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04 abril 2008

Erykah Badu – “New Amerykah Part One (4th World War)” (2008 Motown)

O título do quarto disco de Erykah Badu já indiciava o que deveríamos esperar.
Ambicioso e alienado, é um regresso em força, que ultrapassará todas as ideias e convenções que no passado definiram o chamado “neo-soul”. Pois é um regresso ao genuíno e corajoso “soul” que associamos a artistas como Marvin Gaye, Curtis Mayfield ou Stevie Wonder. Apenas posso acrescentar na actualidade a música realizada por pessoas como Common, Bilal e The Roots.
As suas mensagens surgem quer através de poesia dissimulada, quer através de directos e objectivos comentários, com apimentadas referências sobre política, a sua vida privada, e o estado actual da música “soul” e “hip-hop”, excelentemente difundidos através dos espectaculares acompanhamentos musicais.
Apesar da multiplicidade de produtores que colaboram no disco, este é sempre muito consistente.
Desse grupo de colaboradores que participam no disco, destaca-se a presença do veterano Roy Ayers e do mágico Madlib. Ayers colabora no maravilhosamente bizarro “Amerykahn Promise”, um tributo ao movimento “blaxploitation” dos anos 70. Já Madlib introduz uma ondulação ameaçadora ao atmosférico hino “The Healer (Hip Hop)”, uma tentativa de autobiografia pessoal, onde Badu canta com uma graciosidade e entrega única, mas sempre com um agradável humor. Madlib ainda contribui no jovial “My People”.
Curiosamente a faixa bónus do disco - “Honey” – é também o primeiro single retirado do mesmo. E a sua inclusão como bónus até parece lógica, pois apesar de ser uma excelente canção, não encaixa no contexto do disco.
É certamente o disco menos acessível que Badu já realizou, mas a sua considerável profundidade e solidez, convida-nos a investirmos tempos na sua exploração, e a densa produção assegura que o disco nós trará novas recompensas a cada audição.

Erykah Badu - Honey (Captain Planet Remix)

12 junho 2007

Lanu – “This Is My Home” (2007 Tru Thoughts)

O disco de estreia a solo de Lance Ferguson dos The Bamboos, é uma maravilhosa surpresa, que vem revelar mais um talento que surge da Nova Zelândia, a juntar aos fantásticos Fat Freddy’s Drop ou a Mark Clive-Lowe.
Nota-se um distinto afastamento do som mais “deep-funk” do Bamboos, e uma produção mais intuitiva e sensível.
Assimilando e incorporando diversas influências globais, criou uma notável mistura de “neo-soul”, “nu-jazz”, electrónica, hip-hop e “funk”, que proporcionam uma fascinante viagem, com ritmos e texturas complexas, que relembram o trabalho de outros pioneiros como Roy Ayers, 4 Hero ou Fela Kuti.
Os teclados “electro-funk” Rhodes/Moog em “Dis-Information”, as influências afro-beat de “Mother Earth” (com a colaboração de Quantic), ou o “swing” brasileiro de “Shine” são um excelente exemplo.
Um disco versátil e profundo, com qualidade do início ao fim do disco, que se distingue de tantos projectos de fusão medianos que aparecem hoje em dia.