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23 setembro 2008

Leila – “Blood, Looms and Blooms” (2008 Warp)

Após oito anos sem editar, a misteriosa Leila Arab, está de regresso agora na Warp, depois dos excelentes “Like Weather” (1998 Rephlex) e “Courtesy of Choice” (2000 XL), que com o passar dos anos continuam a revelar qualidades escondidas. O facto de neste período ter perdido os seus pais (que indiscutivelmente deixa a sua marca no disco) servirá como uma possível explicação.
Mas volta com a mesma qualidade arrebatadora, disposta a mexer com os velhos pressupostos do que a música electrónica deveria supostamente ser. Pois presenteia-nos com aprazíveis e invulgares estruturas musicais, agradavelmente variadas, recheadas de sons electrónicos nauseabundos e desprovidos de quaisquer pontos de referência ou distantes de fórmulas estabelecidas.
Assim produz um disco singular e incomparável, com um mostruário sublime, como os momentos “electro” presentes em “Molie” e nesse conto de fadas subaquático que é “Lush Dolphins”. Na excêntrica melodia “pop” de “Little Acorns”, ou em “Mettle”, com as suas borbulhantes correntes divergentes e a estrondosa guitarra.
São várias as contribuições vocais, mas destacam-se a sublime prestação de Roya na sedutora “Daisies, Cats and Spacemen” e Zan Lyons em “Young Ones”. E a colaboração dos dois nomes mais “mainstream” presentes no disco, Terry Hall em “Time To Blow” e Martina Topley-Bird em “Deflect”, ou o alterado dueto em que ambos participam, “Why Should I’”.
“Blood, Looms and Blooms” é perturbador e intrigante, mas será uma das melhores experiências traumáticas do ano.
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23 agosto 2007

Seefeel – “Quique” (1993 Too Pure)

Apesar de terem assinado posteriormente trabalhos na Warp e na Rephlex, seria no seu disco de estreia
- o meu favorito - que os Seefeel, realizaram provavelmente o trabalho mais conceptual do grupo, e onde se denota uma maior sinergia entre os diversos membros.
Assim criaram uma mistura de hipnóticas texturas analógicas com efeitos de guitarras “Shoegazing” (influência clara My Bloody Valentine) My Bloody Valentine) e as luxuriantes angélicas vozes femininas.
O disco agrupa de uma forma completamente única diversas influências distintas, às vezes de uma forma experimental, outras de uma forma estética.
É difícil escolher um destaque porque o disco funciona como um todo.
Ouçam os três temas iniciais: “Climactic Phase #3” com os seus ritmos simples, e as imensas ondas de sintetizadores, seguida de “Polyfusion” que adorna o “feedback”, com densas camadas sonoras e a bela e incompreensível voz de Sarah Peacock, e “Industrious”, mais uma vez com a voz a estremecer etereamente sobre uma poderosa batida rítmica; e constatem como ao juntarem as possibilidades oferecidas pela electrónica com um trabalho de guitarra e baixo poderoso e sensual, criaram algo verdadeiramente diferente.
Se os Cocteau Twins tivessem integrado mais sintetizadores e caixas de ritmos talvez soassem assim.
Um clássico “indie-electronica” de um grupo que teve uma curta carreira, está agora disponível numa “Redux Edition” de 2 CD’s com mais 9 temas do que a edição original (o costume: B-Sides e remixes). Se ainda não o possuem, aproveitam, pois nos restantes discos nunca mais capturaram a criatividade aqui presente.
Um sedativo de atmosferas digitais.