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16 abril 2008

Singles # 14 - Grandmaster Flash & The Furious Five - “The Adventures Of Grandmaster Flash On The Wheels Of Steel” (1981 Sugarhill)

Os primeiros discos verdadeiramente identificados como “hip-hop” (The Fatback Band – “King Tim III” e Sugarhill Gang – “Rapper’s Delight”) tinham sido editados dois anos antes, mas seria Grandmaster Flash que iria com este disco massificar o movimento.
Flash trouxe a arte de “djing” para outro nível de sofisticação ao introduzir técnicas como o “backspinning” e o “cutting”. Foi pioneiro no uso do “cross-fader”, ou na forma como sobrecarregava os canais do misturador com ruído.
E se por um lado, “…Wheel Of Steel” era uma colagem de discos diversos como Sugarhill Gang – “8th Wonder”, Queen – “Another One Bites The Dust”, Blondie – “Rapture”, Chic – “Good Times”, The Incredible Bongo Band – “Apache”, a banda sonora de “Flash Gordon” e até extractos de uma história infantil, que Flash gravou dos gira-discos de uma forma directa, até conseguir o som pretendido (consta que conseguiu à quinta tentativa), por outro lado, era mais do que uma colagem, era uma “cut-up” que servia de “batida” ao longo dos sete minutos do disco. Flash demonstrou que o gira-discos, poderia ser um instrumento de percussão com um alcance e uma aptidão expressiva superior à da bateria e outros instrumentos similares.
Audacioso, assertivo e agressivo como quase tudo o que surgia da orla “art-punk” de Nova Iorque, e que se mantém como a maior proeza de temeridade.
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15 outubro 2007

Classic # 9 - Television – “Marquee Moon” (1977 Elektra)

Companheiros de Patti Smith, e posteriormente dos Ramones, Talking Heads e Blondie no lendário clube nova-iorquino CBGB, os Television foram um dos grupos mais importantes da pré-história do punk-rock e pós-punk. (e de toda a história do “rock” propriamente dito).
A formação original incluía o baixista Richard Hell, que patenteou o “look” punk, muito antes dos Sex Pistols, e o líder Tom Miller, assumiu como novo “apelido” o do poeta simbolista francês. Assim as credenciais eram perfeitas, o problema era que os Television não tocavam punk-rock. Seria mais um “psychedelic jazz punk”? O que quer que fosse, era diferente e original.
Seriam, na minha opinião, o primeiro grupo identificado com o movimento “punk” que realmente criaria algo novo e original, quer ao nível técnico quer ao nível estético.
O disco inicia com o hipnotizante “See No Evil”, passa pelo dramático “Elevation”, com as suas constantes paragens e arranques, e fecha com um longo lamento, que sugere futuras direcções na sinistra, mas profética “Torn Curtain”.
O som do grupo está perfeitamente registado no tema que dá título ao álbum, o épico “Marquee Moon”, com o “staccato” penetrante, sinistro, complexo e labiríntico, cria um super-sofisticado poema sonoro, apoiado na frágil voz de Verlaine. Musica para o corpo e mente.
O virtuosismo instrumental do grupo é evidente na forma perfeita como contrastam as guitarras gémeas – Verlaine, (temperamental e improvisador), Richard Lloyd, (controlado, preciso & denso) – encaixam completamente, enquanto as influências jazz e a sensibilidade melódica iluminam a forma sincopada de tocar do baterista Billy Ficca e do baixista Fred Smith.
Introspectivo, “Marquee Moon”, é um marco de criatividade, de coerência, e de consistência.

10 agosto 2007

Singles # 3 - Altered Images – “Don’t Talk To Me About Love” (1983 Epic)

Estes escoceses já tinham editado um single - “Happy Birthday” (podia ser uma escolha) - que os tinha tornado num dos grupos independentes mais populares do início dos anos 80.
Entretanto a banda amadureceu e os frutos estão presentes no álbum “Bite”, o terceiro da sua carreira.
Fundamental para esse desenvolvimento sonoro foi a contratação do produtor Mike Chapman (que produziu “Heart Of Glass” dos Blondie), para a produção do álbum, que continha “Don’t Talk To Me About Love”.
A canção soa tão fresca hoje como quando foi editada.
Atinge o auge da verdadeira expressão artística, liricamente é tão dolorosa como encantadora. E a voz de Clare Grogan, soa voluptuosamente polida.
Infelizmente, actualmente não são muito relembrados, o que é estranho quando ouvimos um dos melhores singles indie-pop de sempre.
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