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19 janeiro 2009

The Fall @ CdM - 17.01.2009

A espera pela prestação ao vivo de uma das mais lendárias bandas de todos os tempos era grande. E o aperitivo foi um excelente jantar acompanhado pelos distintos bloggers April Skies, Classe de 70, Dedos Bionicos, Gravilha, Mouco, O Puto, elementos de uma das melhores bandas nacionais, e de uma loja de referência do Porto.
A recepção foi efectuada com uma curiosa e interessante manipulação vídeo-sonora de gente diversa como Eurythmics, Elvis Presley (esta particularmente brilhante) ou Barbra Streisand, que preparou a entrada da banda em palco.
Como previsto a prestação incidiu sobre “Wax Imperial Solvent”, o ultimo de originais do grupo e um dos melhores da última década.
Para além da presença carismática em palco de Mark E. Smith, que alguém brilhantemente comparou a Mr. Magoo - cujo momento alto foi a leitura das letras a partir de um folha de papel de costas viradas para a audiência - ficou na memória de todos os presentes a forma fenomenal como transformaram “50 Year Old Man” ou “Reformation!” em autênticos exercícios frenéticos de transe psicadélico, com destaque para a excelente performance da banda que actualmente acompanha MES, e que excluindo Elena Poulou (a actual Sra. Smith), apenas estão juntos desde 2006. Parecem que estão dispostos a aturar MES - como sempre a mexer nos amplificadores do guitarrista e do baixista.
Para todos os fieis seguidores faltou o regresso aos anos 80, e dessa época o máximo que MES retrocedeu foi até 1988 com “Carry Bag Man”, e se para o encore existiam expectativas em todos para que os seus desejos pessoais - “Mr.Pharmacist”, L.A.”, “Victoria” – fossem realizados, nem à década de 80 foram, ficaram por 1991 com uma das várias “covers” que sempre realizam, neste caso a honra couve a “White Lightning”.
Este é o seu mundo e nem todos são convidados, e como o próprio diz: “I’m a 50-year-old-man”… “and i like it”…

29 outubro 2007

The Sea And Cake – “One Bedroom” (2003 Thrill Jockey)

Ao longo dos anos, o grupo “pós-rock” de Chicago, sempre se manteve fiel ao seu rumo.
Composto pelas guitarras e vocalizações aspiradas de Sam Prekop, pelo baixo de Eric Claridge, pela complexa percussão de John McEntire e pela guitarra tensa de Archer Prewitt, os S&C, insistem na mesma mestria ao longo da sua carreira.
O seu sexto disco, “One Bedroom” (que para mim será o mais conseguido), por um lado relembra a pop cintilante das bandas da Postcard, por outro as influencias “motorik” dos Stereolab. A voz suave, mas elevada de Prekop combina com o som “jazzy” criado pela banda, que ao introduzir sintetizadores retro, uma complexa electrónica, e o serpentear das guitarras, cria um som atenuante, mas perfeitamente melódico.
Provavelmente menos “jazzy” do que por exemplo “Oui”, é no entanto mais definido.
“Four Corners” e “Left Side Clouded” são do melhor que produziram, sedativos e melancólicos, com o tilintar das guitarras e um rude, mas melódico baixo, superiormente quebrados pela distorção. O ritmado “Hotel Tell” utiliza os atributos de programação de McEntire, nos sóbrios, mas irresistíveis batimentos da caixa de ritmos.
O destaque do álbum é a perfeita versão de “Sound And Vision” de David Bowie. Exuberantes arranjos estruturadamente ricos em detalhes são perfeitos para o agridoce logro de Bowie.
Ao longo do disco, encontramos uma música delicada e perfeita. Em contraste com a aparente casualidade das letras, a música é perfeitamente esculpida à volta das vozes. A produção é tão delicada e os arranjos tão bem trabalhados e cheios de detalhe que é impossível não ficar-mos totalmente seduzidos por este elegante e descerrado disco.

Hoje - 23H00 - O Meu Mercedes é Maior que o Teu

30 agosto 2007

Tony Allen – “Black Voices” (1999 Comet)

Aproveitando mais uma visita deste percussionista, por muitos considerado um dos melhores de sempre...

Se devemos relembrar o seu trabalho como líder do grupo que acompanhou Fela Kuti nos seus anos mais produtivos (1969-79), também devemos referir o seu notável trabalho a solo muitas vezes menosprezado.
Para mim um dos melhores registos é este “Black Voices”, um regresso em força após uma década pouco produtiva.
O disco foi gravado em Paris com uma produção minimalista de Doctor L. O resultado é um conjunto estrutural de composições, onde intensos ritmos Afrobeat, rodeados por guitarras, teclados “wah-wah”, e um poderoso e enérgico baixo, apoiados nas vozes (negras e claustrofóbicas) dos veteranos do P-Funk, Mike “Clip” Payne e Gary “Mudbone” Cooper, nos proporcionam uma crescente viagem psicadélica que nos deixa intoxicados.
O seu som continua inovador e experimental, e onde a improvisação serve de complemento às estruturas rítmicas predefinidas, abrindo novos rumos, ao combinar o afro-beat com o dub, e com a electrónica.

Hoje 22H15
Festival Músicas do Mar - Póvoa de Varzim

02 março 2007

Little Annie @ Serralves 02-03-2007

Little Annie ou Annie Anxiety ou Annie Bandez, é uma eclética artista multimédia, cuja música não pode ser categorizada de forma convencional. Ao longo da sua carreira a solo ou nas inúmeras colaborações trabalhou com artistas tão díspares como Wolfgang Press, Current 93, Coil, Fini Tribe, ou mais recentemente com Antony e Khan.
O seu último disco “Songs from the Coalmine Canary” (2006) conta com a participação de Antony, que toca piano. E a grande beleza deste disco, é essa combinação do piano de Antony com a voz crua de Annie, que cria um ambiente jazz negro, retrato cruel da nossa sociedade actual.
Se a sua actuação incidir somente sobre este disco, não iremos ter oportunidade de assistir a outros momentos da sua carreira, como “Little Annie & The Legally Jammin’” (2003), a sua colaboração com Khan (Air Liquide) e Jendreiko, que é um disco excelente. É um projecto baseado no discurso “Spoken-word” de Annie, sobre estruturas rítmicas electrónicas, que poderá ser qualificado como “No Wave Disco”.
Também seria excelente recordar temas dos seus discos mais antigos como "Short and Sweet" (1992), que me revelou esta ex-punk.


Recomendado.