09 maio 2010

Rock # 13 - Swervedriver – “Mezcal Head” (1993 Creation)

Desconcertantemente aglomerados no movimento “shoegaze” do início dos anos 90, quando a sua brilhantemente explosiva abordagem do “guitar rock” americano era muito mais sangrenta, este quarteto de Oxford misturou os Sonic Youth com os “grooves” de uns Crazy Horse e hectares de vagas "low-end".
Este disco foi a sua obra-prima - mais brilhante do que a estreia “Raise”, mais atrevido do que o irónico “psych-pop” de “Ejector Seat Reservation” - e baseado na teoria de que a única coisa melhor do que guitarras são mais guitarras. No disco estão em grande forma, eles possuíam uma impressionante capacidade para envolver melodias memoráveis em torno de camadas de guitarras para criar músicas realmente inspiradoras. A atenção dada às melodias é o que define este registo e o separa do género “shoegaze”, o verdadeiramente incrível “noise” não é projectado para ofender, mas para estimular e elevar.
Cada canção é um “road movie”, com o vocalista-guitarrista Adam Franklin como o exausto protagonista, e uma quinta velocidade sempre pronta para engrenar - desde o provocador intro de “From Seeking Heat”, passando pelas carregadas guitarras de “Duel” que rompem alegremente num brilhante pôr do sol, pelos crepitantes “riffs” do incendiário “Blowin’ Cool”, pelas ondulantes guitarras de “Last Train To Satansville”, até ao fantasista “Duress”, – Mezcal Head” merece um estatuto de inovador. Mas numa altura em que o “indie-rock” britânico estava a encaminhar-se para as drogas halucinogénicas, os Swervedriver atingiram um fosso.
Ao contrário dos seus companheiros na Creation, My Bloody Valentine ou The House Of Love, nunca receberam o apoio popular que a sua música merecia. Difícil de classificar, “Mezcal Head” permanece com um clássico do “rock alternativo” dos anos 90.
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1 comentário:

M.A. disse...

A obra-prima, sem sombra de dúvida. E hoje, talvez, mais actual que nunca. Agora que estão de volta ao activo, ainda não desisti de os ver ao vivo.

Abraço!