28 janeiro 2010

Vampire Weekend - “Contra” (2010 XL)

Os atípicos Vampire Weekend desde o seu disco de estreia que cativaram uma boa quantidade de fãs e antipatias.
Isso deveu-se essencialmente e simultaneamente pelo facto de ao terem extraído toda a permutabilidade das melodias e ritmos instituídos nos principais elementos da música Africana, com uma jovialidade e um aparato habilidoso, fez com que o mesmo fosse considerado como um acto pretensioso realizado por um bando de miúdos universitários privilegiados.
Mas a sua música - executada com precisão e inspiração - é meritória do “hype” que geram.
Mais uma vez produzido pelo teclista Rostam Batmanglij, “Contra”, é mais complexo e variado, mas menos imediato do que o seu antecessor. Aqui o quarteto liderado por Erza Koenig inventou novas formas de recriar o que tinham feito anteriormente. Existem menos guitarras, e mais “samples”, muitos sintetizadores, várias espaçosas orquestrações e mais efeitos de estúdio que realçam o seu som. As influências africanas ainda estão presentes, mas agora incorporam o “dancehall”, “reggae”, e o “ska”. E assim, cada impecavelmente meticulosa composição é uma inventiva experiência rítmica cultural.
Seja no sereno matraqueado piano, evocativo dos Konono Nº1 de “Horchata”, no ruído arrastante de “White Sky”, na incorporação do “ska” em “Holiday”, no cintilante piano e nas luxuriantes orquestrações de “Taxi Cab”, na frenética “Cousins”, no “electro-rock” presente em “Giving Up The Gun” ou na delicada e melancólica “I Think Ur A Contra”, o exótico “Contra” confunde e encanta, e os “antipatizantes” estão a perder algo brilhante.
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1 comentário:

Poppe1 disse...

Estou neste momento a ouvir pela segunda vez o disco e tenho uma opinião muito semelhante á tua.
Disco menos imediato, ou pelo menos sem singles tão orelhudos, mas cheio de detalhes.

um abraço