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21 setembro 2009

Rock # 9 - The Jesus Lizard – “Goat” (1991 Touch And Go)

No seu segundo álbum, os lunáticos e depravados de Chicago cumpriram bem o seu papel dos primos retardados e alcoólicos dos britânicos Gang of Four. Nesta espiral de caos, produzida por Steve Albini, a sua sonoridade está no mais doentio, repulsivo e ameaçador possível em faixas como “Then Comes Dudley”, a psicótica “Nub”, a venenosa “Mouthbreaker”, “Monkey Trick” ou a paranóica “I Can’t Swin”.
O baterista Mac McNeilly e o baixista David Sims tocavam com uma ritmada subtileza fulminante, o guitarrista Duane Denison aparentemente arranha as cordas erradas para criar vibrantes “riffs” pós punk e o infame porta-voz David Yow, com o seu incomparável estilo vocal, capturara a alma de um imoderado e desarticulado personagem.
Depois de “Goat”, continuaram a fazer álbuns excelentes – como “Liar” de 1992 (e o famoso “single” a meias com os Nirvana, de onde provavelmente serão mais relembrados) – e repetidamente reinventaram-se a eles próprios, mas os verdadeiros fãs do rock aventuroso necessitam de “Goat”.
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30 abril 2007

Panthers - “The Trick” (2007 Vice)

Este quarteto de Brooklyn, regressa com um disco intenso, que merece atenção de todas as áreas musicais. Uma combinação das origens hardcore e punk dos seus membros com intervenção politica. Gravado com Steve Revitte, que anteriormente trabalhou com Liars ou Beastie Boys, estamos perante canções guitar-rock hipnótico de três minutos. Ruidosas, pesadas e rápidas, mas ao mesmo tempo super-melódicas.
Elementos dos The Jesus Lizard e Stooges, são evidentes nestes hinos rock totalmente cativantes nos seus escassos 32 minutos.
Um som que seria perfeito, se nos encontrassemos num bar nos anos 70 em Detroit ou Cleveland.

05 abril 2007

Classic # 2 - Gang of Four - “Entertainment!” (1979 EMI)

Este quarteto de Leeds, composto por estudantes de Ciências Sociais (o seu nome é uma referência retirada da China comunista), foi responsável pela produção de alguma da mais excitante música proveniente de Inglaterra no período pós-punk.
Associações aos ensinamentos dos situacionistas, caracterizaram a curta carreira da banda. Curiosamente os membros da banda eram sempre listados alfabeticamente, dando conformidade ao seu espírito equitativo.
“Entertainment!” é a ponte de inspiração entre a primeira onda punk e o pós-punk, que inclui outros percursores como Birthday Party ou 23 Skidoo.
O seu som experimental era punk-funk, ritmos funk de James Brown alimentado pela dinâmica “raw punk” característica da época. Também as letras politizadas baseadas na vida quotidiana e monólogos existenciais, não eram paralelas às do movimento punk.
As canções de “Entertainment!” são verdadeiros tesouros. “Damaged Goods” é tenso, muscular, com as guitarras distorcidas, e com a voz seca Jon King, é a canção que melhor simboliza a obra dos Gang of Four. Em “Anthrax”, após o feedback inicial, o ritmo funky da secção rítmica acompanha 2 vozes em simultâneo, uma que canta outra que fala, e se é desorientador, ao mesmo tempo torna-se única. E “Not Great Men”, para além de ser também uma das melhores canções do pós-punk, é a base dos primeiros discos dos Red Hot Chili Peppers, segundo os próprios.
Curiosamente sempre influenciaram muito mais a música underground americana, desde The Jesus Lizard, Nirvana ou Jon Spencer, até aos representantes da nova onda pós-punk, como Interpol, Radio 4 ou Liars.