Bruce Pavitt foi para Seattle estudar história da arte, mas o seu maior estudo seria o “rock”. Primeiro lança a revista que documentava a cena independente americana, Subterranean Pop” (mais tarde Sub Pop). Depois continua a escrever para mais um par de revistas, a fazer programas de rádio e a editar cassetes com material inédito de grupos desconhecidos. Até que conheceu Jonathan Poneman, que também fazia rádio e que era a pessoa responsável pelo agenciamento dos grupos que tocavam na sala de espectáculos mais aventureira de Seattle, a Fabulous Rainbow Tavern. Conversas sobre música criaram uma admiração mútua, e o passo seguinte para a formação de uma editora estava dado.
A primeira edição da Sub Pop, foi em Julho de 1986, a compilação “Sub Pop 100”, com a participação dos Sonic Youth, Big Black ou Scratch Acid, entre outros. Os representantes de Seattle eram The U-Men e Steve Fisk (que se tornaria um dos mais famosos produtores da cidade). E na capa do disco aparecia a seguinte inscrição: “The new thing, the big thing, the good thing: a multinational conglomerate based in the Pacific Northwest”.
Uma das principais características da editora foi a sua preocupação em ter um identidade e que as pessoas procurassem os discos por estes terem o seu carimbo, simultaneamente encorajando a individualidade de cada grupo. Os seus modelos de inspiração eram a 4AD, a SST, a Stax, e até a Motown. Nem será estranho o facto de passaram a trabalhar quase permanentemente com o produtor Jack Endino (que iria produzir os álbuns de estreia de Nirvana e Mudhoney).
O “marketing” foi sempre um dos pontos fortes utilizados por Pavitt e Poneman. Criaram um clube de singles, disponível apenas por subscrição, através de edições mensais (limitadas e em vinil colorido), e sempre com temas inéditos. Aqui incluíram grupos não só de todos os estados americanos como também europeus. Por outro lado, nas suas edições “normais”, o destaque era dado a grupos locais, aproveitando a política regionalista para melhorar a promoção. As capas dos discos eram semelhantes, assim como os anúncios, uniformizando uma ideia visual e sonora para melhor promover os novos grupos.
Se os Soundgarden foram o primeiro grande sucesso da Sub Pop, editando dois EP’s, “Screaming Life” e “Fopp”, antes de assinarem pela SST e posteriormente pela A&M, já os Mudhoney foram os que mais resistiram à chamada das multinacionais, e só com “Piece of Cake” de 1992 é que assinaram pela WEA (isto, para além de serem o único grupo de Seattle que manteve a sua formação inalterável por muitos anos).
Com o sucesso dos Nirvana, a história mudou, e hoje, a mesma já deve ser conhecida por todos, mas para reforçar a importância histórica da editora, que deixou de ser uma referência local, para ser uma global, refira-se que também por lá passaram grupos com a L7 (de Los Angeles), os Afghan Whigs (de Cincinatti), os Supersuckers, os Come (de Boston), os Pond (do Alaska), os Sunny Day Real Estate, e mais recentemente The Shins, Iron and Wine, ou os criadores de um dos meus discos favoritos do ano, The Ruby Suns.
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Modest Mouse - Never Ending Math Equation
A primeira edição da Sub Pop, foi em Julho de 1986, a compilação “Sub Pop 100”, com a participação dos Sonic Youth, Big Black ou Scratch Acid, entre outros. Os representantes de Seattle eram The U-Men e Steve Fisk (que se tornaria um dos mais famosos produtores da cidade). E na capa do disco aparecia a seguinte inscrição: “The new thing, the big thing, the good thing: a multinational conglomerate based in the Pacific Northwest”.
Uma das principais características da editora foi a sua preocupação em ter um identidade e que as pessoas procurassem os discos por estes terem o seu carimbo, simultaneamente encorajando a individualidade de cada grupo. Os seus modelos de inspiração eram a 4AD, a SST, a Stax, e até a Motown. Nem será estranho o facto de passaram a trabalhar quase permanentemente com o produtor Jack Endino (que iria produzir os álbuns de estreia de Nirvana e Mudhoney).
O “marketing” foi sempre um dos pontos fortes utilizados por Pavitt e Poneman. Criaram um clube de singles, disponível apenas por subscrição, através de edições mensais (limitadas e em vinil colorido), e sempre com temas inéditos. Aqui incluíram grupos não só de todos os estados americanos como também europeus. Por outro lado, nas suas edições “normais”, o destaque era dado a grupos locais, aproveitando a política regionalista para melhorar a promoção. As capas dos discos eram semelhantes, assim como os anúncios, uniformizando uma ideia visual e sonora para melhor promover os novos grupos.
Se os Soundgarden foram o primeiro grande sucesso da Sub Pop, editando dois EP’s, “Screaming Life” e “Fopp”, antes de assinarem pela SST e posteriormente pela A&M, já os Mudhoney foram os que mais resistiram à chamada das multinacionais, e só com “Piece of Cake” de 1992 é que assinaram pela WEA (isto, para além de serem o único grupo de Seattle que manteve a sua formação inalterável por muitos anos).
Com o sucesso dos Nirvana, a história mudou, e hoje, a mesma já deve ser conhecida por todos, mas para reforçar a importância histórica da editora, que deixou de ser uma referência local, para ser uma global, refira-se que também por lá passaram grupos com a L7 (de Los Angeles), os Afghan Whigs (de Cincinatti), os Supersuckers, os Come (de Boston), os Pond (do Alaska), os Sunny Day Real Estate, e mais recentemente The Shins, Iron and Wine, ou os criadores de um dos meus discos favoritos do ano, The Ruby Suns.
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3 comentários:
Há uma entrevista aos homens da sub-pop no pitchfork com data de 07-07-08.
Dá uma perspectiva diferente sobre a historia da editora.
um abraço
http://www.pitchforkmedia.com/article/feature/137655-interview-bruce-pavitt-and-jonathan-poneman
...e convém não esquecer No Age e Fleet Foxes, mais dois atestados de vitalidade de uma editora já com 20 anos de História.
Abraço
Há dias levava 3 discos para ouvir no carro. Inconscientemente, levei 3 discos da Sub Pop: Shins, Fleet Foxes e Wolf Parade.
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