21 abril 2010

Electronic # 16 - Amon Tobin – “Out From Out Where” (2002 Ninja Tune)

Muitas vezes considerado inferior em relação aos seus antecessores “Permutation” (1998) e “Supermodified” (2000), ou até mesmo à sua aventura como Cujo, a opressiva contextura maciça de “Out From Out Where” realmente confirma o virtuoso e visionário Amon Tobin como um dos mais qualificados e imaginativos artistas do “sampling” do século 21, pela forma como ele coloca os padrões qualitativos incrivelmente altos de álbum para álbum. Provavelmente este disco não será tão formoso como o subversivo “Supermodified”, e é bem evidente que Tobin baixou o tom experimental, refugiando-se em fórmulas mais seguras. E apesar de tematicamente ser mais coeso, aqui é a fantasia que toma lugar, oscilando entre um romantismo simultaneamente infantil e desesperante, num muito particular estádio de espírito. É virtualmente impossível descortinar a origem da maioria das sonoridades “sampladas”, mas uma atmosfera “noir”, os sons artificiais e as tendências “sci-fi”, tornam o disco sinistro, como um frio monólito de “funk” astral. A genialidade de “Out From Out Where” reside no facto de ser tão ricamente evocativo de diferentes panóplias de imagens a cada poucos segundos, através do hipnótico e onírico “Back From Space”, do ameaçador “El Wraith”, do rigoroso “Verbal”, do enérgico “Rosies”, do claustrofóbico “Triple Science”, do cósmico “Searchers”, ou do delicado “Mighty Micro People”.
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