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06 agosto 2008

My Brightest Diamond – “A Thousand Shark’s Teeth” (2008 Asthmatic Kitty)

Shara Worden está de regresso com o seu projecto My Brightest Diamond, e mostra uma grande evolução do primeiro disco, “Bring Me The Workhorse” de 2006, pois este é muito mais ambicioso, com um maior recurso à experimentação e uma maior utilização de instrumentação, sendo meticuloso em todos os detalhes, realçando a sua violência emocional.
Podem ser evidentes as influências de Kate Bush ou Bjork, mas são essencialmente pelo uso de secções e versos não repetitivos. Pois o que a torna distinta é que a sua música a posiciona como uma digna adição ao rol destas, nunca existindo a impressão de ser uma cópia inferior.
Inicialmente destinado a ser um disco de apenas instrumentos de corda, a sua vontade e prontidão de se focar noutros instrumentos, faz com que ao se acompanhar de extraordinários músicos, esta pianista com formação clássica, crie uma poderosa e eficaz instrumentação.
Mas se a instrumentação é brilhante, é a sua voz soberba e rara, habilidosa e comovedora, que impele o disco, atingindo o apogeu na decidida “Inside A Boy”, apoiada numa vacilante linha de guitarra e uma elegante secção rítmica; na frágil “Ice And The Storm” e os seus emotivos arranjos; na estranha, mas todavia bela “Apples”, com o seu amora “bossa-nova”; na etérea e atmosférica “To Pluto’s Moon”; até ao brilhante final em “The Diamond”, que é uma encruzilhada de todos os estilos presentes no disco.
Um incomparável universo de fantasia.
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06 fevereiro 2008

Bonnie “Prince” Billy - “Ask Forgiveness” (2007 Domino)

Quando não está empenhado em editar, sobre os seus vários pseudónimos, os magníficos álbuns que concebe, Will Oldham, ocupa os intervalos aventurando-se noutros projectos como o foram a colaboração com Matt Sweeney e o anterior disco de versões realizado a meias com os Tortoise.
Regressa agora com um mini-lp de versões, que poderá não ser tão diversificado como o realizado com os Tortoise, pois pode ser mais acessível, mas que não deixa de ter momentos sublimes, pois Oldham tem a habilidade de transformar praticamente tudo o que toca em pungentes canções “folk”, independentemente de as letras originais perderem toda a sua intenção inicial.
Com a ajuda de Meg Baird nas vozes e guitarra acústica, Greg Weeks na guitarra eléctrica (ambos são membros dos Espers) e ainda ocasionalmente por Maggie Wienk no violoncelo, cria uma cintilante combinação entre vozes e guitarras que circulam de um lado para o outro em perfeita harmonia, e que, no fim, fazem com que cada canção se torna sua.
Algumas interpretações são arrebatadoras, nomeadamente as menos improváveis e mais esperadas, como “World’s Greatest” de R. Kelly, ou “Am I Demon?” de Danzig, onde Oldham inverte a impudência ao fazer que a suposta “greatness” esteja ao alcance de qualquer um, na primeira, ou na forma como adopta o tom sombrio na segunda. Mas também o é a tocante e incrivelmente triste “I’ve Seen It All” de Björk, onde Oldham nunca tentar copiar ou imitar a mesma, sendo provavelmente por isso que esta e as restantes canções resultam tão bem. Ouçam como “My Life” de Phil Ochs ganha uma nova vida na melódica versão de Oldham.
Para além das versões inclui um grande original – “Loving The Street”.
São estes grandes momentos que tornam este disco merecedor de atenção.
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Ask Forgiveness