
Mas essa transição do quarto solitário para o estúdio profissional poderia ter sido uma prova muito grande para ser superada no sentido de aprimorar as suas habilidades interpessoais e aguçar os danificados ritmos do seu desigual segundo disco.Mas mal o disco começa a tocar, é muito claro que esta não é a mesma banda que criou minutos de inaudível clamor nos registos anteriores. Com uma categórica produção, as canções agora surgem completas, duras como pregos, e os amplificadores viraram-se completamente para o máximo. O próprio Williams está diferente, em “King Of The Beach” encontramo-lo a comutar com a sua capacidade de composição interior (toda a aversão a si mesmo e frenesim adolescente ainda está presente, mas ele parece mais feliz), renunciando ao estático niilismo “lo-fi” a favor da clareza da “alta definição” – assim o álbum está saturado de elevadas harmonias polifônicas, estalados de dedos e palmas. A animosidade das espessas guitarras e da suja bateria de “Idiot”, o impecável 60’s “garage-pop” de “Post Acid”, o “rock” frenético de “Green Eyes”, ou a gentil e espaçada “When Will You Come”, fazem deste versátil e extremamente bem executado registo uma surpreendentemente boa surpresa.
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