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02 junho 2010

In the Beginning # 4 - Spiritualized – “Lazer Guided Melodies” (1992 Dedicated)

Após o término dos seminais Spacemen 3, o obscuro “rocker” Jason Pierce avançou em frente com o projecto Spiritualized, cujo brilhante disco de estreia “Lazer Guided Melodies” provou que as espirais hipnóticas de “noise” nem sempre levam os ouvintes à catatonia. “Lazer Guided Melodies” é por muitos considerado como música evangélica para aqueles que adoram o altar dos “estados mentais alterados”, mas nunca soa ocioso ou lento na sua tentativa de levar o ouvinte a lugares muito mais elevados.
A dramática voz de Pierce, planeia sobre as alegóricas e felpudas paisagens sonoras que se dilatam com um requinte “art-rock” e uma ousadia “arena-rock”, mas que se recusam a derivar sem objectivo para um qualquer buraco negro que possa sugar toda a paixão evidenciada como acontece com outros similares grupos do denominado “space-rock”. Este disco atinge patamares verdadeiramente poderosos, que seriam posteriormente reflectidos em “Ladies and Gentlemen We Are Floating in Space”, mas que para muitos, nunca soaram tão perfeitos e brilhantes como aqui, com uma radiância tumultuada, num plano superior de existência.
Em ultima análise, a capacidade dos Spiritualized para estabilizar a sua orbita é resultado da forma como as sublimes melodias encaixam perfeitamente dentro das primorosamente trabalhas outras camadas sonoras que são construídas ao longo de cada canção no impecável “Lazer Guided Melodies” (seja a beleza cintilante de “You Know It’s True”, o “uptempo” exagerado de “Run” e “Angel Sigh”, a sensação hipnotizante de “Shine A Light” ou os oscilantes e espaçados “Step Into The Breeze”, “Symphony Space” e “Sway”) - um original casamento do natural com o sobrenatural que faz com que flutuar no espaço pareça uma actividade perfeitamente normal.
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Spiritualized - Shine A Light

09 julho 2008

Covers # 4

A aquisição do ultimo single dos Spiritualized, "Soul On Fire", trazia como brinde no seu lado B, uma versão de "True Love Will Find You In The End" do enigmático Daniel Johnson.
Este artista já teve a sua música louvada e revista por gente tão diversa como Tom Waits, Yo La Tengo ou Teenage Fanclub. E esta canção em especial é uma das mais celebradas.

Spiritualized - True Love Will Find You In The End (Daniel Johnson)

Assim lembrei-me que já tinha uma versão para o mesmo tema no lado B
de "A Shot In the Arm" dos Wilco.


E que também Beck já tinha realizado uma versão para o disco de homenagem "The Late Great Daniel Johnston: Discovered Covered"


E na sequência do post anterior, na compilação de 1988 "Sub Pop 200", os Mudhoney fizeram esta versão:

14 fevereiro 2007

My Favorites # 2 - Spacemen 3 – “Recurring” (1991 Fire)

A união de duas almas gémeas nascidas no mesmo dia do mesmo ano (Pete "Sonic Boom" Kember e Jason Pierce) criou uma das bandas mais incompreendidas pela crítica, quer pelo facto de nunca terem compreendido a sua música, quer pelo facto da banda nunca ter escondido o seu excessivo consumo de drogas duras. Apesar disso os Spacemen 3 rapidamente ganharam uma legião de fãs.
Os Spacemen 3 caracterizavam-se por um som psicadélico, minimal, harmonias distorcidas ao limite, baseadas em guitarras e sintetizadores.
Claramente “Playing with Fire” (1989 Fire) é o grande disco dos Spacemen 3, mas “Recurring” sempre me fascinou pelo cocktail de influências que a sua audição me proporciona.
“Recurring foi gravado numa altura em que os 2 "génios" não se falavam, ficando o lado 1 com as gravações de Boom, e o lado 2 com as de Pierce. Mas o facto é que o disco funciona perfeitamente desta forma.
As composições de Boom são mais horizontais, com um ritmo hipnótico constante do princípio ao fim dos temas. “Big City” é um hino à cultura rave, com o seu ritmo “electro”, só que não dançamos, flutuamos.
“Set me Free”/”I´ve got the Key” é psicadelismo puro, os efeitos sonoros envolvem-nos como uma nuvem.
O som de Pierce é mais lírico, construindo as canções em clímaxes. “Sometimes” é um exemplo típico.
“Feel So Sad” é a pérola deste disco, um “blues” melancólico, com um a voz fantasmagórica. “Feelin’ Just Fine (Head Full of Shit)” não podia ser mais explícita, a nossa cabeça é submetida ao acumular de efeitos sonoros.

O resultado final é um disco envolvente, sem um elevado grau de sofisticação, mas surpreendente comovente.