Quando Brian Eno, conhecido pelo seu envolvimento com Roxy Music, Cluster e David Bowie, para além de ter criado o conceito de “ambient music”, colidiu com David Byrne, o excêntrico líder dos Talking Heads, era previsível que algo de extraordinário estaria para acontecer. Eno produziu o segundo disco dos TH, o subestimado “More Songs About Buildings”, e esteve ainda mais envolvido nas brilhantes obras-primas “Fear of Music” e “Remain In Light”. Assim tornou-se natural que os dois realizassem um disco em conjunto, e “My Life In The Bush Of Ghosts” é o resultado dessa colaboração.
Inspirações podem ser encontradas em “Movies” de Holger Czukay, nas colaborações de Eno com Jon Hassell (“Fourth World Vol.1”), e até no lado B de “Low”. Musicalmente, é um impetuoso desvio para territórios bizarros, até para os seus padrões, mas ambos se encontravam num máximo criativo, e a forma como misturam “samples” vocais de rituais de exorcismo, sermões evangélicos e “world music” com ritmos tribais, insidiosas guitarras minimalistas, subtis texturas de sintetizador, e a sensibilidade “funk” de Byrne, permitiu a criação de um disco verdadeiramente único.
O irregular e desvirtuado “America Is Waiting”, o ameaçador “Mea Culpa”, o assombroso “Regiment”, (excelente trabalho de guitarra e com a participação da cantora Libanesa Dunya Yusin), o admirável “Help Me Somebody” (“sampla” os sons de um aviário acompanhados pelo exaltado apelo de um pregador), a desagradável intensidade de “Jezebel Spirit” (“sampla” vozes de rituais de exorcismo, acompanhada por uma batida imparável), ficam gravadas na nossa mente. Não é de audição fácil, provavelmente soando mais como um moderno disco de electrónica experimental, sendo difícil de conceber que foi produzido à mais de 25 anos, e claro, muito do que se seguiu musicalmente, tem aqui as suas raízes.
_Inspirações podem ser encontradas em “Movies” de Holger Czukay, nas colaborações de Eno com Jon Hassell (“Fourth World Vol.1”), e até no lado B de “Low”. Musicalmente, é um impetuoso desvio para territórios bizarros, até para os seus padrões, mas ambos se encontravam num máximo criativo, e a forma como misturam “samples” vocais de rituais de exorcismo, sermões evangélicos e “world music” com ritmos tribais, insidiosas guitarras minimalistas, subtis texturas de sintetizador, e a sensibilidade “funk” de Byrne, permitiu a criação de um disco verdadeiramente único.
O irregular e desvirtuado “America Is Waiting”, o ameaçador “Mea Culpa”, o assombroso “Regiment”, (excelente trabalho de guitarra e com a participação da cantora Libanesa Dunya Yusin), o admirável “Help Me Somebody” (“sampla” os sons de um aviário acompanhados pelo exaltado apelo de um pregador), a desagradável intensidade de “Jezebel Spirit” (“sampla” vozes de rituais de exorcismo, acompanhada por uma batida imparável), ficam gravadas na nossa mente. Não é de audição fácil, provavelmente soando mais como um moderno disco de electrónica experimental, sendo difícil de conceber que foi produzido à mais de 25 anos, e claro, muito do que se seguiu musicalmente, tem aqui as suas raízes.
Brian Eno & David Byrne - America Is Waiting
3 comentários:
QUE GRANDE ALBUM ,COMO ELES FIZERAM UMA OBRA-PRIMA NESTA ALTURA.......
Quando o disco saiu na época fiquei surpreendido, mas os trabalhos de Eno, um enorme explorador de sons e texturas, criou com o David Byrne o album de uma modernidade maravilhosa. Já vi uma nova edição do cd à venda com muitos mais temas, mas não o conheço.
PS - O David Byrne possui um album intitulado "The Forest" que é simplesmente espantoso.
Abraço cinéfilo
Rui Luis Lima
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