soa melhor ao vivo), “Mote” ou “TeenAge Riot”. Outras boas performances incluídas são os Dinosaur Jr., que tocam de uma forma ciclónica “The Wagon”, os Nirvana com “Negative Creep” e “Smells Like Teen Spirit”, e as Babes In Toyland em “Dustcake Boy”. Para além destes temos a contribuição musical dos Gumball e Ramones, pequenos momentos passados nos bastidores que retratam a excitação vivida no período e ainda a presença esporádica de gente ilustre como os Mudhoney ou Bob Mould (a comer um cachorro quente).
Um excelente momento de nostalgia, mas também uma visão antropológica da música alternativa em 1991, com a presença de algumas das bandas mais influentes do movimento.