
Liderados pelos compositores, guitarristas e”samplistas” Dave Callahan e Margaret Fiedler, o quarteto usou a tecnologia do “sampling” para criar novas perspectivas sonoras sobre o altamente rítmico suporte base.
Fugindo dos géneros musicais estabelecidos, ofereciam tumultos e excitação, através de uma furiosa decadência urbana e enaltecimento do ódio. Aparentemente, misturavam pedaços grosseiros de discos “easy-listening” com os sons das suas desconexas implosões orquestrais enquanto as tendências “pós-punk” da banda (notavelmente próximas dos P.I.L. de “Metal Box”) acentuam a tensão e animosidade.
De um lado tínhamos as entusiastas, hipnóticas, sedutoras, murmurantes e incendiárias canções de Fiedler, do outro os desdenhosos, no entanto brilhantes, comentários social, normalmente bombásticos do perpetuamente transtornado Callahan. E se quase soam como bandas diferentes, tudo funciona numa imaculada unicidade.
Mas a pressão e a carga de stress que fizeram “Eva Luna” tão forçado, teve que ceder, e 18 meses depois, Fiedler e o baixista John Frennett terminaram o grupo para formar os Laika com Guy Fixsen (o produtor da banda, deixando Callahan e o baterista Mig, que recrutaram dois novos elementos para o irregular disco seguinte, “The Sound Your Eyes Can Follow”.
Neste “Eva Luna” (cuja edição americana inclui ainda o excelente EP, “Secondhand Clothes”) oferecem quer lições históricas de “pós-punk”, quer reflexões sobre direcções futuras.
_