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30 abril 2010

The Album Leaf - “A Chorus of Storytellers” (2010 Sub Pop)

Os calmantes “drones” electrónicos e as suaves melodias que podemos esperar de um disco dos The Album Leaf continuam presentes neste último registo, mas agora e através da utilização de uma verdadeira banda, Jimmy LaValle foi capaz de expandir a sua sonoridade com resultados extremamente gratificantes.
Assim, e ao invés da utilização de “overdubs” das suas próprias performances, cada faixa apresenta o tipo de vibração resultante das colaborações, uma mais impulsiva criatividade que respira vida nas mini obra-primas de lenta combustão.
Existe aqui muito mais paixão e imaginação e uma real consistência. Certamente o facto de terem passado algum tempo com os Sigur Rós, quer na estrada, quer em estúdio, foi responsável por nutrir aos The Album Leaf um “upgrade” na sonoridade “lo-fi” para um som épico. O disco foi gravado em Seattle mas foi remisturado na Islândia por Jón Birgisson e parece beneficiar nesse sentido.
Desolado mas ainda assim reconfortante, inclui o tipo malabarismos de géneros e uma serenidade que é ao mesmo tempo totalmente audível e irresistivelmente atraente.
E sendo verdade que o disco possui uma decente quantidade de contribuições vocais – com destaque para a presença de Pall Jenkins dos Black Heart Procession – ainda são as deslumbrantes melodias e as sonoridades estratificadas que falam mais alto.
Destacam-se a melodia hipnótica de “There Is A Wind”, a “glitch no entanto serena “Within Dreams”, as delicadas sensibilidades “pop” de “Falling From The Sun”, o grande instrumental “Stand Still”, e a glacial no entanto calorosa “Summer Fog”.
Esta nova ambição que encontramos em “A Chorus of Storytellers”, terá levado os The Album Leaf possivelmente à sua melhor execução, mas a sua gentileza e decoro são tão consistentes que este é um disco que procura e requer o máximo de atenção.
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20 maio 2009

Mono – “Hymn To The Immortal Wind” (2009 Temporary Residence)

Depois do excelente “You Are There” (2006) era com expectativa que se aguardava o regresso dos Mono, felizmente eles excederam-se e criaram uma cinemática, iluminada, meditativa e espiritual obra-prima orquestral.
Produzido por Steve Albini, cuja atenção aos requintados pormenores de gravação do som ambiente dá ao disco uma sensibilidade sufocada e claustrofobica, a qual paradoxalmente fornece a sua explosiva conectividade. E a banda usando similaridades estruturais que dão ao disco uma essencial homogeneidade e fluxo, criam temas irresistíveis, começam com delicadas melodias, depois aplicam camadas e camadas de guitarras (inundadas de noise) e arranjos de cordas, e finalmente adicionam cintilantes explosões revestidas de uma enorme aura.
O disco abre com a colossal e asfixiante experiência que é “Ashes In The Snow”, a qual fornece o padrão sonoro, ao atingir o seu intolerável clímax somente passados oito minutos (num total de onze que constituem o tema), mas que transgride o estabelecido protocolo musical ao possuir e introduzir um novo “coda” – uma secção de cordas que domina o disco. Notáveis são também as arrebatadoras guitarras e orquestrações de “The Battle To Heaven”, o melancólico “Burial At Sea” e o seu provocador esplendor, o vertiginoso espiral de feedback e frenesim orquestral de “Pure As Snow (Trails Of The Winter Storm)”, até fecharmos ao belo capitulo final, “Everlasting Light”, recheado de convenientemente esmagadores crescendos, que desabrocham num elevadíssimo vértice final. E que estabelece os Mono como modernos expoentes máximos do “post-rock”, ao lado de Sigur Rós, Explosions In The Sky ou A Silver Mt. Zion.
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