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11 janeiro 2010

Extremos # 6 - Blue Cheer - “Vincebus Eruptum” (1968 Philips)

Nomeados segundo um particularmente potente tipo de “acido”, os Blue Cheer são muitas vezes considerados os progenitores do que se iria denominar como “Heavy Metal” ou “Hard Rock, pela extremamente pesada sonoridade que praticavam para a época.
Reza a história que o grupo tocava tão forte e alto, que inadvertidamente chegaram a causar a morte prematura de um cão, que se extraviou para o palco numa altura em que eles estavam a improvisar.
No seu disco de estreia “Vincebus Eruptum”, descobriram que os amplificadores podiam atingir o volume máximo, e deram-nos seis temas recheados de “feedback” e mau génio. Começando no deformado e explosivo “Summertime Blues”, passando pelo preguiçoso e delirante “Rock Me Baby”, pela massiva e confusa distorção de “Doctor Please”, pelo fantástico “Out Of Focus” que é precisamente isso, pela erupção da psicótica “Parchment Farm”, até chegarmos ao verdadeiro abuso da guitarra e do amplificador de “Second Time Around”.
Rosnando violentamente na face da inocência “hippie”, “Vincebus Eruptum” não impressionou a geração Woodstock com o seu ataque sónico, mas rapidamente se tornou num hino para os Hell’s Angels.
Apesar da abordagem caótica o tornar menos directo que os primeiros trabalhos dos Black Sabbath ou The Stooges - as suas referencia mais próximas - anos mais tarde iria adequadamente inspirar uma nova geração de contundentes bandas “garage” e numerosos trios de “noise” japoneses, como os High Rise e os Musica Transonic de Asahito Nanjo, que ao longo dos anos lhes iriam prestar uma mutante homenagem.
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18 fevereiro 2008

Inovadores # 8 - Melvins – “Bullhead” (1991 Boner)

Os Melvins sempre gostaram de baralhar a indústria musical, e ao longo dos anos, variaram entre estilos como noise, punk, metal ou stoner rock.
Será difícil ficarem na história do “rock”, mas podem ficar com uma nota de rodapé no capítulo dedicado aos Nirvana, por dois motivos: a passagem do baterista Dale Crover pela banda de Kurt Cobain, e pelo facto de terem criado uma versão descarnada, arrastada e psicótica do metal original dos Black Sabbath, ajudando a conceber o que mais tarde viria a ser apelidado de grunge.
O terceiro disco dos Melvins, “Bullhead”, é maravilhosamente grotesco, onde o grupo criou uma completa desordem naquilo que o “rock’n’roll” é suposto ser.
Aqui criaram uma densa superfície de fúria metálica forjada numa orgia de “feedback” em conjunto com uma pura e absoluta demência.
O disco começa abrasivamente com “Boris”, nove minutos de “riffs” de guitarra maciçamente repetitivos, e o magnifico trabalho realizado na bateria por Dale Crover, que torna impossível conseguimos acompanhar o ritmo.
“Anaconda” e “Ligature”, “Zodiac” seguem o mesmo brilhante caminho. Os ritmos são diminuídos até ao excruciar da morosidade.
O disco fecha com “Cow”, um dos melhores solos de bateria que já ouvi. Apesar de Dale Crover não ser um tecnicista, ele parece estar em lamúria sobre a bateria.
“Bullhead” é um exercício de resistência, completamente implacável na sua existência com a acessibilidade.