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11 julho 2010

Electronic # 18 - Arthur Russell – “World Of Echo” (1986 Upside/Rough Trade)

Um dos menos “honrados” elos entre o “disco” e o “avant garde”, Arthur Russell, foi um violoncelista cuja ânsia de experimentar foi demasiada para a Manhattan School of Music, pois desde que chegou a Nova Iorque nos meados dos nos 70, para aí estudar, começou a fazer conexões entre os formatos.
O simplesmente espantoso “World Of Echo” (o disco é essencialmente uma exploração do eco nas suas diversas formas) – para violoncelo solo, voz, efeitos e electrónica – encerra em si mesmo muitas das suas ideias para uma música “loose-limbed” (como o próprio a definiu) e que sempre manteve a curiosidade como a sua parte mais central. “World Of Echo” continua a ser um disco extraordinário pelos seus cintilantes, reverberantes, quase tangíveis sons: ritmos “sonar” e melodias derivam através de várias camadas de som e significado, como uma metáfora para o inconsciente.
Apesar de Russell, que faleceu em 1992 vitima de SIDA, ser muitas vezes lembrado apenas pelos seus “singles” “disco” nos Loose Joints e Dinosaur L – “Kiss Me Again”, “Is It All Over My Face”, “Go Bang” – e por ter co-fundado a Sleeping Bag Records, este meditativo, quase melancólico registo, categorizado simplesmente como estranho aquando da sua edição, deve ser reexaminado bem de perto.
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16 maio 2008

Kelley Polar – “I Need You to Hold On While The Sky Is Falling” (2008 Environ)

Em 2005, com “Love Songs of The Hanging Garden”, foi comparado com o malogrado Arthur Russell. Ambos eram músicos com formação clássica na prestigiada Julliard School de Nova Iorque. E tal como Russell, duas décadas antes, também Polar travou conhecimento com músicos de dança que o introduziram a novos universos musicais. Russell com o pioneiro do “disco” Larry Levan, Polar com Morgan Geist dos Metro Area, um dos melhores na utilização das penetrantes linhas orquestrais do “disco” na “house”.
No disco de estreia tentou provar que era possível criar uma música profundamente pessoal, ao desenvolver cenários melancólicos, assentes em soluções rítmicas compactas e evolutivas.
Este novo disco, é um passo em frente, e cimenta essa capacidade ao reunir uma colecção de estranhamente exuberantes e belas canções, mas que permanecem totalmente acessíveis.
O disco abrange uma diversidade de ideias, infiltrando elementos de “pop”, “disco”, “house”, “minimal techno”, e até “r&b”, para criar uma banda-sonora de um universo alternativo, que nos ocupa e estimula a mente e o espírito.
Mais uma vez a produção de Morgan Geist dá uma atenção especial aos detalhes. E como destaques selecciono: a sinfonia “electro” de “A Feeling of the All-Thing”, “Chrysanthemum”, o sumptuoso dueto de “Entropy Reigns (In the Celestial City)”, “Satellites” e “Thurston & Grisha”.
Um disco, que pelas suas concebíveis contrariedades, não soa como nada que foi antes produzido. E por isso mesmo muitas pessoas não gostarão deste disco.