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21 abril 2010

Electronic # 16 - Amon Tobin – “Out From Out Where” (2002 Ninja Tune)

Muitas vezes considerado inferior em relação aos seus antecessores “Permutation” (1998) e “Supermodified” (2000), ou até mesmo à sua aventura como Cujo, a opressiva contextura maciça de “Out From Out Where” realmente confirma o virtuoso e visionário Amon Tobin como um dos mais qualificados e imaginativos artistas do “sampling” do século 21, pela forma como ele coloca os padrões qualitativos incrivelmente altos de álbum para álbum. Provavelmente este disco não será tão formoso como o subversivo “Supermodified”, e é bem evidente que Tobin baixou o tom experimental, refugiando-se em fórmulas mais seguras. E apesar de tematicamente ser mais coeso, aqui é a fantasia que toma lugar, oscilando entre um romantismo simultaneamente infantil e desesperante, num muito particular estádio de espírito. É virtualmente impossível descortinar a origem da maioria das sonoridades “sampladas”, mas uma atmosfera “noir”, os sons artificiais e as tendências “sci-fi”, tornam o disco sinistro, como um frio monólito de “funk” astral. A genialidade de “Out From Out Where” reside no facto de ser tão ricamente evocativo de diferentes panóplias de imagens a cada poucos segundos, através do hipnótico e onírico “Back From Space”, do ameaçador “El Wraith”, do rigoroso “Verbal”, do enérgico “Rosies”, do claustrofóbico “Triple Science”, do cósmico “Searchers”, ou do delicado “Mighty Micro People”.
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22 outubro 2008

Compilação # 2 - Coldcut - “Journeys By DJ” (1995 JDJ)

Em 1995, o colectivo de DJ’s Coldcut – Jonathan Moore, Matt Black, Strictly Kev e PC - editou um CD-mix que tinha como objectivo 3 pressupostos - tinha de incluir os seus discos favoritos através de uma ofuscantemente ampla selecção musical, tinha de ser um disco que se pudesse escutar no conforto caseiro, e tinha de dar um “proverbial” pontapé no saturado e confuso género, muito obcecado por apenas gerar dinheiro.
E logo na sua edição, a reacção foi unânime, este era o disco a possuir.
Seria pelo facto do disco abranger uma desconcertante mistura de géneros com muita qualidade, contendo “electro” (Newcleus, Mantronix), “reggae” (Junior Reid), “hip hop” (Boogie Down Productions), “tecno” (Plastikman, Luke Slater), “house” (MAW), “ambient-pop” (Joanna Law), “jazz-funk” (Red Snapper), “mad funk” (Pressure Drop), “drum’n’bass” (Photek, 2 Player), humor (excertos da série Dr. Who) e outras formas mais abstractas (Jello Biafra, Air Liquide e as outras incarnações dos Coldcut na Ninja Tune)?
Seria pela forma como os efeitos e o tratamento no computador, de que foram pioneiros, adaptou este ajustado puzzle?
Seria pela nova posição numa velha formula, cujo resultado parecia realizado de um forma descarada e sem esforço?
A resposta é obvia, tudo isto e muito mais. “Journeys By DJ” é uma mescla de ingredientes que o tornam maior do que a soma das suas partes, e é muito mais amplo na sua estrutura temporal.
Foi uma surpreendente definição de um estilo numa era e quebrou as regras para o atingir. Intemporal? O melhor será mesmo ouvir, pois é uma viagem fantástica.

Como bónus anexo um original de “Let’s Us Play!” (1997)
Coldcut - More Beats And Pieces