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22 junho 2010

Extremos # 8 - Gastr Del Sol – “Upgrade & Afterlife” (1996 Drag City)

Os Gastr Del Sol começaram como um projecto paralelo do vocalista/guitarrista dos Bastro, David Grubbs, e ao longo dos seis anos em que existiram como banda, sempre desenvolveram inúmero conteúdos musicais, sem nunca se tornarem previsíveis.
No elegante “Upgrade & Afterlife”, o segundo disco onde predominou a parceria entre Grubbs e Jim O’Rourke, o talentoso duo trabalhou com o percussionista dos Tortoise, John McEntire e o violinista Tony Conrad, entre outros convidados para compor “rock”, música electro-acústica, poesia, dedilhações de guitarra acústica (incluindo uma versão de “Dry Bones In The Valley”, original de John Fahey) e composições minimalistas em algo espaço e hipnótico, que, de acordo com o que Grubbs na altura disse de forma sarcástica, serviu como uma “janela” para os interesses colectivos que tinham no momento. Superficial, talvez, mas certamente que muito mais se estava a passar, e assim tornou as possíveis interpretações infinitas.
O posterior “Camofleur” é amplamente considerado, pela comunidade “indie”, como sendo o melhor disco deles, essencialmente pelo facto de possuir composições mais estruturadas e ter menos experimentação, mas pessoalmente considero o absolutamente formoso e extremamente comovente “Upgrade & Afterlife” como um notável e evocativo trabalho de génio e que mostra realmente Grubbs e O’Rourke no seu auge.
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28 novembro 2008

Ebay # 4

Nesta minha estadia prolongada em Barcelona, tive oportunidade de explorar melhor o fantástico mercado de San Antoni, mas o meu mercado favorito ainda continua a ser o virtual. Aqui fica mais uma amostra de algumas pechinchas que encontrei nestes últimos tempos, tudo por menos de £3.

Red Crayola – “Live 1967” CD (1967 Drag City)
- Uma reedição de uma gravação ao vivo do grupo de Mayo Thompson.
Improvisação pouco convencional; como convidado aparece John Fahey.

Boxhead Ensemble – “The Last Place to Go” CD (1998 Atavistic)
- O projecto de Michael Krassner numa gravação ao vivo na Europa, utilizando maioritariamente instrumentos acústicos, uma mistura de jazz e post-rock.

Cotton Mather – “Kontiki” CD (1997 Copper) /“Hotel Baltimore” EP (1999 Rainbow Quartz)
- De Austin, no Texas, melodias inteligentes e cativantes,
assentes numas guitarras rebeldes. Influências de Beatles, Byrds e Big Star.

Cotton Mather - Lily Dreams On

Milanese – “Extend” CD (2006 Planet Mu)
- Por ser editada na Planet Mu, já sabia que esperaria uma electrónica similar ao som da Warp.
É isso, mas o puzzle também contém jungle, electro e dubstep.
Um mundo à parte.
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30 outubro 2008

Human Bell - “Human Bell” (2008 Thrill Jockey)

A música de Nathan Bell e Dave Heumann (dos Arbouretum) desafia qualquer fácil categorização. Estamos na presença de um disco instrumental, que mistura de uma forma exemplar padrões musicais tradicionais: “rock”, “folk”, “pós-rock”, “blues” e “americana”.
O que transmite é uma evidente sinergia e um genuíno bem-estar dos intervenientes nestas cuidadosamente executadas composições, simultaneamente sensoriais e evocativas, com os dois guitarristas sempre em perfeito sincronismo.
É notável a forma como estruturam os longos temas. “A Change In Fortunes” abre sinistramente com uma fúnebre guitarra no estilo “americana”, mas lentamente transforma-se num belo e desapressado conjunto de acordes optimistas. “Splendor And Concealment” começa brando e vasto antes de repentinamente acelerar e cerrar-se quebrando a hipotética fantasia numa expressiva dupla improvisação bem ao estilo do visionário John Fahey. São melodias que perduram, graças às repetições hipnóticas e aos momentos rítmicos verdadeiramente empolgantes que conduzem a um climax espiritual.
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