Mostrar mensagens com a etiqueta Polvo. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Polvo. Mostrar todas as mensagens

21 julho 2010

Rock # 15 - Polvo - “Exploded Drawing” (1996)” (Touch And Go)

O catálogo dos Polvo está bem recheado com discos ousados e tentadores, que literalmente engolem as melodias e os ritmos como é o caso de “Shapes” e “Today’s Active Lifestyles”. Mas pessoalmente o hipnótico e formoso “Exploded Drawing” é o que mais me fascina.
Todas as esculpidas dissonâncias, os calmantes vocais, e os afiados desvios rítmicos que tão bem definem os Polvo e que os tornam tão difíceis de categorizar estão presente aqui mas com uma dose adicional de um purificante turbilhão sónico e estranhas estruturas “pop”.
Anteriores referências comparativas incluem os Sonic Youth, os U.S. Maple ou o ”math-rock”, sendo que esta última referência é uma “etiqueta” extremamente enganadora, uma vez que alude muito mais para o método do que para os resultados e para a própria música – é certamente um sofisticado e matemático “noise-rock”/“indie–rock”, mas onde os resultados desses ritmos complexos e das ortodoxas estruturas de guitarra pertencem a um formato não convencional.
As melodias estão divididas em regimes de tons que nem perecem humanos, e tal como a capa que o seu título evoca “Exploded Drawing”, golpeia as estruturas convencionais, abrindo-as e recombinando-as em novas e intrigantes formas, que nos transportam para outra realidade.
Um soberbo e ambicioso “opus”, de uma das mais inesquecível e originais bandas da década de 90.
_

14 janeiro 2010

Rock # 11 - Archers Of Loaf - “Icky Mettle” (1993 Alias)

Infelizmente os Archers Of Loaf sempre pareceram perdidos no dilúvio da enorme corrente de “música alternativa” que surgiu no início da década 90 nos Estados Unidos.
O seu inquietante e desordenado “indie-rock”, é muita vezes comparado com o dos Pavement, mas sonoramente estão mais próximos dos seus conterrâneos da North Carolina, Superchunk e Polvo pelo choque entre “noise-pop” e “ pós-punk”, ou mesmo dos Dinosaur Jr., pela capacidade enérgica.
O seu abrasivo e impetuoso disco de estreia, “Icky Mettle”, está repleto de energia e fúria. São as penetrantes, abruptas e triturantes guitarras que comandam, mas com a sólida secção rítmica (composta pelo baixista Matt Gentling e pelo baterista Mark Price), a grudar conjuntamente toda a potente confusão. E através da impressionantemente extenuada voz do vocalista Eric Bachmann, surgem as disfuncionais, rancorosas e impenetráveis letras que abordam gloriosamente a vida na sociedade moderna.
Ecléctico, torna-se difícil destacar algum tema, mas pessoalmente continua-me a fascinar a persistente atracção de “Web In Front”, a inflexível “Last Word”, a dupla artilharia de guitarras presente em “You And Me”, a ríspida energia de “Fat”, a ardente “Learo, You’re A Hole”, a genial “Toast”, ou a áspera “Backwash”.
Nos três discos seguintes iriam por variadas razões evoluir sonoramente, mas “Icky Mettle”, é ainda hoje obrigatório para a compreensão do “indie-rock” nos anos 90.
_