
Tal como a fantástica capa do disco, é um disco cheio de vida, uma rodopiante colecção de cores, estados de espírito e emoções. E alguém pode duvidar disso depois de ouvir o primeiro tema - “Alone Again Or” – começa com a sua contagiante e serena guitarra acústica para depois inesperadamente surpreender-nos com o majestoso e hábil solo de trompete. E o que parece ser uma canção de amor transforma-se numa noção “hippie” em que o narrador proclama “could be in love with almost everyone”.
Os temas são interpretados de uma forma triste, (a paranóia e a morte misturam com temas mais animados) mas nunca oprimida, e ao longo do disco existe uma vivacidade até nas canções mais delicadas como na visão apocalíptica de “Andmoreagain” ou “The Good Humor Man He Sees Everything Like This”. Mesmo nas canções mais “rock”, na propulsiva “A House In Not A Motel” ou na realista “Live And Let Live” o tom é subjugado e a ira é controlada. As visionárias “Maybe The People Would Be The Times Or Between Clark and Hillsdale” e “You Set The Scene” são autênticos postais da era - o verão do amor, cínico e desesperante, formoso e imponente – onde na última tão bem se reflecte a realidade nos seus momentos de solidão e optimismo existencial.
Arthur Lee é um dos mais sobrestimados compositores de todos os tempos, e esta primeira incarnação dos Love foi a melhor pelo seu incompatível convívio com Bryan Maclean.
Indescritivelmente essencial.
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5 comentários:
parabéns pelo blog! gostava de entrar em contacto contigo, mas não encontrei nenhum contacto no perfil... como fazer?
susana
Um dos meus discos favoritos all time :)
abraço
JP
Susana: podes-me contactar através deste email: ma_melo@yahoo.co.uk
Um disco genial! Conheci-o em pleno há relativamente pouco tempo, mas rendi-me, claro.
Aproveito para te informar que estarei numa sessão musical com um amigo no Rendez Vous (Rua Cândido dos Reis), na próxima sexta. Abraço!
Um dos clássicos com C grande, que também já conheci tarde, mas antes isso do que nunca!
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