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23 agosto 2007

Seefeel – “Quique” (1993 Too Pure)

Apesar de terem assinado posteriormente trabalhos na Warp e na Rephlex, seria no seu disco de estreia
- o meu favorito - que os Seefeel, realizaram provavelmente o trabalho mais conceptual do grupo, e onde se denota uma maior sinergia entre os diversos membros.
Assim criaram uma mistura de hipnóticas texturas analógicas com efeitos de guitarras “Shoegazing” (influência clara My Bloody Valentine) My Bloody Valentine) e as luxuriantes angélicas vozes femininas.
O disco agrupa de uma forma completamente única diversas influências distintas, às vezes de uma forma experimental, outras de uma forma estética.
É difícil escolher um destaque porque o disco funciona como um todo.
Ouçam os três temas iniciais: “Climactic Phase #3” com os seus ritmos simples, e as imensas ondas de sintetizadores, seguida de “Polyfusion” que adorna o “feedback”, com densas camadas sonoras e a bela e incompreensível voz de Sarah Peacock, e “Industrious”, mais uma vez com a voz a estremecer etereamente sobre uma poderosa batida rítmica; e constatem como ao juntarem as possibilidades oferecidas pela electrónica com um trabalho de guitarra e baixo poderoso e sensual, criaram algo verdadeiramente diferente.
Se os Cocteau Twins tivessem integrado mais sintetizadores e caixas de ritmos talvez soassem assim.
Um clássico “indie-electronica” de um grupo que teve uma curta carreira, está agora disponível numa “Redux Edition” de 2 CD’s com mais 9 temas do que a edição original (o costume: B-Sides e remixes). Se ainda não o possuem, aproveitam, pois nos restantes discos nunca mais capturaram a criatividade aqui presente.
Um sedativo de atmosferas digitais.

08 junho 2007

The Pop Group - “Y” (1979 Radar/Rhino)

Oriundos do movimento “post-punk” de Bristol, os The Pop Group nunca tiveram muito a ver com “pop”. Fundindo elementos de free-jazz, reggae, dub minimalista, funk e punk, criaram um assalto sonoro, reminiscente dos movimentos “no wave” e “mutant disco” nova-iorquinos (ESG, Konk, Liquid Liquid), onde o ritmo era a base fundamental.
Produzido por Dennis Bovell, “Y” demonstra uma banda musicalmente muito confiante.
As guitarras eram cortantes, luminosas e intensas, a bateria de Bruce Smith alternava entre ritmos militaristas e explosões sonoras. E o saxofone parecia estar desconectado do resto da banda.
As canções de “Y” ou parecem estar prestes a explodir em estilhaços de vidro ou fragmentos de metal, ou a implodirem num combate rítmico interno.
O vocalista Mark Stewart (que também era o responsável pelas altamente politizadas e polémicas letras) era um inflamatório líder, um sinistro pregador possuído.
Destaca-se também o segundo disco “For How Much Longer Do We Tolerate Mass Murder” que foi editado em 1980 na Rough Trade.
Novamente disponível numa excelente edição da Rhino, que incluiu como bónus o clássico single “She Is Beyond Good and Evil” (na versão original), e o seu lado b “3.38”, “Y” continua a ser um disco chave da era, audacioso, pioneiro e excitante.

25 maio 2007

Manuel Göttsching – “E2-E4” (1984 RRK/MG.Art)

Uma chamada de atenção, agora que está disponível em Portugal a edição especial do 25º aniversário deste disco.
Editado originalmente em 1984, foi gravado em 1981 num intervalo de uma sessão com o seu grupo Ash Ra Temple.
Intemporal, é um dos mais influenciais objectos de música electrónica de todos os tempos. A beleza hipnótica dos flutuantes acordes de guitarra, a suavidade melódica do som e a beleza rítmica criados pelos sequenciadores, combinam para formar um disco que é um encanto para os nossos ouvidos.
Foi celebremente “samplado” para criar um dos clássicos do “chill-out” em “Sueno Latino” no ano de 1989. E é constantemente referenciado por vários músicos no topo das suas influências, entre eles os veteranos Carl Craig e Derrick May, e mais recentemente James Murphy ou Prins Thomas.
Um trabalho ainda hoje extraordinário. Se ainda não o possuem ou não o conhecem, aproveitem, pois é essencial.