Depois da edição do primeiro disco do seu muito pessoal projecto paralelo - Atlas Sound – era com muita ansiedade que aguardava pelo novo disco da banda de Bradford Cox. E os Deerhunter não me desiludiram, pois apresentam-nos um disco colossal.
“Microcastle” é um disco original e imaginativo, com um charme e uma competência fora do comum, e está recheado de um “pop” florescente, com calorosos e sibilantes solos de guitarra e uma percussão enérgica. Aqui as rudes arrestas sonoras foram limpas para um formato mais digestível e orientado para a canção, comparado com a dura escuridão ambiental de “Cryptograms”, e se a redução do “noise” pode diminuir o impacto, é o lado mais brando dos Deerhunter que torna a sua música tão compelível. Existe uma elegância nesta simplicidade, que pode comprovar que as guitarras distorcidas de “Cryptograms” não serviam para esconder algum tipo de incompetência. Sobressaem as directas e enérgicas “Nothing Ever Happened” e “Saved By Old Times”, a despreocupada melodia de “Never Stop” ou a simetria da flutuante “Agorophobia”, que não estavam associadas ao som dos Deerhunter.
Os temas base (morte, perda e desespero) continuam presentes, mas parecem mais preocupados em arranjar formas de escapar aos mesmos, mesmo que seja de uma forma efémera e assim uma impressionantemente postura esperançosa está presente em temas como “Little Kids” e “Green Jacket”, apesar das vocalizações continuarem submissas e deprimidas.
A natureza complexa e individualista dos vários membros é uma mais-valia, que se pode comprovar pela brilhante contribuição do guitarrista Lockett Pundt, que também partilha por esta via as suas obsessões.
“Microcastle” é uma luxuriante paisagem sonora, muito mais próxima da perspectiva de uns My Bloody Valentine do que de outros grupos de rock experimental com quem os Deerhunter costumam ser associados e mais uma forma de Bradford Cox confirmar a sua influência como futuro ícone musical.
“Microcastle” é um disco original e imaginativo, com um charme e uma competência fora do comum, e está recheado de um “pop” florescente, com calorosos e sibilantes solos de guitarra e uma percussão enérgica. Aqui as rudes arrestas sonoras foram limpas para um formato mais digestível e orientado para a canção, comparado com a dura escuridão ambiental de “Cryptograms”, e se a redução do “noise” pode diminuir o impacto, é o lado mais brando dos Deerhunter que torna a sua música tão compelível. Existe uma elegância nesta simplicidade, que pode comprovar que as guitarras distorcidas de “Cryptograms” não serviam para esconder algum tipo de incompetência. Sobressaem as directas e enérgicas “Nothing Ever Happened” e “Saved By Old Times”, a despreocupada melodia de “Never Stop” ou a simetria da flutuante “Agorophobia”, que não estavam associadas ao som dos Deerhunter.
Os temas base (morte, perda e desespero) continuam presentes, mas parecem mais preocupados em arranjar formas de escapar aos mesmos, mesmo que seja de uma forma efémera e assim uma impressionantemente postura esperançosa está presente em temas como “Little Kids” e “Green Jacket”, apesar das vocalizações continuarem submissas e deprimidas.
A natureza complexa e individualista dos vários membros é uma mais-valia, que se pode comprovar pela brilhante contribuição do guitarrista Lockett Pundt, que também partilha por esta via as suas obsessões.
“Microcastle” é uma luxuriante paisagem sonora, muito mais próxima da perspectiva de uns My Bloody Valentine do que de outros grupos de rock experimental com quem os Deerhunter costumam ser associados e mais uma forma de Bradford Cox confirmar a sua influência como futuro ícone musical.
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3 comentários:
Um dos álbuns do ano, na minha opinião. Sugiro também o tema "Nothing of Us, Uncertainly". Algo assombroso de bom! :)
Hugzzzzzz!
Só me parece que a obra sai ligeiramente diminuída com o disco extra "Weird Era Continued", que serviu de "isco" aos potenciais compradores depois de "Microcastle" ir parar à net com meio ano de antecedência e, ironicamente, acabou por ter o mesmo destino. Como não compactuo com estes actos de pirataria incompreensíveis, capazes de destruir toda a estratégia de promoção de uma banda, prefiro o olhar para "Microcastle" como um disco simples. Assim, terá seguramente lugar garantido no meu top ten dos melhores do ano. "Nothing ever happened" é, de facto, um tema abismal.
Abraço!
Está toda gente a falar disso, que eu desconheço. Vou correndo ouvir antes que eu fique para trás.
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