Mostrar mensagens com a etiqueta Rough Trade. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Rough Trade. Mostrar todas as mensagens

11 julho 2010

Electronic # 18 - Arthur Russell – “World Of Echo” (1986 Upside/Rough Trade)

Um dos menos “honrados” elos entre o “disco” e o “avant garde”, Arthur Russell, foi um violoncelista cuja ânsia de experimentar foi demasiada para a Manhattan School of Music, pois desde que chegou a Nova Iorque nos meados dos nos 70, para aí estudar, começou a fazer conexões entre os formatos.
O simplesmente espantoso “World Of Echo” (o disco é essencialmente uma exploração do eco nas suas diversas formas) – para violoncelo solo, voz, efeitos e electrónica – encerra em si mesmo muitas das suas ideias para uma música “loose-limbed” (como o próprio a definiu) e que sempre manteve a curiosidade como a sua parte mais central. “World Of Echo” continua a ser um disco extraordinário pelos seus cintilantes, reverberantes, quase tangíveis sons: ritmos “sonar” e melodias derivam através de várias camadas de som e significado, como uma metáfora para o inconsciente.
Apesar de Russell, que faleceu em 1992 vitima de SIDA, ser muitas vezes lembrado apenas pelos seus “singles” “disco” nos Loose Joints e Dinosaur L – “Kiss Me Again”, “Is It All Over My Face”, “Go Bang” – e por ter co-fundado a Sleeping Bag Records, este meditativo, quase melancólico registo, categorizado simplesmente como estranho aquando da sua edição, deve ser reexaminado bem de perto.
_

12 abril 2010

The Morning Benders – “Big Echo” (2010 Rough Trade)

O jovem quarteto de Berkeley está de regresso com um disco cujo título, “Big Echo”, apropriadamente informa a mudança ocorrida. Eles demonstram ambição, pois o disco representa um enorme passo em frente, uma bela evolução estilística, que confirma o potencial demonstrado em registos anteriores.
Chris Chu tentou expandir o som da sua banda utilizando a técnica “wall of sound” desenvolvida por Phil Spector, mas modernizando-a. A magnífica utilização da reverberação e do eco, são completadas com as harmonizadas e assertivas vocalizações de Chu, que recria o que Brian Wilson fez para os The Beach Boys em “Pet Sounds”. Tenta ainda fugir ao “indie-guitar-pop” que marcou a maioria das suas primeiras gravações, dando mais atenção à sonoridade criada, mantendo o foco nas abundantes e inebriantes melodias, que apesar de simples são cuidadosamente trabalhadas. Deixa os efeitos sonoros para segundo plano e surge mais experimental, provavelmente devido à influência de Chris Taylor dos Grizzly Bear que co-produz o disco. O resultado é uma sonoridade muito própria, onde cada canção é extremamente estratificada, construída lentamente e pacientemente com sons vibrantes e suaves, onde floresce a capacidade de escrita de Chu. É uma complexa experiência auditiva, pois as canções introduzem uma infinidade de variações que inesperadamente esgueiram-se para a nossa cabeça, permitindo descobrir algo de novo mesmo após várias audições.
O melhor exemplo é a peculiar e encantadora “Excuses”, mas não existe ao longo do disco nenhum ponto que pareça introdutório ou conclusivo, pois o verdadeiro efeito produzido por “Big Echo” é a continuidade. Desde a deslumbrantemente agridoce “Promises”, passando pelo economicamente viciante “folk” de “Cold War”, pela serenidade da épica “Pleasure Sighs” ou pela bela fragilidade “pós-rock” de “Stitches”, os The Morning Benders criaram uma gloriosa obra de arte sonora.
_

11 dezembro 2009

Inovadores # 15 - The Slits & The Raincoats

Se pretendem música “normal” ou um ordinário “punk-rock”, esqueçam, estamos na presença de dois discos verdadeiramente inovadores, onde mostraram que as raparigas também podiam fazer o que os rapazes andavam a fazer, e aqui podemos incluir ainda as Au Pairs ou as Delta 5, entre outras. Sem as The Slits e as The Raincoats, poderiam não ter existido bandas como Luscious Jackson, L7 ou Elastica.


The Slits - “Cut” (1979 Island)

Explodiram num movimento “punk” dominada pelos homens durante uma abertura de um concerto dos The Clash na sua White Riot Tour de 1977. A sua missão era de escapar às rígidas tradições rítmicas do “rock” e os majestosamente grosseiros estilos do “dub”que influenciaram “Cut” realizou isso mesmo. A sonoridade e o menos que sincero título do primeiro “single” “Typical Girls”, determinou a agenda – as vocalizações chamamento e resposta que lutavam para serem ouvidas sobre percussões em chapas metálicas e irregular dissonância musical.
Apesar do sucesso do disco (chegou ao Top 30 em Inglaterra), a banda perdeu o rumo ao direccionar-se para intratáveis “jams”, editando apenas mais um disco de estúdio. “Cut”, no entanto, mantêm toda a atrevidamente indiferença confrontante da sua capa.
Como bonus no CD, está a versão para “I Heard It Through The Grapevine” de Marvin Gaye.

The Raincoats - “The Raincoats” (1979 Rough Trade)

Politicas, feministas e verdadeiramente inspiradoras, e não o foram só para um jovem americano chamado Kurt Cobain, mas também para o movimento “Riot Grrrl” e para todos os que admiraram a estética DIY do pós-punk.
Criaram canções desiguais e dementes, por via de uma dissonante, mas inata capacidade de compor temas intensamente pessoais, através das suas distintas perspectivas femininas, e reproduzidas através do imoral violino contundente, das irregulares mas emotivas guitarras e das desafiadoras múltiplas harmonias vocais, ruidosos ritmos que resultavam em complexas melodias sem convencionalismos que produziram um estilo musical ímpar, algo totalmente oposto ao que seria de esperar de uma banda cuja influência primaria era o “punk”, visível na perturbadora “Off Duty Trip”, na excelente “The Void” ou na fenomenal versão de “Lola”, um original dos The Kinks.
Como extra na reedição em CD, está incluído o fundamental “single”“Fairytale In The Supermarket.
_
The Slits - I Heard It Through The Grapevine (original Marvin Gaye)
_
The Raincoats - Lola (original The Kinks)

10 novembro 2009

Singles # 17 - The Smiths – “Hand In Glove” (1983 Rough Trade)

Apesar de ter sido considerada uma das melhores canções de amor dos últimos tempos, pela altura do seu lançamento, o primeiro single dos The Smiths nunca teve muito sucesso, e nem a insistência de Morrrissey em coloca-lo em inúmeras compilações iria alterar o seu destino. Mas é uma canção que retrata bem a verdadeiramente única relação que existiu entre a banda e os seus fãs.
Apoiada na controversa capa com um nu masculino, e pela sofrida letra acerca de um amor perfeito, que é arruinado pelo pessimismo de um deles e por uma sociedade pejorativa, cantada na assombrosa voz imediatamente identificável, e emparelhada pela cintilante música criado por Johnny Marr, que contava com a cuidadosa duplicação de guitarras eléctricas e acústicas, produzindo um som mais “rock” para o seu primeiro registro.
Curiosamente a versão que Sandie Shaw editou após criar uma amizade com Morrissey, teria muito mais sucesso.
_

20 abril 2009

Tributo # 10 - Robert Wyatt

Um verdadeiro cavalheiro, um gracioso e sensato poeta lírico, um hábil instrumentista, mas será pela sua forma de cantar que Robert Wyatt será certamente melhor recordado.
Na sua estranha, coloquial voz, Wyatt, destilou a sua singular contribuição para a sitiante alma do rock. A sua voz deu sequência a inúmeras canções ao longo de sucessivas tapeçarias de rock psicadélico, rock experimental, pós-punk, agit-pop, jazz, electrónica, sem nunca afasta-lo do trajecto que ele definiu para si próprio à 40 anos atrás.
Foi Wyatt que introduziu a noção revolucionária de cantar tal como falávamos, numa época onde todos à sua volta estavam a imitar os vocalistas “r&b” americanos. Nos Soft Machine era baterista e vocalista no agridoce “pop” do movimento Canterbury, de onde surgiram os Caravan ou Kevin Ayers, e onde Wyatt ajudou a definir um tipo especial de psicadelismo britânico, com a sua voz elevada, penetrante e muitas vezes deliberadamente deprimida para elevar o cociente de melancolia.
Após a sua injusta saída dos Soft Machine, formou os Matching Mole (o mesmo significado em francês para brincar com os seus ex-colegas) e produziu dois álbuns com eles – um deles uma errática obra-prima – mas em Junho de 1973 iria cair de uma janela num quarto andar aquando de uma festa e partiu as costas. O incidente tornou-o paraplégico. Mas na sua estadia no hospital ele começou a elaborar “Rock Bottom”, o seu primeiro regresso.
Wyatt mais tarde, chegou a afirmar que “foi libertado” pela paraplegia, pois não teria mais que estar ligado a um grupo. Assim sentia-se mais confortável a fazer o que queria primeiro e depois procurava as pessoas mais indicadas para trabalharam nos temas que queria.
A dor, mas também o humor nunca estiveram afastados no trabalho de Wyatt. A sua música é tão profundamente comovedora, porque é uma muito directa expressão dos seus sentimentos no momento da gravação. “Rock Bottom” (1974) registra o choque da hospitalização, a enormidade da alteração da sua vida, em submersas e deslizantes melodias electrónica sobre ondulantes correntes de percussão. Pois sendo Wyatt um baterista, o acidente forçou-o a procurar formas musicais mais imaginativas. O disco seguinte “Ruth Is Stranger Than Richard” (1975) inclui a extraordinária versão de “Song For Che”, original de Charlie Haden.
O segundo regresso surge no início dos anos 80 a convite de Geoff Travis da Rough Trade, que editou uma colecção de “singles” que eram destinados a funcionar como boletins políticos sobre a liberdade (reunidos em ” Nothing Can Stop Us”), e que inclui superlativas versões de “At Last I’m Free” dos Chic ou de “Strange Fruit” popularizado por Billie Holiday. Iria inclui ainda “Shipbuilding” de Elvis Costello, que este ultimo compôs especialmente para Wyatt, e que resultaria num inesperado êxito.
O seu terceiro regresso surge em 1997 com o magnifico “Shleep”, gravado no estúdio de Phil Manzanera, e com a colaboração de Brian Eno, Evan Parker ou Annie Whitehead e também, surpreendentemente, de Paul Weller. Com o balanço entre invenção musical e jovialidade, estruturas sonoras e a liberdade para músicos como Parker de alargar as canções para além dos seus parâmetros, e as cáusticas reflexões e as disparatadas letras, “Shleep” inverte a espiral de desespero que caracterizavam os seus últimos discos. Ouçam a debilmente cómica, no entanto arrebatadoramente melancólica meditação psicológica denominada “Free Will And Testament”. Continuou a surpreender-nos com “Cuckooland” (2003) e “Comicopera” (2007), uma dissoluta espécie de ópera mas nitidamente ambiciosa, que inclui a atmosfera intranquila de “Out Of The Blue, e que são uma real celebração de amigos e músicos a tocarem juntos, a convite de um artista que nesta altura simplesmente não se interessa por géneros ou rótulos musicais.
Um penetrantemente inteligente músico que nunca devia ter parado de criar, pois a sua cativante obra fascina pela sua lírica sinceridade.
_
_

22 novembro 2008

Pop # 4 - Aztec Camera - “High Land, Hard Rain” (1983 Rough Trade)

Precisamente, em Janeiro de 1980, um miúdo, Roddy Frame, fundava os Aztec Camera. Estes gravitariam sempre à volta das suas visões muito especiais e da sua qualidade de composição.
A inovadora e complicada miscelânea de “pop”, “rock”, “jazz”, “folk”, que caracterizava o som dos Aztec Camera, faz com que o grupo chame a atenção da jovem independente editora Postcard, que edita os seus primeiros dois singles. O percurso iria prosseguir na Rough Trade, que edita os singles seguintes, “Pillar To Post” e “Oblivious”. Ambos atingem os topos das tabelas “indie” e tornam-se numa das melhores promessas da “pop” escocesa.
Tudo isto fez com que a expectativa que rodeava o seu disco de estreia fosse enorme. E “High Land Hard Rain” não iria desiludir ninguém.
Uma exalação de ar fresco aquando da sua edição (uma terrível altura para a “pop”), era musicalmente vibrante e extremamente único, para além de ser incrivelmente super-produzido para o período (penso que só “Skylarking” dos XTC poderá ser alvo de comparação).
As canções eram ricas em melodia, baseadas em deslumbrantes arranjos e texturas vocais, apoiadas nas assombrosas letras, extremamente comoventes, que expunham sem enfeites as ansiedades da juventude (“The Boy Wonders” é um belo exemplo).
A isto acrescenta-se a capacidade inata de Roddy Frame na guitarra e um puro e total entusiasmo que faltava a muitas bandas.
_

10 janeiro 2008

Inovadores # 5 - A.R.Kane - “69” (1988 Rough Trade)

Quando os A.R.Kane participaram em “Pump Up the Volume”, a sua contribuição foi mínima, no entanto, no lado B do referido tema, criaram “Anitina”, onde já demostravam o rumo que pretendiam seguir.
Só a forma como o disco começa, com o estranhamente cativante “Crazy Blue”, é um pronuncio do que se segue. Pois estamos perante um exercício ecléctico, alucinogénico e experimental, cujo resultado são canções extraordinárias, com letras alucinantes, do calibre da refrescante “Baby Milk Snatcher” com as suas referências ao sexo oral, ou da cristalina fantasia que é “Spermwhale Trip Over” e os seus delírios obtidos através dos efeitos do LSD. Na balbuciante agregação de sons de “Sulliday” atingem o limite máximo da incompreensível experimentação.
Da combinação da voz única de Rudi Tambala, com os instrumentos de Alex Ayuli, através da utilização de som e texturas que relembram os experimentalismos dos pioneiros do rock psicadélico dos anos 60/70, com elementos adicionais do indie-pop dos anos 80, resulta uma sensual atmosfera imersa em reverberatório feedback, onde muitos temas podem não ser considerados canções, mas “sarrabiscos” sonoros.
Foram comparados com os The Jesus and the Mary Chain, Cocteau Twins (Robin Guthrie co-produziu alguns temas anteriores) ou até com os Pink Floyd (fase Syd Barrett). E posteriormente, também seriam considerados como percursores do “shoegazer”.
Os registos seguintes (“i” e “New Clear Child”), são satisfatórios, mas falta-lhes a profundidade deste disco.
Aqui criaram um disco inventivo e verdadeiramente elíptico.

22 novembro 2007

Singles # 10 - The Normal - “Warm Leatherette/T.V.O.D.” (1978 Mute)

Não se deixem enganar pelo nome, isto é tudo menos música “normal”.
Reza a história que Daniel Miller, um ex-punk, fã de “krautrock”, adquiriu, em segunda mão, um sintetizador Korg e um gravador de 4 faixas, e começou a experimentar com os sons criados. Compôs e gravou dois temas no seu quarto, que resolveu editar em single, por conta própria ao criar a etiqueta Mute Records, tendo recorredo à distribuição da Rough Trade.
O suposto lado A, “Warm Leatherette” é inspirado na novela de JG Ballard, “Crash” (a mesma que foi posteriormente adaptada ao cinema por David Cronenberg), e aborda os fetiches sexuais relacionados com acidentes de viação. A rígida caixa de ritmos e o som sibilante dos sintetizadores, ajudam ao conteúdo. (Grace Jones iria realizar uma excelente versão).
Mas seria o lado B, que iria ser mais apreciado, “T.V.O.D.” que observa a dependência e saturação dos “media”, e em particular da televisão. Um extraordinário “cocktail” sonoro, que inclui “samples” de excertos de programas de TV, sons electrónicos adulantes e “noise”, reminiscente do que os Cabaret Voltaire faziam na mesma altura.
“I don’t need a TV screen”, diz.
É hoje referenciada como um marco no desenvolvimento do “post-punk” e da “new-wave”.
Miller apenas editou este disco e dedicou-se a promover a Mute, e os seus primeiros artistas, como Fad Gadget ou D.A.F.

18 outubro 2007

Singles # 7 - The Gist – “Love At First Sight” (1981 Rough Trade)

Após o fim dos Young Marble Giants, Stuart Moxham e o seu irmão Philip criaram os The Gist, que seriam basicamente um projecto de estúdio, onde continuaram a explorar a pop minimalista que caracterizava o som dos YMG. Em alguns temas do álbum que se seguiu (“Embrance the Herd” (1983 Rough Trade), introduziram um pouco mais de electrónica, resultando um disco multifacetado.
Aqui criaram uma cativante e contagiante canção. Um pequeno tesouro, com uma mensagem facilmente perceptível e evocativo das nossas paixões.
Sempre que a ouço, para além das boas recordações que traz, fica sempre um bem-estar presente no espírito.
Uma pérola pop.

10 setembro 2007

Singles # 5 - The Smiths – “How Soon Is Now?” (1985 Rough Trade)

Será sem dúvidas a canção mais famosa dos Smiths (aqui foi-o) que no entanto surgiu primeiro em 1984 como o lado B do single "William, It Was Really Nothing".
“How Soon Is Now?” é uma das canções mais “rock” da banda, com uma sonoridade única, na forma como entrelaça as longas partes instrumentais (inesquecível aquele riff/vibrato de guitarra) com as sublimes partes vocais de Morrissey.
A letra é das mais introspectivas que Morrissey escreveu, treatricamente amarga.
Esta seria a base do som dos Smiths: as melodias de Johnny Marr e as letras de Morrissey, histórias de desilusão, desamor e inadequação aos tempos modernos.
Os Smiths gravaram várias obras-primas, mas nenhuma tão perene como esta.
Um hino da música alternativa dos anos 80.

Video

08 junho 2007

The Pop Group - “Y” (1979 Radar/Rhino)

Oriundos do movimento “post-punk” de Bristol, os The Pop Group nunca tiveram muito a ver com “pop”. Fundindo elementos de free-jazz, reggae, dub minimalista, funk e punk, criaram um assalto sonoro, reminiscente dos movimentos “no wave” e “mutant disco” nova-iorquinos (ESG, Konk, Liquid Liquid), onde o ritmo era a base fundamental.
Produzido por Dennis Bovell, “Y” demonstra uma banda musicalmente muito confiante.
As guitarras eram cortantes, luminosas e intensas, a bateria de Bruce Smith alternava entre ritmos militaristas e explosões sonoras. E o saxofone parecia estar desconectado do resto da banda.
As canções de “Y” ou parecem estar prestes a explodir em estilhaços de vidro ou fragmentos de metal, ou a implodirem num combate rítmico interno.
O vocalista Mark Stewart (que também era o responsável pelas altamente politizadas e polémicas letras) era um inflamatório líder, um sinistro pregador possuído.
Destaca-se também o segundo disco “For How Much Longer Do We Tolerate Mass Murder” que foi editado em 1980 na Rough Trade.
Novamente disponível numa excelente edição da Rhino, que incluiu como bónus o clássico single “She Is Beyond Good and Evil” (na versão original), e o seu lado b “3.38”, “Y” continua a ser um disco chave da era, audacioso, pioneiro e excitante.