07 fevereiro 2010

Pop # 10 - The Go-Betweens- “Liberty Belle And The Black Diamond Express” (1986 Beggars Banquet)

O mais épico e mais romântico disco do quarteto Australiano, será provavelmente também o mais consistente de uma banda que ao longo da sua história discográfica nunca parou de impressionar. Pois, para além deste, poderia ter escolhido outro - “Before Hollywood”, “16 Lovers Lane” ou “Oceans Apart” – já que todos os seus álbuns são fantásticos, e estão recheados de belas e habilmente criadas canções, que relatam histórias de amores românticos e das suas irritadas rejeições.
Através das fantásticas letras de Grant McLennan e Robert Forster, apresentam-nos melancólicas e dolorosas meditações acerca do amor e as suas consequências. E estas surgem quer através da presunçosa indiferença de Robert Forster e os seus arrogantes relatos de intensas paixões, quer através do mais sério romantismo de Grant McLennan com as suas poéticas e sonhadoras composições.
Gravado com o produtor Richard Preston em Fulham na Inglaterra, está evidente que os nativos de Brisbane procuraram aqui uma sonoridade mais rústica, quase áspera, que lhe dá sensações ligeiramente únicas em relação aos seus outros discos.
Podemos destacar as discordantes guitarras e as declamatórias vozes de “Spring Rain”, a majestosa “The Wrong Road”, a perfeita capacidade de escrita evidenciada em “To Reach Me”, a subtil, no entanto dramática “Twin Layers Of Lightning”, o excelente “pop” presente em “Head Full Of Steam” ou as agravantes e desesperantes emoções de “Apology Accepted”. Mas a real força deste disco é a sua coesão global, pois tudo parece coexistir em perfeita sintonia. Todos os aspectos delicadamente reunidos como um puzzle, produzindo uma sonoridade perfeita e verdadeiramente única, e que por mais vezes que o escutemos, nos irá sempre produzir efeitos surpreendentes.
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3 comentários:

Gravilha disse...

não é uma opinião definitiva, mas é pelo menos amadurecida por anos de repetidas escutas: para mim é também o melhor album dos go-betweens. Pela coesão, sim, e talvez também por ter sido esta a minha porta de entrada no verdadeiro universo pop que é a discografia da banda. gostei do texto. abraço,

M.A. disse...

O meu preferido, por acaso, até nem é este, nem nenhum outro dos que citas: é o "Spring Hill Fair". Mas todos esses seguem-no, sem ordem definida.

Shumway disse...

O "Spring Hill Fair" vinha logo a seguir :-)

Penso que este e o “Before Hollywood" como foram os primeiros que tive ainda no velhinho vinil, são os que ainda hoje me fascisnam mais.

Abraço