02 setembro 2009

Electronic # 12 - John Foxx – “Metamatic” (1980 Virgin)

“Metamatic”, surgiu após John Foxx abandonar os Ultravox - o grupo que fundou, e que desenvolveu o som e imagem, quando estes pretendiam abordar uma forma musical mais “pop” – e é um dos discos mais desprovidos de emoção na história da “pop”, permanentemente desolador e disruptivo, com letras que mergulham em sonhos, pensamentos, memórias, constantemente evocando atmosferas de ficção cientifica, e que é ainda mais sombrio e mais desligado do que os primeiros trabalhos de Gary Numan.
Ousado, inovador, imaginativo e inflexível, o que é mais surpreendente, neste diligente registo é o quanto obstinadamente minimalista as texturas musicais são. Robóticas, mecânicas, estéreis e assombrosas, quase exclusivamente baseadas em sintetizadores, caixas de ritmos e distorção sonora, visivelmente influenciadas pela música electrónica que provinha da Alemanha na ultima década, e que ainda hoje não soa nem um pouco datada.
Para além dos singles “Underpass” e “No-One Driving”, destacam-se o gelado e melancólico “Metal Beat” (que carrega similaridades com os Kraftwerk) e o áspero e sombrio “Touch And Go”.
Absolutamente subestimado e invulgar, utilizou um estilo musical que nunca mais foi imitado, nem pelo próprio Foxx.
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