
Existe um regresso ao som mais tradicional de “Master & Everyone” (não será estranho a presença em ambos do produtor Mark Nevers dos Lambchop), e um afastamento do som mais polido de “The Letting Go”. Mas Oldham introduziu algumas peculiaridades, como a sonoridade “jazzy” presente em “For Every Field There’s a Mole”. Os temas são os habituais: a futilidade humana, amores perdidos e hinos a Deus, as canções, simples na estrutura, mas nunca monótonas, são luxuriantes, vigorosas, e os meticulosos arranjos são do melhor que já produziu na sua carreira. Ouçam a forma como se diverte ruidosamente no comicamente sério “Easy Does It”, ou a simpática e sensível melodia acústica de “(Keep An Eye On) Other’s Gain”.
Mas a maior transformação é a voz de Oldham, mais potente na forma emocionada de articular tão alegremente as superiormente esculpidas melodias. E que é reforçada nas canções que contam com a presença de Ashley Webber dos Black Mountain, com a sua voz enrouquecida, mas muito feminina. Oiçam o contraste no originalmente seco, mas romântico “So Everyone”.
Neste conjunto de canções, Oldham demonstra confiança, ousadia e franqueza, e não uma exagerada inflexibilidade, ao mostrar-se muito menos introspectivo (excepções são a notável “Missing One”e “Lie Down in The Light”), neste disco afectuosamente concebido e maravilhosamente recompensador.
Bonnie "Prince Billy - Easy Does It