30 junho 2008

Do fundo da prateleira # 10 - Unrest - “Imperial F.F.R.R.” (1992 Teen Beat/Guernica)

Antes de “Imperial F.F.R.R.”, o fanático pela Factory Records e genuíno suburbano Mark Robinson tinha um “fetish” pelas bandas sonoras “blaxploitation” e criou álbuns que misturavam “hardcore”, “noise” e versões de temas de Sammy Davis Jr. Por isso mesmo nunca deixaram antever a feliz fantasia que foi ““Imperial F.F.R.R.” (uma abreviatura de Full Frequency Range Recordings).
Destaques desta frágil e diversificada colecção de minimalista “indie-pop” incluem canções contagiantes como as poderosas “Suki”, “Cherry Cream On”, ou “Isabel” (um tributo a pintora Isabel Bishop). Momentos mais calmos como essa pérola que é “June” (uma dedicatória da baixista Bridget Cross para o falecido pai), a bela ”I Do Believe You Are Blushing” (o legado dos The Smiths bem presente), e a exuberante “Imperial” (a peça central do disco). E ainda belos instrumentais como “Sugarshack” ou “Champion Nines”.
Ainda produziram o contundente “guitar-pop” de “Perfect Teeth, em 1993, antes de se separarem. Mas este clássico ignorado, o primeiro disco editado na Europa pela Guernica, a intrigante subsidiária da 4AD, permanece como o momento mais glorioso da banda de Washington D.C.
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27 junho 2008

Bonnie “Prince” Billy - “Lie Down in The Light” (2008 Drag City/Domino)

Este senhor anda a estragar-me o orçamento. Will Oldham sempre foi muito prolífero, mas ultimamente tem sido demais. Depois das colaborações (menos conseguidas) com Tortoise ou Matt Sweeney, este ano já tivemos o disco de versões e a colaboração com Dawn McCarthy dos Faun Fables. E se pensássemos que toda esta actividade o fizesse distrair, enganamo-nos, pois aqui temos mais um disco magnificente, o melhor desde “I See A Darkness”.
Existe um regresso ao som mais tradicional de “Master & Everyone” (não será estranho a presença em ambos do produtor Mark Nevers dos Lambchop), e um afastamento do som mais polido de “The Letting Go”. Mas Oldham introduziu algumas peculiaridades, como a sonoridade “jazzy” presente em “For Every Field There’s a Mole”. Os temas são os habituais: a futilidade humana, amores perdidos e hinos a Deus, as canções, simples na estrutura, mas nunca monótonas, são luxuriantes, vigorosas, e os meticulosos arranjos são do melhor que já produziu na sua carreira. Ouçam a forma como se diverte ruidosamente no comicamente sério “Easy Does It”, ou a simpática e sensível melodia acústica de “(Keep An Eye On) Other’s Gain”.
Mas a maior transformação é a voz de Oldham, mais potente na forma emocionada de articular tão alegremente as superiormente esculpidas melodias. E que é reforçada nas canções que contam com a presença de Ashley Webber dos Black Mountain, com a sua voz enrouquecida, mas muito feminina. Oiçam o contraste no originalmente seco, mas romântico “So Everyone”.
Neste conjunto de canções, Oldham demonstra confiança, ousadia e franqueza, e não uma exagerada inflexibilidade, ao mostrar-se muito menos introspectivo (excepções são a notável “Missing One”e “Lie Down in The Light”), neste disco afectuosamente concebido e maravilhosamente recompensador.

Bonnie "Prince Billy - Easy Does It

26 junho 2008

Tributo # 5 - Devo

São certamente uma das bandas mais incompreendidas da história da “pop”. Originários de Akron, e constituídos por dois pares de irmãos - Gerald Casalde e Bob Casale, Mark Mothersbaugh e Bob Mothersbaugh – criaram um projecto musical para revolucionarem a sociedade americana.
O seu curioso nome resulta da concepção de “de-evolution” – a ideia defendida pelo antropólogo Óscar K. Maerth, de que em vez de evoluir o homem estaria a regredir.
O objectivo da sua música era de servir como uma rebelião contra a conservadora e reprimida sociedade americana, através de sarcásticos comentários sociais e apoiados no estética minimalista, com ênfase em altamente estilizados e bizarros visuais - chapéus que pareciam vasos para plantas, cabelos preparados artificialmente, uniformes industriais idênticos. Musicalmente criaram uma simples, mas sinistra electrónica experimental - corrosiva, abrupta, assustadora, desprovida de emoções, com vocalizações destoantes. Foram dos primeiros grupos a abusar da utilização de sintetizadores, quer verdadeiros e costumizados pelos próprios, para além de incorporaram brinquedos eléctricos, esquentadores, torradeiras e outros objectos pouco usuais no seu reportório.
Em 1978, com “Q: Are We Not Men? A: We Are Devo!” produzido por Brian Eno, e que incluía a agora famosa versão de “(I Can’t Get No) Satisfaction” dos Rolling Stones, estabeleceu o grupo como os mais cruéis satíricos sociais da “new wave” (ao desumanizar a sociedade com o objectivo de a assaltar), e como uma banda que compreendia perfeitamente o conceito “Warholiano” do produto “pop”.
Seguiu-se em 1979, “Duty Now for The Future”, mas seria com “Freedom of Choice”(1980), que iriam explodir. E em nada surpreendeu para um grupo instantaneamente reconhecível pela sua imagem, que eles cedo aproveitassem as potencialidades do formato vídeo. “Whip It” – apesar do baixo orçamento disponível – que com a sua imagem futuristica, e os contrastes entre o grotesco “sadomasoquismo” e um saudável rancho americano dos anos 50, foi um dos primeiros clássicos da MTV.
No entanto, o seu sucesso durou pouco tempo, pois o sombrio e mais sério “New Traditionalists” (1981), não era o que o público esperava desta banda invulgar.
No entanto no início dos anos 80 eram um verdadeiro objecto de culto, essencialmente pelas suas elaboradas performances em palco, mas os seus discos dessa fase - “Oh, No! It’s Devo” (1982) e “Shout” (1984) - são dispensáveis. Como foram os Devo pela sua editora, o que fez com que a banda decidisse parar.
Apesar de reuniões posteriores, os resultados nunca foram satisfatórios, e os vários membros partiram para novos projectos. Mark Mothersbaugh virou-se para a produção de bandas-sonoras quer para o cinema quer para a televisão, e Jerry Casale para a realização de vídeo-clips.
Existem imensas compilações, com destaque para “Pionners Who Got Scalped” na sempre excelente Rhino, que reúnem os principais êxitos como “Jocko Homo”, “Be Stiff”, “Girl U Want”, “Whip It” ou “Out of Sync”, mas para perceber a sua verdadeira importância e influência na música “pop” (são várias as bandas dos finais dos anos 80, princípios anos 90, que reconhecem essa influência e muitas delas o demonstraram, ao realizaram versões como os Nirvana, os Soundgarden ou os Superchunk), quer “Q: Are We Not Men? A: We Are Devo!”, quer “Freedom of Choice” são essenciais.

Devo - Mechanical Man

Devo - Out Of Sync

20 junho 2008

Dosh - “Wolves And Wishes” (2008 Anticon)

Para além do facto de ser na Anticon, inicialmente o que me chamou a atenção foi enorme quantidade de colaboradores que surgem neste segundo disco do talentoso Martin Dosh. Para além de Andrew Bird no violino (que retribui a participação que Martin teve na sua banda), temos a presença do saxofonista Mike Lewis dos Happy Apple, de Odd Nosdam dos Clouddead, do guitarrista Andrew Broder dos Fog, e ainda de Will Odham/ Bonnie “Prince” Billy. E é a forma como Martin utiliza as diferentes características desses diversos colaboradores que transformam a sonoridade deste ambicioso disco.
Pois para além de ser um baterista inventivo, a forma como habilidosamente misturou as suas próprias ideias com alguns conselhos dos convidados, é que permite que as experiências resultam em ecléticos, intrigantes, explosivos e inovadores exercícios de ambiente/pós-rock.
Ouçam a brilhante e harmoniosa “Don’t Wait for the Needle to Drop”, com a percussão ressonante, e o violino de Bird, descontraído e subjugado, para um elevado final. A seca e fria “Bury The Ghost” com a borbulhante bateria, e o clamor tribal em cólera de Will Oldham. “If You Want To, You Have To” que começa com suaves guitarras e piano, e depois lança-se numa mistura propulsiva de sintetizadores, violino, guitarras, tambores e gritos. A forma como “First Impossible” se eleva e cai, num minuto sorumbática, noutro eléctrica. E o que dizer das guitarras “shoegazing” de “Wolves”.
Depois de “Alopecia” dos Why?, mais um disco completo e excitante, que não soa como a maioria.
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16 junho 2008

Extremos # 3 - Swans - “Filth” (1983 Labour)

Inicialmente os Swans criaram uma das sonoridades mais brutais que ainda podem ser consideradas como música.
Oriundos de Nova Iorque, e liderados por Michael Gira, foram um dos expoentes do movimento “no wave”, ao lado de grupos como Sonic Youth ou visionários como Glenn Branca.
A sua mistura de “noise rock” e música industrial (claras influências dos Throbbing Gristle), resultou numa música mental, física, baseada na exaustiva repetição de “riffs” e locuções vocais, e no abrandamento total do ritmo (virtualmente rastejando), de forma a criar um efeito hipnótico.
O título do seu primeiro álbum “Filth” já sugere o que devemos esperar, e poucos discos poderão igualar a brutalidade oferecida, que nos deixa paralisados.
Dois bateristas (Roli Mosimann e Jonathan Kane), com um martelar ritual e abrasivo, criavam uma sensação de agressão, de violência directa, de impiedosa brutalidade. O rosnar de Michael Gira, constantemente abalado, é meio berrado, meio gemido, e funciona como uma arma atroz e formosamente injuriosa, resultado de uma certa ambiguidade das mórbidas letras. Este disco marca também a primeira participação do guitarrista Norman Westberg, cujas guitarras triturantes, seriam um das imagens de marca da banda.
Os discos seguintes “Cop”, “Greed”, Holy Money”, seguem o mesmo padrão sonoro. E seria já com a presença de Jarboe na banda, que os primeiros sinais de mudança acontecem, em 1987 com “Children of God”, e que iriam se concretizar na década seguinte, onde a sua sonoridade se transformou radicalmente.

13 junho 2008

Robert Forster - “The Evangelist” (2008 Yep Roc)

A segunda vida dos The Go-Betweens, estava definitivamente em alta após a edição em 2005 de “Oceans Apart”, um clássico ao nível de “16 Lovers Lane”. A morte de Grant McLennan, em 2006, ditou o fim de uma ligação de duas pessoas com personalidades opostas, mas que se influenciaram uma à outra ao longo de 30 anos, resultando numa das melhores associações criativas da história da “pop”.
Robert Forster editou este disco a solo, que, apesar de não ser um disco dos Go-Betweens (mas foi assim iniciado), conta com a presença de antigos colaboradores dos tempos de “Liberty Belle…” e “16 Lovers…”, como o produtor Mark Wallis e Audrey Riley, responsável pelos arranjos, inclui a ultima secção rítmica do grupo, e está centrado na memória de Grant McLennan, não deve ser considerado como uma elegia, mas sim como um testemunho da influência e camaradagem vivida com McLennan.
E o resultado mais visível, é que neste disco existe uma maior coesão do que em anteriores trabalhos a solo de Forster. Pois, e ao contrário das suas composições a solo ou nos The Go-Betweens, onde sempre foi o mais poético, o mais literário, onde as suas metáforas e alusões, sempre foram complementadas e balançadas pelas composições mais directas e terrenas de McLennan, aqui surge muito mais directo, puro, honesto e vulnerável.
É um disco predominantemente acústico, com momentos notáveis, desde o elegíaco “If It Rains”, passando pelo misterioso “Did She Overtake”, seja nas canções escritas a meias com Grant – “It Ain’t Easy” um franco tributo a um amigo desaparecido, “Demon Days” a alegre tristeza de uma fatal lembrança - ou acerca dele – a elegante e brilhante “Pandanus”. E que melhor forma de fechar melancolicamente um disco com “From Ghost Town”, a arrebatadora e devastadora meditação sobre a perda.
Em “The Evangelist”, Forster, libertou-se e inspirado pelo seu eterno colaborador, criou um disco impressionante e incisivamente emocional.
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11 junho 2008

Electronic # 3 - Jimi Tenor – “Intervision” (1997 Warp)

Se não conhecem o trabalho de Jimi Tenor, não estejam à espera do perverso “techno” muito usual nos discos da Warp.
De uma forma notável Tenor rouba maldosamente de todos os quadrantes da música “pop”, “funk” e “jazz” anglo-saxónica. E as suas influências são bem visíveis, de Stan Getz a Gary Numan, passando por Gary Glitter ou Barry White. Se juntarmos a tudo isto uma confessa fascinação pelas bandas sonoras dos “film noir” dos anos 60 e 70, e graças a uma virtuosidade de camaleão, este finlandês, conseguiu um conjunto de linguagens musicais originalmente diferentes e múltiplas.
Estamos perante uma verdadeira, ecléctica e divertida aventura. Temos a ritmada “Wiping Out” como as suas vocalizações “vocoded” e ritmos “jazzy”, a cativante “Sugardaddy” com as suas impuras e ásperas matrizes rítmicas, a personificação de Barry White em “Downtown” ou “”Can´t Stay With You Baby”. Em “Outta Space” somos rapidamente transportados para um mundo de “esmagadores” baixos, e melodias penosas. E somos surpreendidos pela forma como conduz o clássico de Duke Ellington, “Caravan”, para o século XXI.
O melhor deste disco é o facto que melhora a cada audição, e é o melhor lugar para se começar a acompanhar a obra de Tenor.
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07 junho 2008

Two Banks of Four - “Junkyard Gods” (2008 Sonar Kollektiv)

Já tardava o regresso dos veteranos Robert Gallagher e “Demus” Harris, ilustres membros e colaboradores de projectos como Galliano ou Young Disciples.
Depois dos superlativos “City Watching” e “Three Street World”, regressam agora na Sonar Kollektiv, para mais uma intrigante viagem através de um elegantemente retorcido labirinto de géneros musicais - desde “soul” ao “funk”, passando pelo “jazz”, “house” e “broken beat”. Mas agora a ênfase reside muito mais na interacção e na improvisação entre todos os músicos envolvidos.
Assim através da combinação entre as subtis e complexas experimentações electrónicas, e instrumentos clássicos como flautas, saxofone, trompete e piano, criam fantásticas harmonias estranhamente caóticas.
Desta deliciosa colecção, destaca-se “Queen of Crows”, com uma jovial performance vocal de Valerie Etienne (cuja presença sobressai ao longo do disco), e o contagioso revolver do piano de “Shadowlands”. Depois temos temas mais acessíveis como “Dead Afternoons” ou mais experimentais como “Wake Me 5.30”, e uma re-interpretação “electro” de um tema de Wayne Shorter, “Go”.
Rico e complexo na estrutura, é um disco para ouvidos exigentes, que nos trás uma nova perspectiva para uma fórmula de sucesso.

06 junho 2008

Covers # 3

É universalmente conhecido que durante o ano de 1992 os The Wedding Present decidiram editar um single por mês, e que inclua em cada respectivo lado B, uma versão de gente tão diversa como The Go-Betweens, Neil Young, Altered Images, David Bowie ou Elton John.
A que mais me surpreendeu nessa época foi esta versão do clássico da "blaxploitation":


Mas essa propensão por versões já era anterior, pois já antes no lado B do single "Kennedy" de 1989, tinham realizado esta:


E depois de no último post ter colocado uma versão realizada pelos Cud numa Peel Session, também os Sisters of Mercy tinham gravado um versão de um tema dos Hot Chocolate:
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Finalmente, e já que estamos numa de 7", lembram-se desta anedota no ínicio dos anos 90.
Mais um lado B, do single "Rubbish" de 1990:

04 junho 2008

My Favorites # 9 - Soul Coughing - “Ruby Vroom” (1994 Slash)

“Ruby Vroom” é a vertiginosa investida de uma ruidosa civilização indecisamente, contudo irrevocavelmente em direcção a um novo milénio. O que faz com este disco seja a banda-sonora ideal dos anos 90, uma década onde os géneros musicais confluíam sem aviso e a história era uma coisa do passado.
Uma década onde a maioria das bandas passeou sem objectivos, procurando o abrigo na elusiva sonoridade pós-Nirvana, M. Doughty e companhia, criaram um som único - onde batidas “avant-noise” e melodias fracturadas colidem conscientemente - ao combinaram a poesia com “rock”, “hip-hop”, “blues”, “folk”, “techno” e muito mais, numa magnificamente subtil e agradavelmente eclética “mix” (excelentes músicos, destaca-se o impecável trabalho de Yuval Gabay na bateria).
Juntaram um inteligente, elegante e gracioso, mas cortante vocabulário, e os resultados estão excepcionalmente expressos seja na melancólica canção de amor na América rural em “True Dreams of Wichita”, seja no épico e despropositado sobrecarregado “jam” “Uh Zoom Zip”, seja na história do vendedor ambulante que more de “overdose” num quarto de banho de um hotel em “BlueEyed Devil. “City of Motors” conta a sinistra história de um roubo e da testemunha que o presencia, e “Screenwriters Blues” é um fantástico instantâneo de Doughty numa imaginária vida como argumentista em Los Angeles, cheia de contrastes entre os aspectos negativos de Hollywood e L.A., e a beleza que a cidade exibe.
E ainda falta referir “Mr. Bitterness”, “Is Chicago, Is Not Chicago”, “Casiotone Nation”, “Down To This”, “Bus To Beelzebud”, todas elas geniais.
Uma das bandas mais criativas, inovadoras e interessantes dos anos 90, e também uma das mais inclassificáveis, foram um verdadeiro oásis.
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03 junho 2008

Ebay # 3

O último mês, para além dos mais recentes dos Why? e Foals a menos de $5, permitiu encontrar algumas pechinchas:

Dan Boadi & The African Internationals – “Money Is The Root of Evil” CD (1978 Aestuarium)
- uma reedição de um disco perdido, originalmente só existiam 500 cópias em vinil. Afro-Beat do Gana gravado em Chicago. Preço em conta, £3.99

Half Cousin – “The Function Room” CD (2004 Gronland)
- Folk-Pop experimental, combinando electrónica e funk,
reminiscente dos The Beta Band, oriundos de Orkney na Escócia – Só £0.99

Model 500 – “Be Brave/ Psychosomatic” 12” (1998 R&S) - o tema principal é evitável, já o lado B “Psychosomatic” é indispensável, é o tipo de “electro-funk” obliquo que Juan Atkins é especialista – como é um Promo só $1.50

Beaumont Hannant – “Sculptured” CD (1994 GPR)
- disco a solo de um dos Outcast, ambient- techno ,
participação de Lida Husik nas vocalizações – só £0.49 _

Dan Boadi and The African Internationals - Money Is The Root Of Evil