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22 fevereiro 2010

Extremos # 7 - Flat Earth Society - “ISMS” (2004 Ipecac)

Quando a notável Ipecac resolveu editar um disco de uma “belgian avant-gard Big Band”, como constava na descrição que o acompanhava, poderia ser difícil de imaginar que se tratava de mais um disco peculiar e extremamente original.
“ISMS” reúne temas editados anteriormente apenas na Bélgica e compilados por Mike Patton para a sua editora. E que bem que aqui encaixa, pois esta recheado de estridências e das repentinas mudanças musicais que Patton tanto gosta.
Esta “big-band” belga liderada pelo clarinetista Peter Vermeersch, estendeu as suas fronteiras musicais utilizando o formato”Big Band” como instrumento, e criou uma música que podemos realmente apelidar de “avant-garde”.
As influências são inúmeras e oriundas de diversos locais, e aludem a um Frank Zappa dos anos 80, como ao “free-jazz” cósmico de Sun Ra, ao “jazz” polifónico de New Orleans como à musica “folk” setentrional, e as bandas sonoras dos “film noir”, mas tudo levado até aos limites da cacofonia. Através de loucas explosões sonoras onde os elementos da banda se gladiam para estilhaçar as fronteiras do “rock” e “jazz”, surgem combinações que não deveriam resultar, mas que funcionam extremamente bem, como evidenciado, por exemplo, nas extraordinárias “O.P.E.NE.R.”, “Funeral & Binche” ou “(Little) King Ink”.
Um disco que precisa de ser explorado, pois cada nova audição revela algo verdadeiramente novo.
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19 novembro 2009

Soulsavers - Broken” (2009 V2)

Em primeiro lugar, o que impressiona é a enorme evolução que “Broken” demonstra em relação ao disco anterior dos Soulsavers, “It’s Not How Far You Fall, It´s The Way You Land”.
Estamos na presença de um disco coeso, quer musical quer liricamente, assente na estranha combinação de Mark Lanegan com o duo Soulsavers, e que parece não estar confinada a géneros musicais e nem em ter limites. Este facto não será estranho a Lanegan, pois o próprio sempre se renovou ao longo da sua carreira, desde os tempos dos Screaming Trees, e passando por colaborações tão distintas como com Isobel Campbell ou com Greg Dulli nos The Gutter Twins.
E se o começo com o dilacerante “Seventh Proof” revela a qualidade e o conhecimento musical do duo Rich Machin e Ian Glover, quando ouvimos a sinistra e amarga “Death Bells”, é evidente que a presença do angustiado e errante Mark Lanegan (que no disco anterior tinha uma participação ocasional), é a mais-valia deste disco, pelo imenso impacto que a sua elegante, sombria, penetrante e rude voz atinge no ouvinte. Por isso mesmo, ele o ofusca os outros notáveis convidados presentes ao longo do disco, e que incluem Gibby Haynes (Butthole Surfers), Richard Hawley, Mike Patton (Faith No More, Mr. Bungle, Fantomas, etc) ou Jason Pierce dos Spiritualized.
Mas isto não significa que o disco não esteja recheado de belas canções que alternam entre uma introspecção deprimida e uma exuberância dramática, como a elegante “Unbalanced Pieces”, a virtuosa “You’ll Miss Me When I Burn”, o conforto jubiloso de “Shadows Fall”, a taciturna “Can’t Catch The Rain”, ou “Praying Ground” com a assombrosa voz de Rosa Agostino dos Red Ghost.
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